Bolsonaro usa eleição como escada para projeto golpista, diz Marcos Nobre
Para professor, direita se deu conta de ameaça à democracia e manifestos são salto para frente ampla contra autoritarismo
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Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp e presidente do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), vem há anos afirmando que, desde que chegou à Presidência, o objetivo de Jair Bolsonaro (PL) é dar um golpe e destruir a democracia no Brasil.
Nos últimos quatro anos, ele diz, enquanto o presidente avançava em seu projeto autoritário, as forças políticas continuaram fazendo cálculos meramente eleitorais, como se a situação não fosse excepcional. No seu último livro, "Limites da Democracia", Nobre escreve que "o campo democrático continua jogando amarelinha eleitoral enquanto Bolsonaro monta o octógono de MMA do golpe".
Para barrar as ameaças golpistas de Bolsonaro, o pesquisador afirma que é urgente a formação de um movimento Brasil contra o Golpe, com partidos e representantes de todos os quadrantes políticos, para defender o processo eleitoral e reafirmar o compromisso com a democracia.
Para Nobre, os manifestos em defesa da democracia anunciados nesta semana são um sinal de que uma frente com esse espírito pode tomar forma nos próximos meses.
Neste episódio, o autor também discutiu a trajetória do pemedebismo, termo cunhado por ele para analisar a venda de apoio parlamentar ao governo federal, e como a energia social de junho de 2013, por não ter tido espaço no sistema político, transbordou para movimentos antissistema que a extrema direita foi capaz de canalizar nos anos seguintes.
Bolsonaro foi muito bem-sucedido em fidelizar uma parte importante do eleitorado antissistema. Então, chamá-lo de burro, de louco, de idiota é justamente despolitizá-lo e tirar dele esses méritos estratégicos e táticos. Agora, o objetivo dele é transformar uma oposição que é antissistema, portanto, não necessariamente antidemocrática em uma oposição à democracia enquanto tal
O Ilustríssima Conversa está disponível nos principais aplicativos, como Apple Podcasts, Spotify e Stitcher. Ouvintes podem assinar gratuitamente o podcast nos aplicativos para receber notificações de novos episódios.
O podcast entrevista, a cada duas semanas, autores de livros de não ficção e intelectuais para discutir suas obras e seus temas de pesquisa.
Já participaram do Ilustríssima Conversa Vincent Bevins, autor de livro sobre massacres da esquerda durante a Guerra Fria, Rodrigo Nunes, que discutiu as raízes do bolsonarismo, André Lara Resende, crítico da teoria econômica mainstream, James Green, brasilianista autor de um clássico sobre a história da homossexualidade no Brasil, Sidarta Ribeiro, neurocientista que desenvolve pesquisas sobre a importância de sonhar, Heloisa Starling e Miguel Lago, autores de ensaios sobre a lógica de destruição do bolsonarismo, Fábio Ulhoa Coelho, professor de direito que ponderou sobre as relações entre liberdade e igualdade, Debora Diniz, acadêmica que se dedica às áreas de gênero e direitos reprodutivos, Deivison Faustino, que desenvolve pesquisas sobre a obra de Frantz Fanon, Fernando Morais, biógrafo de Lula, entre outros convidados.
A lista completa de episódios está disponível no índice do podcast. O feed RSS é https://folha.libsyn.com/rss.
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