Jogos de terror
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Por Yuri Hildebrand, da Redação


Fobia - St. Dinfna Hotel é um jogo de terror desenvolvido pela brasileira Pulsatrix Studios que ganhou destaque logo após seu lançamento, no último dia 28 de junho. Assim que chegou ao Steam, o game foi o mais vendido na plataforma, superando títulos como F1 22, que saiu na mesma semana, e o popular FIFA 22. Com uma gameplay que envolve exploração, survival horror e muitos puzzles por um hotel mal-assombrado em Treze Trilhas, Santa Catarina, o título chega para ser uma produção de orgulho para o público gamer brasileiro.

O trabalho é bem feito e entrega bons cenários, jogabilidade interessante e bastante imersão, o que garante sustos e vai exigir raciocínio rápido em algumas situações. De qualquer forma, é importante destacar alguns pontos negativos, como a mecânica de combate, que é limitada, assim como os gráficos, que, apesar de bons, ficam abaixo da nova geração de consoles, por exemplo. O TechTudo testou o jogo de terror e conta a seguir mais detalhes do título brasileiro.

Fobia - St. Dinfna Hotel é um jogo de terror brasileiro que chamou atenção logo no lançamento; veja análise — Foto: Reprodução/Fobia
Fobia - St. Dinfna Hotel é um jogo de terror brasileiro que chamou atenção logo no lançamento; veja análise — Foto: Reprodução/Fobia

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Roteiro clássico

Seguindo um padrão presente em diversas produções de terror, seja em filmes, séries, livros ou jogos, Fobia - St. Dinfna Hotel traz um repórter investigativo, Roberto Leite Lopes, como principal personagem jogável. O jornalista recém-formado se hospeda no local para saber mais sobre as supostas atividades sobrenaturais que acontecem por lá. O hotel, que fica em Treze Trilhas, Santa Catarina, foi fundado em cima de uma velha mina, onde um acidente matou cerca de 20 homens soterrados (e cujos corpos nunca foram encontrados).

Ao longo da gameplay, você conhece também a história do Profeta Christopher, responsável pela mina, fundador do hotel e também figura central de uma seita chamada Sagrada Trilha. Ele, como fica fácil de perceber, está diretamente relacionado aos acontecimentos sobrenaturais acerca do St. Dinfna, e a jogatina envolve diversos quebra-cabeças ligados à sua sociedade secreta.

No jogo, você é um jornalista que se hospeda em um hotel mal-assombrado e precisa sobreviver até achar uma saída. Já ouviu algo parecido? — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
No jogo, você é um jornalista que se hospeda em um hotel mal-assombrado e precisa sobreviver até achar uma saída. Já ouviu algo parecido? — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Além do Profeta, outros personagens são relevantes para a construção do enredo, como a garota Soraya, moradora da cidade que morreu após um vazamento de gás em 1996 (e cujo espírito aparentemente ajuda Roberto durante o jogo), Stephanie, que mantém contato com o jogador “ajudando” a encontrar saídas para os quebra-cabeças, além de outras pessoas que parecem já ter passado pelo mesmo.

Gameplay instigante, mas um pouco cansativa

O estilo de jogo em Fobia - St. Dinfna Hotel segue clássicos como Outlast e Resident Evil, alternando momentos de fuga e de combate, a depender dos monstros encontrados pelo mapa. É possível transitar entre alguns quartos do hotel, corredores que não estejam destruídos ou mesmo passagens que ficam disponíveis por meio de um “mundo alternativo” que se abre por meio da câmera encontrada no início do game.

Quartos destruídos, passagens nas paredes e outros elementos compõem o labirinto no hotel — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Quartos destruídos, passagens nas paredes e outros elementos compõem o labirinto no hotel — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Durante nossos testes, foi importante alterar a sensibilidade dos analógicos, facilitando bastante a movimentação e a exploração em si. Você também tem acesso a armas de fogo, que devem ser usadas contra monstros espalhados pelos corredores do St. Dinfna e mesmo chefes que aparecem de tempos em tempos.

Em relação a isso, ponto negativo do game: a mecânica de tiro é bem fraca e o jogador não tem ideia se está próximo ou não de derrotar seu adversário. Em contrapartida, a munição disponível não é escassa e não é tão difícil enfrentar algumas das criaturas encontradas no jogo.

Mecânica de tiro não é das melhores, mas ajuda bastante evoluir suas armas com o tempo — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Mecânica de tiro não é das melhores, mas ajuda bastante evoluir suas armas com o tempo — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

A exploração é o grande trunfo do game, já que exige bastante atenção de quem está controlando Roberto. São muitos detalhes a se observar, indo desde gavetas até quadros nas paredes, passando também pela realidade alternativa da câmera, que pode revelar itens importantes.

