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Por , da Redação


O PlayStation VR2, ou PSVR 2, é o mais novo óculos de realidade virtual da Sony. Lançado em 23 de fevereiro com compatibilidade exclusiva para o PlayStation 5 (PS5), o acessório trouxe atualizações bem interessantes em relação à primeira versão. Agora, o feedback háptico do Dualsense pode ser sentido nos joysticks, que oferecem resistência nos gatilhos, e também na faixa que envolve a cabeça do usuário, tornando toda a experiência mais imersiva. Além disso, o óculos ganhou uma série de aprimoramentos, como áudio 3D, melhor resolução e taxa de quadros por segundo.

Tudo isso, no entanto, não é nada barato. O PSVR 2 tem preço sugerido de R$ 4.499 e o valor, que já é salgado, fica ainda pior para quem não dispõe de um PS5. O acessório, afinal, não funciona sem o console. Ou seja, se você quiser jogar games como Horizon: Call of the Mountain, por exemplo, vai ter que desembolsar uma boa grana. Mas, mesmo assim, será que o investimento vale a pena? Confira a análise do TechTudo para descobrir!

🎥 PSVR 2: testamos o novo óculos de realidade virtual da Sony

PlayStation VR 2 - Testamos o novo óculos de realidade virtual da Sony

PlayStation VR 2 - Testamos o novo óculos de realidade virtual da Sony

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O que mudou?

Em sua nova versão, o VR da Sony trouxe uma série de melhorias que resultam em uma experiência ainda mais profunda e imersiva. A começar pelas lentes que, agora, são 4K HDR OLED com resolução de 2000 x 2040p por olho. Isso possibilita que o jogador observe os ambientes em ângulos que chegam aos 110º. Na versão anterior do PSVR, lançada em 2016 para o PlayStation 4 (PS4), a resolução era de 960 x 1080p, com até 100º de ângulo de visão.

PlayStation VR 2 é o novo óculos de realidade virtual da Sony, que aprimorou tudo que já havia de bom na primeira versão — Foto: TechTudo/Fernando Braga
PlayStation VR 2 é o novo óculos de realidade virtual da Sony, que aprimorou tudo que já havia de bom na primeira versão — Foto: TechTudo/Fernando Braga

Por conta dessa atualização, tudo é bem mais detalhado e rico do que no periférico de 2016 – seja a ambientação dos games, cenários ou a textura das peles de seus personagens. Se antes, os jogos para PSVR tinham "downgrades" notáveis para que o visor desse conta de exibi-los, agora, essa diferença ficou praticamente imperceptível.

Um exemplo da geração passada que ficou marcado por esse estigma foi Resident Evil 7: Biohazard, que recebeu porte para o VR original. No game, os gráficos de alguns personagens, como Mia, cujo rosto constantemente aparecia em closes fechados para dar sustos em Ethan, foram bem criticados.

As lentes do PSVR 2 sofreram atualizações expressivas e, agora, têm suporte de resolução 4K — Foto: TechTudo/Fernando Braga
As lentes do PSVR 2 sofreram atualizações expressivas e, agora, têm suporte de resolução 4K — Foto: TechTudo/Fernando Braga

Além disso, o visor oferece 120 Hz de taxa de atualização, o que garante uma experiência bem mais fluida do que já havia sido visto no óculos. Em conjunto com o SSD do PS5, os games no VR 2 alcançam taxas de framerate de até 120 fps, atestando, mais uma vez, que não há a necessidade de adequar a performance dos jogos para o periférico conseguir dar conta deles. É bom, inclusive, ficar atento caso você sofra de cinetose (enjoo de movimento). Afinal, tanta fluidez pode, facilmente, deixar até os mais acostumados tontos.

