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O advogado André Lozano, que faz a defesa do garoto de 7 anos ferido durante a ação da Polícia Militar na manhã de quarta-feira (17), em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, critica os policiais por terem disparado suas armas em local com a presença de moradores, inclusive crianças, e acusa os PMs de fraude processual por terem mexido na cena antes da chegada da perícia.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que todas as circunstâncias da ocorrência são investigadas em inquérito policial militar.
Segundo o defensor, os moradores afirmam que os policiais abriram fogo mesmo após pedidos de que não atirassem devido à presença de crianças.
"Em qualquer país civilizado do mundo não se atira quando tem passagem de transeuntes. Porque o objetivo da polícia é proteger, não é matar. Agora, quando há crianças, se mostra uma operação completamente desvirtuada e uma falta de treinamento, com violência exagerada, sendo que isso não é um ato isolado. Existem muitos elementos que demonstram que, sim, os policiais agiram de forma no mínimo ilegal, para não dizer criminosa", afirma o advogado.
Lozano também critica o prazo dado para a PM divulgar as imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos na ação, que serão liberadas apenas após a conclusão do inquérito. Para ele, trata-se de uma tentativa de "esfriar o assunto".
O coronel Massera, chefe da comunicação da PM, disse ter assistido às imagens e afirmou que elas "nos dão certeza de que o menino não estava na linha de ação dos policiais", declarando que o ferimento no supercílio do garoto poderia ter sido ocasionado por "um disparo dos bandidos ou pedaço de reboco, estilhaço ou uma queda", o que também foi contestado pelo advogado.
"Se de fato não foi uma lesão contundente, isso significa que é provável que tenha sido uma lesão causada por algum instrumento, que inclusive possa ter saído da arma dos policiais", diz.
Em relação à acusação de adulteração do local do confronto, Lozano afirma que imagens feitas por moradores mostram os policiais claramente mexendo na cena e recolhendo objetos do chão. O porta-voz da PM negou qualquer intervenção.
"Se eles estão tão certos da inocência deles, por que estão alterando a cena do crime? Isso é crime. E não dá para contestar porque há imagens claríssimas disso", diz Lozano. "A única pessoa que pode fazer qualquer apontamento é o perito."
De acordo com a SSP, a corporação já analisou as imagens captadas pelas câmeras portáteis usadas pelos policiais envolvidos na ação e constataram que não houve violação no local.
"Segundo a análise, os policiais apenas sinalizaram onde estavam os estojos e projéteis. O local foi preservado, e o trabalho da perícia foi realizado pela Polícia Técnica-Científica, sem prejuízos", destacou a secretaria.
As imagens das câmeras, de acordo com a SSP, fazem parte do conjunto de provas do Inquérito Policial Militar e do inquérito instaurado pela Polícia Civil e serão fornecidas conforme requisição do Ministério Público e do Poder Judiciário.
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