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Por Da Redação; Para O TechTudo


O progressivo aumento na resolução de TVs e monitores vem gerando uma dúvida pertinente: será que somos capazes de distinguir entre o Full HD e o 4K? O olho humano consegue capturar todos os pixels presentes nas novas telas com ultra resolução ou elas superam nossa visão? A resposta depende de como se encara os elementos em questão, seja a visão ou as novas tecnologias. Entenda os conceitos envolvidos nessa questão e descubra se displays em 4K ou 8K estão acima do que o olho humano pode ver.

A resolução 4K supera o olho humano? (Foto: Pond5) — Foto: TechTudo
A resolução 4K supera o olho humano? (Foto: Pond5) — Foto: TechTudo

Resolução, pixel, megapixel: o que é?

Pixels são esses quadradinhos que formam a imagem na tela (Foto: Daniel Schwen/Creative Commons) — Foto: TechTudo
Pixels são esses quadradinhos que formam a imagem na tela (Foto: Daniel Schwen/Creative Commons) — Foto: TechTudo

O pixel é a menor informação possível em uma tela para formar imagem. Na foto acima, que foi ampliada, é possível perceber vários quadradinhos – cada um deles é um pixel. Um megapixel equivale a 1 milhão de pixels. O 4K, por exemplo, tem 3.840 x 2.160 pixels. Multiplicando esses valores temos 8.294.400 pixels no total, ou seja, 8,3 megapixels de resolução. Já a resolução 8K tem 7.680 x 4.320 pixels, o que dá 33,1 MP.

Resolução, por sua vez, é a quantidade de pixels que cabem em determinado espaço. Nas telas, esses valores dizem respeito à largura (nornalmente o primeiro número, como o “3.840″) e à altura (o “2.160″). Sendo assim, quanto mais pixels couberem em um espaço, maior será a resolução e melhor será a qualidade da imagem.

Só que a definição da imagem na tela depende de um fator bastante importante: a densidade dos pixels. Com o avanço tecnológico, as fabricantes têm conseguido inserir cada vez mais pixels no espaço de uma polegada (2,54 cm). Essa relação é expressa em PPI, sigla inglesa para pixels per inch (ou pixels por polegada, em livre tradução). Por causa disso, na imagem abaixo, é possível verificar a diferença de nitidez entre uma tela comum e a do iPad com Retina, cujos pixels são 1/4 do tamanho do display à esquerda, apresentando 264 PPI de densidade.

Comparação entre tela Retina, à direita, e tela comum (Foto: Reprodução/Mashable) (Foto: Comparação entre tela Retina, à direita, e tela comum (Foto: Reprodução/Mashable)) — Foto: TechTudo
Comparação entre tela Retina, à direita, e tela comum (Foto: Reprodução/Mashable) (Foto: Comparação entre tela Retina, à direita, e tela comum (Foto: Reprodução/Mashable)) — Foto: TechTudo

E o olho humano, onde fica nessa história?

O PPI é uma unidade de medida que só faz sentido em displays digitais. Quando falamos de impressão ou capacidade do olho humano, usamos o DPI (dots per inch, ou pontos por polegada).

Lentes de contato (Foto: Focus Medical) — Foto: TechTudo
Lentes de contato (Foto: Focus Medical) — Foto: TechTudo

Em artigo publicado no IBM Journal, os engenheiros Paul Alt e Kohki Noda defendem que os seres humanos conseguem distinguir objetos separados em um intervalo de 0,1 mm a uma distância de 25 cm. Os dados estabelecem a capacidade de visão do olho para 300 DPI, pois, nessa resolução, temos 300 pontos a cada 25,4 mm.

Ao aplicarmos uma regra de três (300/25.4), tem-se 11,8 pontos para cada milímetro linear, ou seja, 1 ponto a cada 0,1 mm. Isso quer dizer que, por mais que os pixels diminuam a tamanhos ínfimos (a tela Retina tem 78 micrômetros, por exemplo), continuaremos não distinguindo essas informações.

O pixel se relaciona com outro aspecto fundamental da visão: as cores. Cada pixel tem pontos luminosos que emanam as cores primárias (vermelho, azul e amarelo). Os três focos exibem 256 tonalidades diferentes de suas cores matrizes, gerando 16,7 milhões de cores no total.

No olho humano, as cores são captadas por células da retina chamadas cones. Temos três tipos de cones, os azuis, os vermelhos e os verdes. Cada um é estimulado por um comprimento de onda diferente, sendo capaz de apreender aproximadamente cem tons. Assim, conseguimos enxergar cerca de um milhão de cores, muito menos que as telas podem reproduzir.

Seria o Full HD o limite?

Philips monitor full HD 24 polegadas (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo
Philips monitor full HD 24 polegadas (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo

A resolução máxima da nossa visão é de 576 megapixels. O valor foi apresentado por Paulo Schor, oftalmologista da Unifesp, que fez o cálculo baseado num ângulo de visão de 120 graus. O especialista é categórico ao defender que o Full HD é o limite de resolução que nossa visão consegue distinguir.

“A definição desempenha cerca de 25% da nossa capacidade visual. Ela é importante, mas é só uma parte do processo. É no cérebro que conseguimos combinar os sinais externos, entender profundidade e criar imagens com resolução maiores que os fotorreceptores conseguem captar na retina”, explica.

TVs OLED ou 4K: qual vale mais a pena? Veja no Fórum do TechTudo.

Mas então paramos por aqui?

Sistema de projeção 8K: volume de dados proporciona a qualidade incrível (Foto: Taysa Coelho / TechTudo) — Foto: TechTudo
Sistema de projeção 8K: volume de dados proporciona a qualidade incrível (Foto: Taysa Coelho / TechTudo) — Foto: TechTudo

O oftalmologista da Unifesp acredita que os avanços tecnológicos das TVs e monitores devam ir na direção de experiências multisensoriais. “A visão ocupa enorme espaço no nosso processamento cerebral, mas não é à toa que ela desemboca no sistema nervoso central, onde a possibilidade de conexões e relações com outros sentidos é imensa”, pondera Paulo. Para ele, sistemas focados em imesão, como o Oculus Rift e o Morpheus, podem ser o caminho. “Resta saber se vai valer a pena vestir esses óculos, que ainda são grandes, complexos e desajeitados.”

Mas é claro que os monitores 4K e 8K possuem adeptos, e pelo visto a maré de ultra resoluções não vai acabar tão cedo. Televisores 2160p já são uma realidade por aqui e estão ainda mais presentes no Japão, onde a tecnologia foi criada e está sendo aperfeiçoada. Tanto lá quanto cá, porém, o elevado preço dos aparelhos tem atrapalhado a popularização do formato, fazendo com que pouco conteúdo em ultra resolução seja produzido pelas emissoras.

O 8K, também conhecido como 4320p, ainda está em desenvolvimento. É verdade que várias transmissões do tipo já foram feitas, mas por enquanto apenas em caráter de teste. A empresa japonesa de comunicação NHK pretende implementar o 8K de forma maciça a partir de 2016. O planejamento é que nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, a entitulada Super Hi-Vision seja o formato mais usado no país.

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