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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

EUA têm déficit agrícola recorde, e Brasil é um dos responsáveis

Brasileiros ganham espaço dos americanos na China, principal importador mundial

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Os Estados Unidos vão ter um déficit de US$ 32 bilhões no saldo das exportações e importações de produtos agropecuários neste ano fiscal. É o maior valor financeiro desde 1935, início desta série de dados.

Os americanos vão exportar o correspondente a US$ 170,5 bilhões no ano fiscal de 2024, com redução de 5% em relação ao ano anterior. As importações devem atingir o recorde de US$ 202,5 bilhões, 4% a mais.

Os dados são estimativas e foram divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Um trabalhador passa por caixas de produtos prontos para envio em Imperial Valley, na Califórnia - Caitlin Ochs/Reuters

O Brasil é responsável por parte desse déficit. Os americanos estão importando mais dos brasileiros e exportando menos para o país.

Esses dados da relação comercial entre os dois países, no entanto, são pequenos, em comparação a mercados onde o Brasil avança, forçando uma queda da presença dos Estados Unidos.

O principal é a Ásia. Após ter obtido receitas de US$ 75,4 bilhões no ano fiscal de 2023, o resultado deste ano recua para US$ 68,4 bilhões para os americanos. A queda ocorre devido à participação maior do Brasil nas exportações de soja para a China, e à presença crescente dos brasileiros nas vendas de milho e de carnes para esse país asiático nos anos recentes.

Os chineses vão despender US$ 27,7 bilhões neste ano nos Estados Unidos com compras no setor agropecuário, conforme estimativas do Usda. Se confirmado, esse valor será 18% inferior ao do ano passado.

Japão, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Indonésia e Tailândia também vão comprar menos dos americanos. Já o Brasil avança nesses mercados.

Os Estados Unidos ganham mercado na América do Norte e na do Sul, mas perdem nas demais regiões. As maiores reduções são no Oriente Médio e na África.

Uma das vantagens dos americanos sobre o Brasil são as exportações de arroz. Enquanto o Brasil busca mercado para importar o cereal, os Estados Unidos devem elevar em 22% as vendas externas do cereal. Certamente esse produto, de boa qualidade e um dos mais caros no mercado mundial, não estará na lista dos leilões de compras do governo brasileiro.

As receitas dos americanos com soja vão cair 25% neste ano, e as com milho, 5%. A queda é acentuada não só por volume menor exportado, mas também pelos preços em queda das commodities. Nas estimativas do Usda, porém, os americanos voltarão a liderar as exportações mundiais de milho, perdida para os brasileiros em 2023. Os Estados Unidos vão colocar 54 milhões de toneladas do cereal no mercado internacional.

As importações agropecuárias vão superar os US$ 200 bilhões, um valor nunca atingido antes. Os americanos vão gastar mais com a compra de carnes, produtos lácteos, sucos e frutas, além de pagar mais por cacau, açúcar e café.


Arroz A saca do cereal, que começou a semana em R$ 122, com tendência de alta, está terminando a semana em queda. Nesta quarta-feira (29), foi negociada a R$ 120 no Rio Grande do Sul, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Segurança alimentar A Andifes, representante das universidades federais, fez um mapeamento de dados com o objetivo de identificar os projetos científicos e tecnológicos, em andamento nas instituições, voltados para combater à fome com sustentabilidade, em meio a mudanças climáticas que colocam em xeque a segurança alimentar.

Segurança alimentar 2 A entidade já levantou 150 projetos conduzidos pelas universidades federais, com foco no fortalecimento da agricultura familiar. Alguns projetos oferecem técnicas para aumentar a produtividade agrícola e apoio na comercialização da produção dos pequenos agricultores.

Segurança alimentar 3 Os projetos são um local de encontro no campo entre entre agricultores carentes de recursos, extensionistas, professores, pesquisadores e jovens estudantes.

Menos água A Scala, produtora de queijo, reduziu em 17% o consumo de água por tonelada produzida nos últimos três anos. Em volume, são 3.000 litros a menos de água por tonelada, segundo a empresa.

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