Universidade Federal de Minas Gerais

Jurandira Gon�alves
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Acriar: pesquisa com prematuros

Projeto acompanha beb�s prematuros e pesquisa o desenvolvimento infantil

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007, �s 8h37

Os beb�s que nascem prematuros ficam com seq�elas? Quais s�o as mais recorrentes? � poss�vel preveni-las? Essas perguntas motivaram o projeto Avalia��o do desenvolvimento motor: estudos sobre a prematuridade e a coordena��o motora na crian�a, pela UFMG, em 2004.

Financiado pela Fapemig e gerenciado pela Fundep, o trabalho mostrou que 11% das crian�as nascidas prematuras e com peso abaixo de 1,5 kg tiveram atraso evidente no desenvolvimento, diagnosticado no primeiro ano de vida. Entre as crian�as, aparentemente normais, acompanhadas at� os 7 anos de idade, 57% tiveram problemas de coordena��o motora.

Outro aspecto revelado � que muitas dessas crian�as apresentavam d�ficit de aten��o e sinais de hiperatividade. �Observamos tamb�m que, quanto mais problemas ocorrem logo ap�s o nascimento e quanto mais tempo o beb� respira com a ajuda de aparelhos, mais vulner�vel ele fica para problemas motores�, analisa a coordenadora do projeto, L�via de Castro Magalh�es.

A professora da Escola de Educa��o F�sica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG conta que, para chegar a esses resultados, o projeto atua em duas linhas de a��o: trabalho assistencial de acompanhamento dos beb�s prematuros nascidos no Hospital das Cl�nicas, em Belo Horizonte, e pesquisa sobre o impacto da prematuridade no desenvolvimento infantil. O trabalho � desenvolvido no Ambulat�rio da Crian�a de Risco (Acriar/UFMG), que conta com uma equipe interdisciplinar � formada por terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudi�logos, pediatras, neurologistas e psic�logos � que acompanha beb�s com menos de 1,5 kg e 34 semanas.

Esse acompanhamento continua at� quando a crian�a completa os 7 anos de idade. �Nessa fase, fazemos uma avalia��o mais detalhada da coordena��o motora, por meio de testes com a crian�a e question�rios com pais e professores�, detalha L�via. Durante essa atividade, percebeu-se que eram necess�rios instrumentos de avalia��o mais espec�ficos para a realidade da crian�a brasileira.

�Todos os profissionais utilizam m�todos internacionais, que s�o voltados para meninas e meninos de pa�ses ricos e desenvolvidos. Por isso, come�amos a desenvolver em 2000, paralelo ao acompanhamento das crian�as, um teste brasileiro para detectar os problemas de coordena��o motora�, explica a coordenadora do projeto.

Assim, criou-se a Avalia��o da Coordena��o e da Destreza Motora (Acoordem). O objetivo do teste � oferecer aos terapeutas meios simples e precisos para identificar crian�as que apresentam atraso motor ou transtorno do desenvolvimento da coordena��o. Os itens do teste requerem movimentos das m�os, do corpo e das pernas e foram criados levando em considera��o as brincadeiras infantis da cultura brasileira, como amarelinha e jogos com bolas. Problemas de coordena��o motora, como os observados nas crian�as prematuras, afetam cerca de 6% de todas as crian�as em idade escolar, sendo importante identific�-los

�Dessa forma, ser� poss�vel um tratamento mais eficiente, evitando que a crian�a sinta-se exclu�da e fique com baixa-estima porque n�o consegue correr, brincar e escrever igual a outras da sua idade�, acredita a professora L�via.

Movimentos
Os itens do teste foram pilotados no projeto de �Avalia��o do desenvolvimento motor�, sendo poss�vel escolher aqueles que funcionam melhor para identificar atraso motor em crian�as de 4 a 8 anos de idade. Nessa primeira fase de exame da validade dos itens, a Acoordem foi usada com meninos e meninas de 4, 6 e 8 anos, que tiveram seus movimentos avaliados por terapeutas.

Al�m disso, pais e professores responderam a question�rios sobre o desempenho da crian�a em tarefas motoras simples, observadas em casa e na escola. A pr�xima etapa � a aplica��o do teste em um n�mero maior de crian�as para saber qual � o desempenho t�pico de crian�as brasileiras nas atividades motoras requeridas no teste. Com base no perfil da crian�a t�pica, pode-se identificar aquelas que apresentam atraso no desenvolvimento.

Na linha de pesquisa sobre prematuridade, outro trabalho a ser realizado � criar estrat�gias para diminuir a evas�o de crian�as acompanhadas. �O projeto atualmente conta com mais de 800 crian�as cadastradas, mas cerca de 27% das meninas e dos meninos n�o continuam at� os 7 anos de idade por causa da situa��o financeira de sua fam�lia, da dist�ncia a ser percorrida � visto que atendemos muitas crian�as do interior do estado � e da inexist�ncia de uma pol�tica p�blica de acompanhamento de prematuros, que enfatize para os pais a import�ncia de se dar mais aten��o ao desenvolvimento de crian�as que nascem prematuras�, afirma a coordenadora do projeto. (Jornal da Fundep, n. 31)

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