Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Visita de Macron ao Brasil selará acordo no gás que pressiona Petrobras
Projetos de estocagem serão viabilizados, forçando oferta pela estatal; hoje, o gás é reinjetado nos campos de petróleo
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A viagem oficial do presidente da França, Emmanuel Macron, ao Brasil em março prevê a assinatura de um acordo de cooperação na área de estocagem de gás natural entre os dois países. O primeiro projeto resultante do acordo será uma parceria entre a Origem Energia e Engie.
Para assessores do Planalto, o documento, que será assinado pelos dois presidentes, cria uma situação para a Petrobras, que resiste a ampliar a oferta do gás a preços competitivos.
Também colabora em favor do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na disputa de forças com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O gás tornou-se o novo polo de atritos entre ambos, ainda segundo assessores.
Atualmente, a extração do gás natural é um problema para as petroleiras do mundo. O insumo é extraído dos campos junto com o petróleo, mas são separados e o gás é reinjetado.
Isso porque ainda não há infraestrutura suficiente para que o insumo seja distribuído pelo país –o que requer investimentos bilionários.
Hoje, a Petrobras afirma que o problema do gás é a falta de demanda, que faz o preço ser elevado.
Com a parceria, Silveira quer criar a demanda com os chamados Projetos de Estocagem Subterrânea. Com isso, criará um constrangimento na Petrobras, para que ela amplie a produção de gás na bacia de Sergipe, onde estará o primeiro projeto da parceria com a França.
Na avaliação da pasta, essa possibilidade vai baixar preços, garantir mais insumos para a indústria e cumprir as metas ambientais internacionais de redução de emissões de carbono. Ela dará também mais segurança energética, principalmente nos períodos de seca, que levam variações de oferta e demanda.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já se pronunciou publicamente sobre a ampliação da oferta de gás.
Técnicos do governo afirmam que a indústria química opera com 70% de ociosidade por falta de gás. Eles também informam que a mineradora Vale já envia o minério para ser beneficiado em Omã e no golfo do México, porque o preço do gás é mais baixo do que no Brasil.
Com os projetos que devem surgir com o acordo de cooperação, estima-se que o preço deve cair de US$ 14 para US$ 8 por MMBTU (milhão de BTU, unidade de energia necessária para elevar a temperatura da água em 17 graus Celsius).
O presidente da Petrobras já afirmou publicamente que a empresa não tem interesse em sonegar o gás para a sociedade.
Com Diego Felix
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