Os ursos polares podem desaparecer da baía de Hudson, no Canadá, como resultado da mudança climática, de acordo com um estudo publicado na quarta-feira (13).
Se a temperatura média global subir acima de 2°C, o período de glaciação dessa enorme massa de água no norte do país será drasticamente reduzido. Com o derretimento, os ursos polares não poderão se movimentar livremente para caçar focas, sua principal fonte de alimento, especialmente no sul.
"Esses ursos provavelmente não conseguirão sobreviver nessa região", disse a principal autora do estudo, Julienne Stroeve, especialista em mudança climática da Universidade de Manitoba.
No médio prazo, o mesmo aconteceria com a parte oeste da baía, se o aumento da temperatura ficar entre 2,2°C e 2,6°C.
A temperatura média global já está 1,2°C acima da média pré-industrial (1850-1900), e os indicadores apontam para um aumento de 2,9°C até 2100, de acordo com a ONU. Um aquecimento planetário de 2°C é limite máximo estabelecido no Acordo de Paris de 2015 para combater os piores efeitos da mudanças do clima.
O estudo, publicado na revista Communications Earth and Environment, diz que na última década o período sem gelo na baía de Hudson foi estendido em um mês. Com um aumento de 2°C, a parte sul da baía permaneceria sem gelo por mais de 180 dias, ou quase metade do ano.
Stroeve explica que esses períodos de degelo começarão a ser longos demais para os ursos polares. "Eventualmente, eles não conseguirão sobreviver", afirma.
Outros estudos, porém, destacam a flexibilidade dos ursos para se adaptarem à mudança climática. De acordo com o relatório "Situação dos Ursos Polares" da Global Warming Policy Foundation, o número de ursos no sul da baía de Hudson aumentou 30% em 2021, enquanto no oeste permaneceu inalterado.
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