Editado por Guilherme Seto (interino), espaço traz notícias e bastidores da política. Com Catarina Scortecci e Danielle Brant
Resolução do PT manda recado velado contra Cristiano Zanin
Trecho de documento do diretório nacional, proposto pela presidente do partido, elogia decisões que tiveram oposição de novo ministro do STF
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Resolução do diretório nacional do PT divulgada nesta quarta-feira (30) manda um recado velado para o ministro do STF Cristiano Zanin, que tem dado decisões conservadoras.
Um trecho do texto, proposto pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, faz referência elogiosa a uma série de decisões recentes tomadas pela corte, mas que tiveram oposição do ex-advogado de Luiz Inácio Lula da Silva.
"No momento em que o Supremo Tribunal Federal deve retomar o julgamento do marco temporal, manifestamos a expectativa de que a Suprema Corte reafirme os direitos dos povos indígenas, como ocorreu em decisões anteriores. Esta expectativa de uma atuação em defesa da civilização é reforçada por recentes decisões e avanços do STF neste sentido", diz a resolução.
O partido cita então a equiparação da ofensa contra pessoas LGBTQIA+ ao crime de injúria racial, a abertura de ação sobre a violência contra povos indígenas Guarani-Kaiowa pela PM do Mato Grosso do Sul; a manutenção do princípio da insignificância e o avanço na descriminalização do porte de maconha para uso pessoal.
A ideia, segundo o Painel apurou, era expressar "desconforto" com Zanin. A proposta de Gleisi enfrentou resistência interna, no entanto.
Alguns dirigentes do partido argumentaram que não era hora de comprar uma briga aberta com o novo ministro, ainda que ele não tenha sido citado nominalmente. Neste momento, seria preferível tratar do tema em privado. A posição da presidente do partido acabou prevalecendo, contudo.
Outra decisão do partido foi referente à política de alianças para a eleição municipal de 2024. Foram autorizadas coligações com partidos de esquerda e legendas que apoiaram Lula no ano passado.
O PT, como era esperado, vetou que candidatos estejam junto de políticos bolsonaristas. Não houve, no entanto, veto a nomes de partidos como PP, Republicanos ou mesmo PL que não são identificados com o ex-presidente.
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