Rio de Janeiro se mant�m em n�vel de desmatamento zero, diz ONG
O Rio de Janeiro permanece em n�vel de desmatamento zero de mata atl�ntica, segundo dados divulgados pela Funda��o SOS Mata Atl�ntica e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em um estudo dedicado ao Estado do Atlas dos Remanescentes Florestais da mata atl�ntica. A unidade da Federa��o j� foi uma das campe�s de desmatamento deste bioma no passado.
"Teve menos de um quil�metro quadrado de desmatamento nos �ltimos levantamentos anuais. Desde 2011, o Rio de Janeiro se encontra no n�vel de desmatamento zero", disse a diretora-executiva da Funda��o SOS Mata Atl�ntica, Marcia Hirota.
Entre 2014 e 2015, foram 27 hectares (um hectare tem uma �rea equivalente � de um campo de futebol) desmatados. No per�odo de 1985 a 2015, foram regenerados no Estado 4.092 hectares, ou o equivalente a 40,92 km�, diz o estudo divulgado nesta segunda (6).
T�nia R�go/Arquivo/Ag�ncia Brasil | ||
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No per�odo de 1985 a 2015, foram regenerados no estado 4.092 hectares |
Marcia Hirota diz que, � medida em que se tem o controle do desmatamento, principalmente das �reas acima de 13 hectares, porque ainda ocorre desmatamento no Rio de Janeiro com a extens�o urbana, o desafio agora � aumentar a cobertura florestal nativa, em especial nas �reas de preserva��o permanente.
O levantamento visa a alertar o Poder P�blico, as autoridades e os propriet�rios de terra sobre a import�ncia de proteger a Mata Atl�ntica e promover a recupera��o florestal.
REGENERA��O
Em todos os 92 munic�pios fluminenses t�m ocorr�ncia de mata atl�ntica. Desse total, o Atlas identificou regenera��o em 77. Os munic�pios que apresentaram mais �reas regeneradas no per�odo compreendido de 1985 a 2015 foram Casimiro de Abreu, com 267 hectares (ha); Itaperuna (223 ha); Duas Barras (220 ha); Rio de Janeiro (209 ha); Vassouras (203 ha).
A diretora disse que a �rea da Bacia do Rio S�o Jo�o, que registra a ocorr�ncia do mico le�o dourado, onde existem v�rias reservas particulares, tem contribu�do para a forma��o de um corredor e a interliga��o dessas florestas para garantir a biodiversidade da regi�o.
N�o foram descobertos pelo estudo os fatores que contribu�ram para a regenera��o da mata atl�ntica no Estado. Marcia avaliou que algumas �reas que sofreram queimadas ou foram desmatadas e depois abandonadas podem ter tido um processo de regena��o natural. Em outras, a regenera��o foi provocada pela a��o do ser humano, por meio do plantio de mudas de esp�cies nativas, em a��es de restaura��o florestal.
De acordo com o Atlas, a mata atl�ntica cobria originalmente 100% da �rea do Estado do Rio de Janeiro, o que corresponde a cerca de 4,37 milh�es de hectares. Hoje, restam 820,23 mil hectares desse bioma. "Somando a isso todas as �reas naturais, n�o chega a 21% do total do Estado", disse Marcia.
Apesar de o Rio de Janeiro ter alcan�ado o posto de Estado com n�vel de desmatamento zero, ele ainda integra a lista dos munic�pios que mais desmataram no per�odo pesquisado, com 13 representantes. O Atlas mostra que, juntos, esses munic�pios desmataram 94,82 mil hectares de Mata Atl�ntica, o correspondente � �rea do munic�pio de Nova Friburgo (RJ).
COMPROMISSO
Marcia destacou a exist�ncia de um esfor�o governamental para a regenera��o da mata atl�ntica no Brasil. O pa�s assumiu o compromisso, no Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015, de restaurar 12 milh�es de hectares at� 2030.
O Brasil integra tamb�m um pacto pela regenera��o da Mata Atl�ntica que re�ne v�rias organiza��es, cuja meta definida � de 15 milh�es de hectares restaurados at� 2050.
"N�s temos muitas �reas que precisam ser restauradas, recuperadas, especialmente para garantir servi�os ambientais como, por exemplo, �guas". A mata ciliar tem um papel importante nesse processo para evitar assoreamento, para proteger os solos nas margens dos rios, garantir qualidade e quantidade de �gua para o consumo.
"N�s precisamos fazer com que a floresta garanta os servi�os ambientais e que isso seja feito a partir de esfor�os coletivos. Poder p�blico, iniciativa privada, fontes de financiamento e propriet�rios de terras t�m de se aliar nesse esfor�o, de modo a contribuir para o desenvolvimento, aliado � restaura��o florestal, gerando empreendedorismo, trabalho, renda. � uma agenda positiva para o pa�s", disse.
Para M�rcia, isso depende tamb�m de maior sensibiliza��o da popula��o. "Come�a dentro de casa, no nosso bairro. Voc�s do Rio de Janeiro s�o privilegiad�ssimos. Em qualquer lugar que esteja, est� pr�ximo de uma floresta, riqueza em termos de esp�cies animais, vegetais. Isso faz muita diferen�a". Segundo ela, um ambiente com menos polui��o, melhor qualidade de vida, garante tamb�m mais sa�de e bem-estar para a popula��o.
"� muito o que a gente vem refor�ando, que todo mundo tenha um ambiente melhor e que esse ambiente melhor tamb�m seja compartilhado com as futuras gera��es".
O Atlas mostra, ainda, que o Estado do Rio de Janeiro se preocupa em ampliar as unidades de conserva��o privadas, chamadas Reservas Particulares do Patrim�nio Natural (RPPNs), totalizando 150 unidades desse tipo. Os destaque s�o os munic�pios de Nova Friburgo e Silva Jardim, com 20 reservas privadas, cada.
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