Nos joysticks e na faixa em volta da cabeça, o VR 2 também herdou características do PS5. O feedback háptico do Dualsense foi implementado nos gatilhos dos controles do periférico, oferecendo o mesmo tipo de resistência, além de vibrações que simulam as condições vistas em tela. O visor também vibra de acordo com o que acontece – de forma menos específica do que os controles, mas ainda é um recurso que casou muito bem com a proposta do VR 2.

Em Resident Evil Village, por exemplo, além do jogador ter que fazer um movimento para pegar armas maiores nas costas, como a escopeta, é possível sentir as travas da arma nos gatilhos e o impacto de seus tiros, na faixa em torno da cabeça.

Os joysticks do PSVR 2 herdaram funções dos controles Dualsense do PS5 — Foto: TechTudo/Fernando Braga
Os joysticks do PSVR 2 herdaram funções dos controles Dualsense do PS5 — Foto: TechTudo/Fernando Braga

Outro ponto que sofreu uma mudança expressiva foi o sonoro. O PSVR 2 tem suporte ao áudio 3D, recurso que permite que o jogador identifique a direção de onde vem um som. Quanto a isso, vale mencionar que o periférico vem com fones de ouvido específicos para seu uso. Contudo, o recurso brilha mesmo com o uso de um headset com a mesma função, abafando os ruídos externos e trazendo o jogador para dentro do game. Nessas circunstâncias, a experiência, já muito acima da média, vai surpreender até os mais exigentes.

Diferentemente de sua versão passada, o PSVR 2 vem com quatro câmeras acopladas ao visor, o que dá suporte a uma nova função: a exibição transparente. Nela, é possível ver o mundo real em torno do jogador antes de entrar em um game, facilitando o processo de delimitar uma área para a jogatina. Mas, caso o player precise olhar o seu entorno rapidamente, esse recurso pode ser acessado a qualquer momento com o simples apertar de um botão no visor, o que traz ganhos significativos em termos de praticidade.

O recurso de exibição transparente permite que o jogador veja tudo ao seu redor usando as câmeras do vistor — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins
O recurso de exibição transparente permite que o jogador veja tudo ao seu redor usando as câmeras do vistor — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins

O periférico também consegue identificar os dedos nos joystick através de sensores e conta com rastreamento ocular. Caso o recurso esteja ativado, basta que o usuário olhe para um ponto para selecioná-lo – ou mesmo para mirar em um lugar específico, no caso de games como Call of the Mountain. E, sim, apesar de parecer coisa de filme de ficção científica, o recurso funciona muito bem.

Além do implemento dessas funções ter tornado tudo mais prático, o PSVR 2 é consideravelmente mais fácil de instalar, uma vez que ele conta somente com um fio. Na versão anterior, as câmeras, que eram separadas do visor, precisavam ser conectadas de maneira independente, causando um verdadeiro emaranhado nas casas dos usuários. Vale informar, ainda, que o óculos é menor e mais leve. Logo, além das funcionalidades, o produto melhorou no design e na sua usabilidade também.

O PSVR 2 tem quatro câmeras acopladas ao visor, o que faz com que o acessório dispense o uso de fios extras — Foto: TechTudo/Fernando Braga
O PSVR 2 tem quatro câmeras acopladas ao visor, o que faz com que o acessório dispense o uso de fios extras — Foto: TechTudo/Fernando Braga

Uma coisa que vale ressaltar é que, infelizmente, o PSVR 2 não tem retrocompatibilidade com sua versão anterior. Ou seja, o visor só vai rodar games que forem lançados nativamente para ele, como o já mencionado Horizon: Call of the Mountain, ou os que ganharem portes, caso de Resident Evil Village.

Segundo a Sony, a escolha se deu por conta das novas funcionalidades oferecidas pelo óculos, que estão de acordo com os recursos da nova geração de controles. Contudo, pelo menos uma atualização obrigatória para títulos mais antigos seria muito bem-vinda.

