Siga a folha

Descrição de chapéu LGBTQIA+

Entidades LGBTQIA+ estudam entrar com ação pública contra sertanejo Bruno por fala transfóbica

Segundo organizações, processo é recado à sociedade de que preconceito não deve ser tolerado

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

A Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (Abrafh) avaliam entrar com uma ação civil pública contra o cantor Bruno, da dupla com Marrone, por uma pergunta transfóbica que ele fez à repórter trans Lisa Gomes, da RedeTV!.

Bruno e Lisa Gomes - Reprodução/Montagem

Em evento na semana passada, em São Paulo, o sertanejo questionou a jornalista: "Você tem pau?". Dias depois, após a grande repercussão do caso na mídia, Bruno se desculpou pelo episódio.

O entendimento da entidades é de que houve dano moral coletivo. "Nós estamos fazendo uma análise interna sobre as medidas que podemos adotar, mas o mais provável é uma ação civil pública, porque esse tipo de ofensa é muito usada contra a coletividade de pessoas trans", diz a advogada Amanda Souto Baliza, que representa as duas organizações.

"É um tipo de ação que, caso a pessoa seja condenada, não é a vítima que ganha o valor da indenização. Esse recurso é destinado a fundos para iniciativas de enfrentamento a esse tipo de violência", detalha a advogada.

"É uma ação que manda uma mensagem à sociedade de que esse tipo de piada, esse tipo de preconceito não deve ser mais tolerado", destaca ela.

A Aliança e a Abrafh são autoras de outros processos semelhantes, como o que levou à condenação, em primeira instância, do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet a pagar R$ 5 milhões após falas racistas e homofóbicas direcionadas a Lewis Hamilton em uma entrevista no YouTube.

Recentemente, as entidades também entraram com um processo judicial pedindo que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) seja condenado a pagar R$ 5 milhões por danos morais coletivos. Em 8 de março deste ano, o parlamentar fez um comentário transfóbico na tribuna da Câmara dos Deputados.

Segundo a advogada Amanda, a ação pública não inviabiliza que a repórter Lisa Gomes também processe o cantor. A jornalista já manifestou o desejo de acionar o sertanejo judicialmente.

"Quando há uma vítima direta, é importante que ela tenha essa autonomia do que ela quer fazer. A gente tem que entender primeiro o que a vítima vai decidir, e depois tomamos uma decisão enquanto entidade", diz a advogada. A equipe jurídica das entidades analisa o valor que poderá ser pedido na ação pública contra Bruno.

Em vídeo de desculpas publicado em seu Instagram, o sertanejo classificou seu ato de "infantil e inconsequente". "Eu estou aqui para pedir desculpas para a Lisa Gomes pelo que perguntei para ela. Fui totalmente infantil, fui totalmente inconsequente e quero pedir desculpas. Acho que não tem como voltar no tempo e é pedir perdão", disse.

Ao F5, Lisa disse que na noite de segunda-feira (15) Bruno ligou para ela e que a conversa foi "tensa". "Eu falei tudo o que eu queria. Arrependido, ele disse que sim, mas não acreditei muito", diz.

Em seu perfil no Instagram, Lisa fez um desabafo sobre como se sentiu menosprezada pelo comentário. "Retratação é reconhecer que não foi legal e que machucou uma comunidade que busca por respeito. Hoje sirvo de representatividade para tantas mulheres trans que querem trabalhar e exercer suas funções", afirmou.

O episódio aconteceu na última sexta-feira (12), nos bastidores do show da dupla em uma casa de show, em São Paulo. A repórter do TV Fama acabou sendo surpreendida pela indiscrição do sertanejo. "Como assim?" respondeu Lisa não acreditando na pergunta de Bruno. O sertanejo, então, apontou para as partes íntimas da repórter e repetiu: "Pau, pau". Lisa fechou a cara e continuou trabalhando.


TABLADO

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-S), a cantora Ceumar e o presidente do Instituto Tomie Ohtake, o arquiteto Ricardo Ohtake, prestigiaram, na sexta (12), a estreia da ópera "O Guarani", no Theatro Municipal de São Paulo.

A montagem é assinada por Ailton Krenak e Cibele Forjaz. O líder indígena propõe uma releitura da obra-prima de Carlos Gomes excluindo o balé e inserindo música indígena no espetáculo. A ópera tem a participação da Orquestra e do Coro Guarani do Jaraguá.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas