Juca Kfouri

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Opinião

Seleção empata jogo para ser visto no celular

Sabe lá o que é jogar contra um time de garotos que apenas não quer levar gol e encara o jogo como o de suas vidas, porque é contra os representantes do futebol que um dia foi pentacampeão mundial?

Foi isso que a Seleção Brasileira encontrou na seleção da Costa Rica agora há pouco em Los Angeles, na Califórnia.

Só furou a retranca pouco antes dos 30 minutos, fruto de bola parada com desvio de Rodrygo e gol de Marquinhos, mas anulado pelo VAR três minutos depois.

Costa Rica não jogava por uma bola, como se diz. Jogava por bola nenhuma, desde que não entrasse em sua meta.

Com Raphinha errando 80% dos lances que tentava pela direita e Vinicius Júnior, pela esquerda, nem sombra do que é no Real Madrid, também porque pouco apoiado, o primeiro tempo foi duro, de ver.

E com os brasileiros nervosos, contra um time inexperiente.

Será que Vini é o inverso de James Rodriguez?

O brasileiro arrasa no Real e até hoje não brilhou na Seleção.

O colombiano dorme no São Paulo e arrasa na seleção colombiana.

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Que Dorival Júnior saísse de seus cuidados e voltasse com Endrick no lugar do atrapalhado Raphinha era o desejo deste pobre blogueiro.

E que hidratasse os jogadores com chá de maracugina porque, cá entre nós, ficar nervoso contra a Costa Rica não faz o menor sentido.

Os costa-riquenhos não faziam a menor cerimônia para truncar o jogo com faltas e demorar o que podiam para repor a bola, no que, diga-se, estavam no papel deles.

Rodrygo era o único atacante lúcido em campo, o meio-de-campo não armava e a defesa não era exigida.

Era jogo para ver no celular, à altura do gramado de dimensões mínimas.

Aos 62, Lucas Paquetá acertou a trave de fora da área, em raro momento de emoção na verdadeira briga de galo vista no milionário estádio americano.

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Enfim, aos 65, Dorival Júnior, vestido de Zagallo, resolveu botar Savinho e Endrick nos lugares de Raphinha e Vini, aos 70. Meu deus! O Vini! Por que não tirou João Gomes ou Bruno Guimarães?

Saiu o cara que, mesmo mal, pode decidir numa jogada e fica volante sem função. Tsk, Tsk, Tsk.

Na primeira bola que pegou, Savinho fez mais que Raphinha no jogo inteiro e quase saiu um gol contra, diante de mais de 67 mil espectadores decepcionados com o que viam — ou com o que não viam.

Como miséria pouca é bobagem, Éder Militão teve de fazer falta que valeu cartão amarelo. Que fase!

Gabriel Martinelli em campo, agora sim no lugar de João Gomes, nada contra ele, ao contrário, mas não fazia o menor sentido manter dois volantes.

Ansiosos, nervosos, à beira de um ataque de nervos, a Seleção sufocava e errava na hora agá.

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Nesta terça-feira, às 9h, se você gosta de cobras e lagartos, não perca o Posse de Bola Especial Copa América.

Prometo não dizer que eu avisei.

Nunca a seleção principal do Brasil havia empatado com a Costa Rica.

Imagine os argentinos, os colombianos e os uruguaios vendo o jogo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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