A experiência de jogar com o VR 2

Os videogames são uma mídia muito marcada pela imersão. Diferentemente de filmes e séries, onde as pessoas são espectadoras de uma trama, um jogo eletrônico pressupõe papel ativo de um jogador, responsável por guiar o personagem em uma determinada circunstância. E se essa interação direta já é o suficiente para fazer com que muita gente mergulhe de cabeça em games, quando a realidade virtual entra em cena, esse tópico fica ainda mais expressivo.

Cinco minutos. Esse foi o período de tempo que precisei para que, jogando Horizon: Call of The Mountain, fosse convencida de que o periférico abria um buraco no espaço-tempo que me levava diretamente para o universo da franquia. O início do game em específico, aliás, é extremamente eficiente para fazer com que o jogador entenda como o VR 2 funciona e descubra, já de cara, o quão mágica a experiência pode ser.

Sim, a palavra é essa mesmo – mágica. Não há como definir de outra maneira o ato de passar por baixo de um Tallneck, a máquina da franquia inspirada nos dinossauros pescoçudos, sentindo seus passos fazerem todo o ambiente vibrar.

Nos primeiros minutos de Call of the Mountain, passamos por baixo que um Tallneck, cujos passos fazem tudo vibrar — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins
Nos primeiros minutos de Call of the Mountain, passamos por baixo que um Tallneck, cujos passos fazem tudo vibrar — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins

É impressionante ver como o VR 2 muda a perspectiva em relação ao que se vê em uma tela. Jogos em primeira pessoa, como o já citado Resident Evil 7: Biohazard, são feitos para fazer com que o jogador se sinta sob a pele do personagem. Mas, nem de longe, eles conseguem emular essa sensação da forma que o óculos consegue.

Pela primeira vez, por exemplo, consegui comparar o tamanho do meu corpo em relação ao das máquinas de Horizon – e ter a dimensão do quão grandes elas são. Até então, a experiência com Zero Dawn e Forbidden West não havia me dado essa perspectiva. Mas em Call of The Mountain, me senti descobrindo algo novo em uma querida série de games que, até então, eu acreditava já ter explorado o máximo possível.

Por conta das lentes de alta resolução, em nenhum momento a minha experiência foi atrapalhada por gráficos ruins ou que fossem capazes de disparar o alerta de “ah, isso é apenas um jogo” na minha cabeça. Muito pelo contrário até – é fácil acreditar genuinamente que você está ali, de fato.

Horizon Call of the Mountain não demora a te convencer de que tudo é real — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins
Horizon Call of the Mountain não demora a te convencer de que tudo é real — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins

Inclusive, com algumas horas de jogo, encontramos Aloy, personagem principal dos outros games da saga, “pessoalmente”. Como este jogo em específico tem uma câmera demasiadamente elevada, a falta de um ângulo mais natural e verossímil faz parecer que o protagonista Ryas é, na verdade, um Avatar ao lado dela.

Outra coisa que vale comentar é como o VR 2 traz agrega a realidade às mecânicas de gameplay – e curiosamente, como isso pode confundir até os mais acostumados com as “regras e códigos” dos jogos eletrônicos. Durante a minha experiência, por exemplo, fiquei presa em uma cabana porque eu não conseguia abrir a porta. Até encontrei uma chave em cima da mesma, mas pelo hábito de interagir apertando botões, demorou até que a minha cabeça pensasse em fazer o simples; algo que eu teria feito na vida real – pegar o item, inseri-lo na maçaneta e girar. Voilà.

Horizon Call of the Mountain permite que o jogador "conheça pessoalmente" a protagonista Aloy — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins
Horizon Call of the Mountain permite que o jogador "conheça pessoalmente" a protagonista Aloy — Foto: Reprodução/Luiza M. Martins

Essa mesma lógica se aplica a armas, arco e flechas, escaladas e até ao combate corporal. Mesmo que opte por jogar sentado, o VR 2 vai fazer com que o player simule todas essas atividades. Entretanto, graças às câmeras e sensores, o periférico avisa caso você saia da sua área delimitada para o jogo – uma maneira eficaz de prevenir acidentes. Nossos testes, inclusive, foram realizados em um quarto pequeno e com pouco espaço.

