Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
Em manifesto, centrais criticam veto no TCU a parcelamento de recursos pelo BNDES
Banco estatal quer dividir R$ 22,6 bilhões a serem devolvidos neste ano em oito parcelas anuais; área técnica da corte de contas é contra
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Seis centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Nova Central) assinam um manifesto de apoio ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que enfrenta resistência no TCU (Tribunal de Contas da União) à proposta de parcelamento do que precisa devolver à União.
O documento será divulgado nesta sexta (17).O banco estatal pretende dividir em oito parcelas anuais de R$ 2,9 bilhões os R$ 22,6 bilhões que tem de devolver à União.
"Caso prevaleça a determinação da área técnica do TCU, haverá uma redução imediata da liquidez do BNDES em R$ 19,7 bilhões, com impacto negativo sobre a capacidade do banco em atender a demanda por crédito produtivo", escreve o banco.
"Com menos liquidez haverá, por exemplo, menos recursos disponíveis para investimentos de micro, pequenas e médias empresas, responsáveis por grande parte da geração de empregos no Brasil."
Em defesa de seu pleito, o BNDES diz que há precedente para revisão do cronograma de pagamentos estabelecido junto ao Ministério da Fazenda e TCU. Devido à pandemia, houve autorização para rescalonamento dos pagamentos.
Defende ainda que, apesar da melhora recente no mercado de trabalho, o Brasil ainda conta com 8,6 milhões de trabalhadores desempregados e 3,7 milhões em situação de desalento.
"A expansão do crédito é indispensável para continuar melhorando o mercado de trabalho", diz o BNDES.
Com Paulo Ricardo Martins
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