Paraguaios trabalhavam em regime análogo ao escravo em fábrica de cigarros, diz PF
Corporação não divulgou nome dos responsáveis pela empresa nem da defesa; ninguém foi preso
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma operação da Polícia Federal do Rio de Janeiro afirma ter encontrado 19 trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão em dois galpões que serviriam como fábrica clandestina de cigarros no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O único homem com o qual eles manteriam contato, segundo a PF, andava armado e com rosto ocultado por uma máscara. No interior da fábrica, os paraguaios teriam sido forçados a trabalhar 12 horas por dia, sete dias por semana, em dois turnos, que, segundo a PF, incluíam a madrugada. Eles estariam nessa situação há três meses.
Ninguém foi preso na ação, chamada de Operação Libertatis. A corporação não divulgou o nome dos responsáveis, nem se foi constituída defesa.
Ainda segundo a PF, o grupo não recebia pagamento e não sabia em que localidade estavam.
Os paraguaios disseram à polícia que trabalhavam sem equipamento de proteção, que não podiam transitar fora das imediações da fábrica, onde ficava também o alojamento, que conviviam com esgoto a céu aberto e com os resíduos da produção do cigarro.
Segundo nota da corporação, os trabalhadores saíram de seu país de origem vendados e sob a promessa de que trabalhariam com confecção de roupas.
A fábrica em questão seria responsável pela distribuição dos cigarros no Rio de Janeiro.
No fim do mês passado, em outra operação de repercussão nacional no Rio Grande do Sul, homens contratados para trabalhar na colheita de uva em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, foram resgatados em situação análoga à escravidão, de acordo com autoridades envolvidas na ação.
Eles afirmaram terem sofrido diferentes episódios de violência envolvendo surras com cabo de vassoura, mordidas, choques elétricos e ataques com spray de pimenta, além de más condições de trabalho e de habitação.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters