A UFMG realiza, no pr�ximo ano, vestibular espec�fico para dois cursos a dist�ncia - licenciatura em Qu�mica e em Ci�ncias Biol�gicas -, com oferta exclusiva para as regi�es de Ara�ua�, Montes Claros, Te�filo Otoni, Governador Valadares e Frutal.
Poder�o concorrer �s 250 vagas professores que lecionam a pelo menos um ano nas redes p�blicas dessas regi�es, com reg�ncia nas disciplinas ofertadas.
A oferta de cursos de gradua��o na modalidade a dist�ncia foi aprovada na �ltima semana pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extens�o (Cepe) e pelo Conselho Universit�rio.
Para o reitor Ronaldo Pena, a aprova��o dos cursos inaugura uma nova fase do ensino de gradua��o na UFMG, �o que a torna ainda mais contempor�nea do seu tempo�.
Financiada pelo Programa Pr�-Licenciatura, do Minist�rio da Educa��o (MEC), a iniciativa conta com apoio da Secretaria de Estado da Educa��o de Minas Gerais, de prefeituras e lideran�as locais.
Os cursos ampliar�o a presen�a da UFMG no estado e representam a contribui��o da Universidade � forma��o de professores de ci�ncias na rede p�blica.
Al�m do Pr�-Licenciatura, uma segunda perspectiva se abre para que a UFMG ofere�a cursos a dist�ncia. Trata-se do projeto Universidade Aberta do Brasil (UAB), tamb�m do MEC.
Criado em 2005, o projeto tem por objetivo articular e integrar um sistema nacional de educa��o superior a dist�ncia, em car�ter experimental, visando sistematizar as a��es, programas, projetos, atividades pertencentes �s pol�ticas p�blicas voltadas para a amplia��o e interioriza��o da oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no Brasil.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (www.uab.mec.gov.br) � uma parceria que envolve os tr�s n�veis governamentais (federal, estadual e municipal), universidades p�blicas e organiza��es interessadas.
Para o primeiro edital da UAB, a UFMG prop�s a oferta de cursos de gradua��o e de especializa��o, para atender solicita��es de mais cinco p�los municipais: Corinto, Formiga, Uberaba, Campos Gerais, Buritis e Conselheiro Lafaiete.
Mutir�o
A oferta das primeiras turmas de gradua��o a dist�ncia da UFMG representa o esfor�o de dezenas de pesquisadores que se empenharam na elabora��o de projetos pedag�gicos, material did�tico e uma plataforma de inform�tica para manter, na modalidade a dist�ncia, a tradicional qualidade dos cursos presenciais.
Desde o final de 2005, cerca de 20% dos professores do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) e do departamento de Qu�mica do Instituto de Ci�ncias Exatas (Icex) assumiram voluntariamente uma sobrecarga de trabalho, para construir projetos capazes de concorrer aos editais dos dois programas. "Sem contar o empenho na discuss�o e na elabora��o do projeto pedag�gico e do material did�tico", ressalta a professora Ione Maria Ferreira de Oliveira, ex-chefe do departamento de Qu�mica e atual Coordenadora da UAB na UFMG.
Credenciada pelo MEC, desde julho de 2005, para a oferta de cursos superiores a dist�ncia, a UFMG v� esta modalidade de ensino como "uma das formas de ampliar o �mbito de sua a��o educacional e como alternativa importante de oferta de ensino superior", segundo a coordenadora do Centro de Apoio � Educa��o a Dist�ncia (Caed), professora Maria do Carmo Vila.
Ela cita o d�ficit nacional de 250 mil professores com forma��o nas �reas de F�sica, Qu�mica, Biologia e Matem�tica, e acredita que o Pr�-Licenciatura e a cria��o da Universidade Aberta pelo MEC demonstram a tend�ncia, no pa�s, de seguir esse modelo para reduzir a demanda por cursos superiores.
Outro ind�cio de que a EAD receber� maior apoio governamental est� na resolu��o 39 do conselho deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o (FNDE/MEC), que estabeleceu, em agosto de 2005, os procedimentos para a apresenta��o, sele��o e execu��o de projetos de cursos de licenciatura, na modalidade educa��o a dist�ncia, para a forma��o inicial de professores das redes p�blicas sem licenciatura na disciplina em que exer�am a doc�ncia.
O documento reitera a "urg�ncia de investir esfor�os e recursos para melhorar a qualidade das escolas de ensino fundamental e m�dio", e lembra que o Plano Nacional de Educa��o estabelece como meta, a ser atingida at� 2010, o percentual de 70% dos professores da educa��o b�sica com forma��o espec�fica de n�vel superior.
Na UFMG, o Caed coordenado por Maria do Carmo Vila tem procurado atuar como agente catalisador, ao incentivar e apoiar iniciativas e pesquisas na �rea, captar recursos para a implementa��o de a��es, e incorporar tecnologias de informa��o, de comunica��o e de t�cnicas de Educa��o a Dist�ncia (EAD) aos m�todos did�tico-pedag�gicos.�
A professora Maria do Carmo Vila destaca o importante papel do pr�-reitor de Gradua��o, professor Mauro Braga, cujo empenho foi fundamental para a aprova��o da modalidade a dist�ncia pelos �rg�os de delibera��o superior da Universidade.
Parcerias
A implanta��o do Pr�-Licenciatura conta com parceria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que se responsabilizar� pela oferta do curso de Qu�mica para os p�los de Cataguases, Barbacena e Juiz de Fora, e a implanta��o dos dois cursos envolve financiamento do governo federal e da Secretaria de Estado da Educa��o. Os recursos federais referentes a 2006 j� foram liberados.
Eles ser�o utilizados na prepara��o da infra-estrutura b�sica para oferta dos cursos: compra de equipamentos para montagem de laborat�rios, produ��o do material did�tico e apoio administrativo e pedag�gico.
�Recebemos o valor aproximado de R$526 mil para o curso de Ci�ncias Biol�gicas e de R$711 mil para o de Qu�mica", diz Maria do Carmo Vila. J� o Governo de Minas assumiu a responsabilidade de realizar reforma ou constru��o dos pr�dios onde funcionar�o os p�los de EAD, nas cinco cidades.
"A Universidade, sozinha, n�o sustenta um empreendimento dessa grandeza", afirma a diretora do ICB, Maria Cristina Lima de Castro, ao ressaltar que apesar da relev�ncia social do projeto, a continuidade dos cursos depende de defini��es que ultrapassam o cotidiano dos departamentos acad�micos. "Quando o projeto ficou pronto, surgiu uma d�vida que remetemos � Congrega��o do ICB: o curso que montamos ter� car�ter permanente ou � espec�fico, para atender apenas a essa demanda?", conta a professora Denise Carmona, coordenadora do colegiado de Ci�ncias Biol�gicas.
A resposta da Congrega��o foi clara: a oferta � sob demanda, a menos que haja garantia de financiamento e mecanismos que evitem a sobrecarga de trabalho dos docentes. O assunto foi enviado pela diretoria do ICB � C�mara de Gradua��o, com a proposta de que a EAD seja incorporada �s fun��es normais do corpo docente. "� preciso que estas atividades constem da carga hor�ria oficial dos professores", refor�a a diretora, ao afirmar que diante do alto investimento na elabora��o do projeto de EAD, a Universidade "deve agora lutar para que esta seja uma atividade permanente".�
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