Há situações em que essa gama de possibilidades deixa a jogatina cansativa, sendo necessário parar e rever os itens e mensagens que você acumulou nas últimas tarefas. Às vezes basta um pouco mais de atenção para seguir em frente, e nem sempre o jogo vai deixar claro a direção correta.

Atenção aos mínimos detalhes proporciona bons sustos ao longo da jogatina — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Atenção aos mínimos detalhes proporciona bons sustos ao longo da jogatina — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Ao captar a atenção do jogador, o título dá bons sustos durante a gameplay. A menina da máscara de gás, por exemplo, aparece em alguns momentos e apaga todas as fontes de luz disponíveis, sendo necessário parar um pouco para não encontrar alguma criatura de surpresa pela frente.

A dica é jogar no escuro, com um bom fone de ouvido e, se possível, com o máximo de isolamento. Durante os testes do TechTudo, a opção foi por um headset com ANC, e a experiência foi bem agradável (ou melhor, assustadora).

Gráficos, ambientação e mais

Fobia - St. Dinfna Hotel é um jogo indie feito por um estúdio brasileiro e que foi além do que se esperaria nessas condições. O título explora um tema recorrente, uma gameplay baseada em clássicos do gênero survival horror e agrada bastante no geral. Portanto, é importante levar em conta o desafio por trás do jogo antes de analisar seus gráficos e a ambientação do hotel mal-assombrado de Treze Trilhas.

Visão com a câmera permite enxergar um mundo alternativo, encontrar passagens e mais — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Visão com a câmera permite enxergar um mundo alternativo, encontrar passagens e mais — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Vale começar pelos efeitos de luz utilizados nos diferentes cenários. Durante os testes, alguns ajustes em brilho e contraste foram importantes para melhorar a visualização, mas, a depender da iluminação no ambiente em que está a TV ou computador na hora de jogar, isso não deve ser necessário. As cenas são bastante escuras e as luzes têm um papel central na composição, seja ajudando ou assustando o jogador.

As mudanças no ambiente acontecem de forma repentina em momentos de susto, mas também mantém uma certa continuidade em relação aos acontecimentos da narrativa. Se uma barreira é criada durante uma perseguição, por exemplo, ela segue ali até que outro evento aconteça para que ela seja retirada.

Fobia - St. Dinfna Hotel não tem os melhores gráficos do mercado em alguns aspectos, mas são bons o suficiente para uma boa experiência — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Fobia - St. Dinfna Hotel não tem os melhores gráficos do mercado em alguns aspectos, mas são bons o suficiente para uma boa experiência — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

O cenário de destruição do hotel alterna com áreas que lembram um laboratório e podem ser acessadas pela câmera, dividindo o mesmo espaço físico. Aqui, também entra o efeito de imagem, que distingue o uso do acessório ou não.

Em relação ao acabamento dos itens na tela, alguns pontos como os monstros e elementos relacionados em si não trazem um aspecto tão fidedigno, algo que não acontece com o que é mais “real” e relacionado ao hotel, desde móveis, paredes e até outros objetos pelo mapa. No geral, o trabalho de desenvolviemnto da Pulsatrix nesse sentido é de alta qualidade e facilita bastante a imersão no universo de Fobia.

Conclusão

Ambientação é bem interessante no jogo de terror brasileiro — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand
Ambientação é bem interessante no jogo de terror brasileiro — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

O game está disponível por ao menos R$ 57,99 para PC via Steam, enquanto sai a R$ 149,50 para PS4 e PS5 ou R$ 112,55 nos consoles Xbox One e Xbox Series X/S. Vale lembrar que, nos primeiros dias desde o lançamento, o título apareceu em algumas promoções, custando ainda menos para os interessados. A gameplay é imersiva, intensa e o jogo em si não é muito demorado, mostrando uma boa evolução em poucas horas.

Para amantes do gênero, é uma boa sugestão, apesar de não sair muito da narrativa clássica de games do tipo. Já para quem não tem esse costume quer explorar mais os jogos de terror, Fobia proporciona uma experiência bem legal e intuitiva. Além disso, é uma produção nacional que merece o destaque que vem tendo na mídia e entre a comunidade gamer Brasil afora.

8.8

Produção brasileira de qualidade

O game, feito no Brasil, ganhou destaque logo que chegou ao Steam, e foi possível entender o porquê durante os testes. Gameplay com bastante exploração, experiência imersiva e, em muitos momentos, assustadora. Bom para quem já curte jogos de terror e também para quem quer se aventurar um pouco nesse estilo. Vale a pena conhecer!
História
8
Gameplay
9
Gráficos e ambientação
8
Diversão
10
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