De forma geral, o conforto no headset também é bastante satisfatório – quando ele está adequado ao rosto da pessoa. Vale mencionar que o PSVR 2 conta com opções de ajuste para as lentes, distância entre os olhos e tamanho da cabeça. É importante que, toda vez que uma pessoa for usar, esses pontos sejam reajustados para prevenir desconfortos.

Além disso, o periférico é bem acolchoado e não fica frouxo no rosto. A única ressalva é a escolha pelo material da parte emborrachada. Por mais que a Sony não divulgue, o visor parece contar com poliuterano, um material derivado do petróleo muito usado para fazer “couro sintético”. No entanto, com o tempo e o suor – e estar em contato com o visor faz suar bastante, inclusive – a tendência é que esse material descasque, como acontece com os fones de ouvido da série Gold, próprios para os PlayStation.

De maneira geral, os ajustes deixam o PSVR2 bem confortável na cabeça, mas é preciso que sejam feitos toda vez que uma pessoa nova usa o óculos — Foto: TechTudo/Fernando Braga
De maneira geral, os ajustes deixam o PSVR2 bem confortável na cabeça, mas é preciso que sejam feitos toda vez que uma pessoa nova usa o óculos — Foto: TechTudo/Fernando Braga

Tudo muito lindo, mas…

O PSVR2 é um acessório difícil de criticar. Para quem curte games e quer alcançar novos níveis de imersão na lore dos jogos, sem dúvida, o visor é muito mais do que recomendado. Quanto ao seu funcionamento, talvez a única ressalva seja o fato de que é realmente fácil ficar tonto ou até enjoado.

Na redação do TechTudo, onde também realizamos testes, praticamente todos tiveram algum nível de incômodo nesse sentido. Para alguns, foi apenas dor de cabeça, mas também aconteceu de uma pessoa ficar enjoada o dia inteiro, mesmo tendo jogado por menos de cinco minutos. Essa situação também está atrelada à falta de costume com o aparelho, mas é sempre bom manter a ressalva, principalmente se o jogador tem histórico de cinetose. Contudo, esse é um fator bastante subjetivo.

A alta tecnologia envolvida no PSVR2 faz com que o preço seja o seu grande "defeito" — Foto: TechTudo/Fernando Braga
A alta tecnologia envolvida no PSVR2 faz com que o preço seja o seu grande "defeito" — Foto: TechTudo/Fernando Braga

O preço no mercado nacional, porém, é algo que deve ser criticado. Além de quase R$ 5 mil ser muito mais do que a maioria dos brasileiros pode pagar por algo supérfluo como um óculos de realidade virtual, ainda deve-se levar em conta que o PSVR 2 não tem usabilidade sem um PS5 à disposição. Logo, o investimento mínimo de quem deseja um chega perto dos R$ 10 mil, valor que ainda aumenta com o preço dos jogos.

É claro, para quem pode pagar por isso, é um investimento que vale a pena e oferece uma experiência única. Por isso, é com pesar que eu digo que, infelizmente, essa experiência não vai poder ser aproveitada por todas as pessoas. E essa falta de acessibilidade em termos financeiros é, definitivamente, o que impede o PSVR 2 de ser perfeito.

9

Preço alto por uma experiência que vale a pena

O PSVR2 é um acessório capaz de expandir os horizontes de quem gosta de videogames. A sensação que ele proporciona de estar inserido no universo de um jogo querido é realmente avalassadora. O único porém fica pelo custo alto, que o torna um periférico restrito a um público específico. A experiência, no entanto, é algo que todo mundo que gosta de jogos deveria ter.
Experiência
10
Imersão
10
Conforto
9
Preço
7
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