Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
PT avalia manutenção de déficit zero como erro político
Deputados consideram que não há chances de aprovação de medidas pró receitas necessárias para o cumprimento da meta; para revê-la depois, será preciso barganhar com centrão
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Deputados do PT avaliam que o presidente Lula errou ao adiar a revisão da meta de déficit fiscal para março do próximo ano.
Havia pressão pela ala política do governo, liderada por Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, pela revisão imediata da meta para algo entre 0,75% do PIB e 1% do PIB, respectivamente.
Como noticiou o Painel S.A., parlamentares do PT tinham apresentado duas emendas, prevendo ambas as metas de déficit.
Nesta quinta (16), o presidente Lula determinou que elas não prosperassem.
Com isso, o mandatário deu mais prazo para que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, consiga aprovar medidas no Congresso que tragam receitas extraordinárias.
Será preciso R$ 169 bilhões a mais para o cumprimento da meta de déficit zero.
Para os deputados do PT, no entanto, as chances de Haddad são mínimas. E isso custará ainda mais caro para o governo.
Se ele não for bem sucedido, além de contingenciamento e cortes de gastos, será preciso um aval do Congresso para gastos e a fatura a ser cobrada do Planalto pelos partidos do centrão será ainda maior.
Os parlamentares consideram que o mercado poderá, novamente, precificar essa barganha política, aumentando os juros futuros um pouco mais, algo que ocorreu quando o presidente Lula afirmou não ser mandatório ter déficit zero.
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