Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".
A briga pela bala e a veterana defensora das armas
Quem está interessado na abertura do mercado para os fabricantes internacionais?
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A Taurus aborreceu-se com a decisão do Exército de propor a suspensão definitiva da exigência de fiscalização para a importação de armas e munições. A barreira seria substituída pela certificação internacional dos produtos.
Veterana defensora da venda de armas, a Taurus celebrizou-se em 1999, quando seu presidente Carlos Alberto Murgel explicou: "Não é o revólver, a faca ou o porrete que comete assassinato, que mata, que agride. São as pessoas que fazem isso".
De lá para cá o governo brasileiro passou a estimular a posse de armas e o mercado nacional tornou-se mais atrativo.
Com várias fábricas e uma montadora nos Estados Unidos, onde ela se tornou uma empresa poderosa, a Taurus exporta a maior parte de sua produção.
O afrouxamento da fiscalização para a importação de armas atrairá mais fornecedores para o mercado brasileiro.
Diante desse risco, a indústria advertiu: a nova regra "incentiva empresas como a Taurus, que possuem fábrica no exterior, a reduzirem os investimentos no Brasil, passando a produzir mais unidades no exterior e exportarem para o Brasil, já que essa falta de isonomia cria custos que tiram a competitividade da indústria nacional".
Nos últimos 50 anos, esse tem sido o argumento de todas as indústrias para fechar o mercado nacional.
Como agora as armas caíram na roda, o debate seria enriquecido se algum interessado colocar no pano verde uma nova vertente:
Quem está interessado na abertura do mercado brasileiro para os fabricantes internacionais de armas?
Talvez algum conhecedor do mercado saiba, pois até 2018 a turma da bala parecia formar um sólido bloco.
Afinal, como disse Carlos Alberto Murgel na defesa das armas, não são as canetas que fazem as normas: "São as pessoas que fazem isso".
Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e tem um fraco por bandidos desde o milênio passado, quando o assaltante Lúcio Flávio ensinou que "bandido é bandido e polícia é polícia".
Com tantos maganos prometendo combater a corrupção, o cretino acha que deveria ser organizada alguma homenagem aos assaltantes que levaram o carro da senhora Rosyneide Cordeiro, em Cariacica (ES), há uma semana.
Ela estava com suas duas crianças e os bandidos mandaram que saíssem do veículo, levando-o.
No carro estava a cadeirinha especial do menino Kauã, de 4 anos, avaliada em R$ 17 mil. Dois dias depois, o carro foi devolvido, com um bilhete:
"O crime pede perdão. Na hora da tensão, não deu para ver o problema da criança. E o carro está sendo devolvido".
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters