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ONU aconselha reduzir pela metade o uso de plásticos descartáveis para conter poluição

Novo relatório reforça reutilização, reciclagem e adoção de alternativas na utilização do material

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RFI

O mundo deve reduzir pela metade o uso de plásticos descartáveis e adotar massivamente um novo comportamento que inclua a "reutilização, a reciclagem e novas alternativas a esse material para diminuir a poluição crescente". É o que aponta um relatório das Nações Unidas publicado nesta terça-feira (16). O documento não estabelece, no entanto, uma meta global de redução da produção de plásticos.

O estudo foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

"Os plásticos desempenham um papel positivo na sociedade de várias maneiras", escreve inicialmente a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen. "No entanto, há um outro lado da moeda: a forma como produzimos, usamos e descartamos os plásticos polui os ecossistemas, ameaça a saúde humana e animal e desestabiliza o clima."

Plástico no meio do lixo às margens do rio poluído rio Las Vacas, em Chinautla, Guatemala - John Ordonez/AFP

Em 2019, foram produzidos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos em todo o mundo, dos quais 22% acabaram abandonados, ou seja, depositados em lixões, queimados a céu aberto ou lançados na natureza.

O relatório recomenda "em primeiro lugar, eliminar os plásticos problemáticos e desnecessários", em particular "reduzindo pela metade a produção de plásticos descartáveis".

O PNUMA não menciona diretamente uma meta de redução da produção de plásticos, que pode dobrar até 2040. A pesquisa estima que até esta data o plástico poderia emitir 19% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Plástico abandonado no meio ambiente

Em contraste, o programa da ONU destaca uma meta de redução da poluição, prevendo 408 milhões de toneladas de resíduos a serem gerenciados em 2040 se o atual modelo econômico continuar. Isso se traduziria em 227 milhões de toneladas de plásticos abandonados no meio ambiente.

Para evitar isso, ele incentiva a comunidade internacional a adotar um "cenário de mudança sistêmica", baseado em "três mudanças de mercado: reutilizar, reciclar, diversificar".

"Promover a reutilização, venda a granel, sistemas de depósito, recolhimento de embalagens, podem reduzir a poluição plástica em 30%", estima o relatório.

"Uma redução adicional de 20% pode ser alcançada se a reciclagem se tornar mais estável e lucrativa", completa o documento, "eliminando os subsídios aos combustíveis fósseis" que tornam os novos plásticos muito baratos.

"Substituir embalagens por materiais alternativos (papel ou compostável) pode adicionar uma redução de 17%", acrescenta o relatório baseado em cálculos do Pew Charitable Trusts e do gabinete Systemiq.

"Mesmo com essas medidas, 100 milhões de toneladas de plásticos de uso único ainda precisarão ser processados a cada ano, até 2040, sem mencionar o legado considerável da poluição plástica existente", completa a pesquisa.

Essa transição economizaria US$ 4,5 bilhões, estima o PNUMA, que prevê a criação de 700 mil empregos com a mudança, principalmente em países pobres.

Para Hirotaka Koite, responsável do Greenpeace, "o relatório fica muito aquém das ambições necessárias" porque "não fala de uma redução da produção global". Na avaliação do grupo de proteção do meio ambiente, "tentaram mudar um cano, substituir as válvulas, mas não procuram fechar a torneira".

Com informações da AFP

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