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Fábio Pupo (interino) cobre economia pela Folha há cinco anos, após oito no Valor Econômico. Formado em jornalismo pela UFPR e especializado em jornalismo financeiro pela City, University of London, é membro da Oxford Climate Journalism Network

Deputada quer dar 'pause' em lei da igualdade de gênero

Adriana Ventura propôs período de transição para as empresas publicarem relatórios com políticas salariais para homens e mulheres

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São Paulo

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) quer levar para o Congresso a discussão sobre a lei que obriga as empresas a divulgarem relatórios semestrais sobre equiparação salarial entre homens e mulheres.

De acordo com o projeto de lei protocolado na Câmara na quarta (28), a ideia é prorrogar o início da obrigatoriedade para janeiro de 2026. Pelas regras da legislação atual, as empresas deveriam enviar os relatórios até o dia 29 de fevereiro.

O presidente Lula (dir.) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (esq.) - Pedro Ladeira/Folhapress

O objetivo do governo é promover a equiparação salarial e fiscalizar como as empresas estão aplicando as regras de equiparação. Quem deixar de publicar os relatórios, será penalizado com uma multa de até 3% da folha salarial.

Para a deputada, a lei cria mais uma obrigação às empresas sem o estabelecimento de um período adequado para que elas se planejem.

"A necessidade de publicação semestral de relatórios de transparência salarial e critérios remuneratórios representa uma mudança significativa nos processos internos das organizações, exigindo revisões extensivas em políticas de recursos humanos e sistemas de gestão", diz a deputada no projeto.

Reação

Conforme mostrou o Painel S.A., as empresas já começaram a se movimentar contra a lei.

O grupo DPSP, que reúne a Drogaria Pacheco e Drogaria São Paulo, conseguiu na Justiça autorização para deixar de publicar o relatório que indicava os salários de seus funcionários.

A empresa afirma que corre risco de exposição de informações sensíveis de seus colaboradores, bem como de suas estratégias de negócios. Reclamou ainda que o governo não se comprometeu a seguir a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Também entraram no circuito entidades empresariais como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais).

A confederação pediu ao ministro Luiz Marinho (Trabalho) que seja reaberto o diálogo e propôs o adiamento da publicação dos relatórios de transparência salarial até que as empresas consigam se organizar e aprender a utilizar o sistema do governo.

A Fiemg, por outro lado, pediu a suspensão da lei e disse que ela viola o direito de contraditório e ampla defesa das empresas.

O escritório Andrade Maia Advogados, que defende a Drogaria Pacheco no Judiciário, disse que mais empresas já procuraram a banca.

Procurado, o Ministério do Trabalho negou que a regra infrinja a LGPD. Disse que os relatórios serão "anonimizados" e que poderão ser entregues ainda neste mês.

Com Diego Felix

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