Fotos: Foca Lisboa / UFMG |
Na manh� desta ter�a-feira, 18, um debate sobre o financiamento da ci�ncia e tecnologia (C&T) foi o destaque da programa��o da Semana do Conhecimento da UFMG. A mesa-redonda Fomento sustent�vel da pesquisa no Brasil reuniu pesquisadores e especialistas na �rea. Durante a mesa, os convidados abordaram a evolu��o da pesquisa no pa�s e como o campo da ci�ncia � importante para o desenvolvimento social e econ�mico brasileiro. Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci�ncia (SBPC), destacou que o Brasil ainda investe pouco em pesquisa, ficando atr�s de muitos pa�ses nos rankings mundiais de investimento em C&T. �Os Estados Unidos investem 2,8% de seu produto interno bruto (PIB) em pesquisa. A Su�cia investe 3% e a Cor�ia do Sul, 4%. Hoje, nosso investimento gira em torno de 1%, o que � muito pouco at� para pa�ses emergentes, se levarmos em conta que a China j� investe 2,1% e pretende, at� 2020, investir 2,8% de seu PIB na �rea de C&T�, explicou Helena [em foto ao lado] O presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, discordou da presidente da SBPC ao afirmar que a parcela do PIB que o pa�s dedica ao campo da ci�ncia e da tecnologia n�o � insuficiente. Segundo ele, faltam foco e planejamento no modo como o pa�s investe no campo. �Falta-nos uma vis�o de futuro. Precisamos criar estrat�gias de coopera��o entre as universidades e as empresas para alavancar os resultados de C&T, mesmo em um contexto de redu��o de gastos p�blicos como o previsto pela PEC 241/2016�, disse. Investimentos em risco �O dinheiro que o pa�s investe em educa��o e pesquisa j� � pequeno, e a previs�o � de que diminua muito mais, o que tornaria a pesquisa brasileira insustent�vel. A PEC 241 coloca em risco todas as conquistas do governo Lula, que acreditou e investiu no ensino e na pesquisa do Brasil. Educa��o, ci�ncia e tecnologia n�o s�o gastos, s�o investimentos�, afirmou Helena Nader. A pesquisadora acrescentou que mudan�as na constitui��o s�o sempre delicadas. �Um ajuste fiscal que comprometa a educa��o e a sa�de � um tiro no p�. Se precisarmos mudar a constitui��o toda vez que passarmos por uma crise econ�mica ficar� claro que algo n�o est� funcionando em nosso sistema pol�tico�, acrescentou. O reitor Jaime Ram�rez endossou a an�lise da presidente da SBPC. �Como cidad�o, vejo qualquer altera��o na nossa Constitui��o como um desrespeito. A grande maioria da popula��o brasileira n�o � contra o limite de gastos do governo, mas, sim, como esse limite est� proposto na PEC. A UFMG se manifesta contra a PEC e temos clareza de que ela necessita de reparos profundos que preservem o que � fundamental, como a educa��o e a sa�de�, disse. Tamb�m participaram da mesa-redonda o pr�-reitor de pesquisa da UFMG, Ado Jorio de Vasconcelos, o secret�rio de Desenvolvimento Tecnol�gico e Inova��o do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es (MCTIC), Alvaro Toubes Prata, e o presidente da Funda��o de Amparo � Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), Evaldo Vilela.
Os poss�veis impactos da Proposta de Emenda Constitucional 241/2016 foram destacados pelos participantes da mesa que, em sua maioria, veem a PEC como um retrocesso para a educa��o e para a pesquisa em ci�ncia e tecnologia do pa�s.