Universidade Federal de Minas Gerais

Transtornos alimentares demandam tratamento multiprofissional, recomenda pesquisador

terça-feira, 9 de março de 2010, �s 6h54

Ao contr�rio do que acredita a maioria das pessoas, a insatisfa��o est�tica das mulheres n�o � a �nica causa dos transtornos alimentares. A bulimia e a anorexia, dist�rbios mais comuns em adolescentes e jovens mulheres, t�m origens em instabilidades emocionais aliadas � ansiedade.

O professor do Departamento de Cl�nica M�dica da Faculdade de Medicina da UFMG, Henrique Torres, elucida que a jovem que desenvolve a bulimia ou a anorexia, muitas vezes, est� vivendo um conflito pessoal. �O div�rcio dos pais, a morte de uma pessoa querida, uma press�o muito grande na escola, ou um fracasso no vestibular, por exemplo, podem desencadear esses transtornos�, enumera.

Ele ressalta ainda que as doen�as s�o, na verdade, fruto da busca de identifica��o com um modelo. �A pessoa busca ser algu�m que pare�a diferente do que ela �: que prometa ser um caminho diferente, no momento em que ela est� vivendo alguma dificuldade. Ao se identificar com esse modelo, a jovem, muitas vezes, radicaliza. Ela quer ser muito mais do que o pr�prio modelo pode oferecer�, explica.

De acordo o professor, a mulher que sofre de dist�rbios alimentares raramente busca ajuda voluntariamente. �Fica a cargo dos parentes mais pr�ximos procurar ajuda e indicar o tratamento. Muitas vezes, a pessoa nega o transtorno. S� depois � que ela vai percebendo as consequ�ncias dos h�bitos desencadeados durante a doen�a�, explica.

Sintomas
Segundo Henrique, a anorexia � mais f�cil de ser identificada. �H� uma mudan�a no comportamento alimentar que � observ�vel. A menina come�a a perder muito peso e a ingerir menos alimentos�, observa.

A bulimia, por sua vez, apresenta menos sinais f�sicos, j� que a perda de peso pode n�o ser t�o acentuada, como na anorexia. �A pessoa bul�mica, entra em um processo de compuls�o. Junto aos v�mitos, ela tamb�m come compulsivamente. O que torna a identifica��o mais dif�cil � que esses h�bitos s�o feitos �s escondidas. A pessoa tem poucos sinais externos�, esclarece.

Mas a mudan�a de h�bitos alimentares tamb�m est� presente na bulimia. Henrique alerta que os principais sinais s�o as idas frequentes ao banheiro e as refei��es s�o feitas em hor�rios diferentes, sem a presen�a da fam�lia.

Complica��es do paciente
Al�m da perda de peso excessiva, outros problemas acometem as mulheres que sofrem dos transtornos alimentares. �A perda de peso pode levar a problemas hormonais que podem desencadear a menorr�ia, ou seja, a menstrua��o � interrompida. Estes problemas tamb�m podem reduzir a incorpora��o de c�lcio, na fase em que essas meninas mais deveriam incorporar este mineral. Isso � muito grave e pode levar � osteoporose�, alerta.

As bul�micas podem desenvolver outras complica��es, como os dist�rbios eletrol�ticos. �Pode haver uma baixa de pot�ssio no sangue e baixa de magn�sio, al�m de hipotens�o e arritimias card�acas que, em casos mais extremos, podem at� levar � morte�, adverte.

Ajuda
Ao perceber as altera��es no comportamento da jovem, � importante que os pais procurem um bom profissional para orient�-los. O professor aconselha que o mais adequado � buscar ajuda de um m�dico que tenha compreens�o desse processo. �Cl�nicos, endocrinologistas, nutr�logos, psiquiatras ou psic�logos s�o boas op��es. Pode haver a necessidade de o psic�logo encaminhar o paciente para um m�dico que possa medicar ou fazer a abordagem nutricional, por exemplo. Mas a conforma��o multiprofissional � a melhor para atender este tipo de paciente� sugere.

(Assessoria de Comunica��o da Faculdade de Medicina)