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Por , de São Paulo


Rainbow Six Siege recebeu, durante o Six Invitational 2024, uma série de atualizações para o Ano 9. O game, que está disponível para PlayStation 5 (PS5), PlayStation 4 (PS4), Xbox Series X, Xbox Series S Xbox One e PC, teve algumas melhorias técnicas, além de ganhar um novo operador, Deimos, mapas e features como caixas para gerenciar o inventário a cada partida. Contudo, um dos pontos mais frisados pela Ubisoft para a nova temporada foi o investimento em novas tecnologias anti-toxicidade, a fim de deixar o game ainda mais prazeroso e justo para os jogadores.

A convite da Ubisoft, o TechTudo foi até São Paulo para cobrir o Six Invitational e conversou com um dos diretores do jogo, Joshua Mills, e Leandro "Montoya" Estevam, diretor de esports da Ubisoft para a América Latina. Eles contaram mais sobre as novidades e também falaram sobre o cenário atual do game, que teve sua competição mais importante realizada no Brasil pela primeira vez. Veja, a seguir, mais detalhes sobre as entrevistas e novidades do Y9 de R6.

Ano 9 do Rainbow Six Siege investiu em medidas para tornar a experiência dos jogadores melhor — Foto: Reprodução/Steam
Ano 9 do Rainbow Six Siege investiu em medidas para tornar a experiência dos jogadores melhor — Foto: Reprodução/Steam

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O que são medidas anti-toxicidade?

As medidas anti-toxicidade foram um dos assuntos mais comentados sobre a nova atualização de Rainbow Six Siege. Na prática, elas funcionam como uma forma do jogo evitar comportamentos abusivos por parte dos jogadores, seja no casual ou competitivo. Atitudes para tentar “burlar” o sistema do game, como utilizar o mouse e teclado para jogar no console, por exemplo, são enquadradas como um comportamento tóxico. Da mesma forma, provocar, xingar, ofender e perseguir um determinado jogador durante uma partida, também são atitudes encaradas dessa forma.

O game, que já era conhecido por ser bem rigoroso em relação ao comportamento inadequado por parte dos jogadores, ganhou tecnologias que tornam esse processo ainda mais significativo. O sistema QB para PC, que funciona para dificultar o desenvolvimento de hacks, e o MouseTrap, que detecta quem utiliza o teclado e o mouse nos consoles, foram aprimorados. Além disso, o game adotou novos critérios para partidas ranqueadas, fez uma atualização para o sistema de reputação, além de ter aprimorado as proibições de dados a partir do machine learning. Os chats também ganharam um sistema de monitoramento.

Sistemas como o QB e o MouseTrap Detection foram aprimorados para tornar as partidas mais justas  — Foto: Reprodução/Steam
Sistemas como o QB e o MouseTrap Detection foram aprimorados para tornar as partidas mais justas — Foto: Reprodução/Steam

Em entrevista ao TechTudo, o Diretor Josua Mills, comentou sobre a necessidade dessas medidas para tornar os ambientes do Rainbow Six saudável. Ele revelou que, como jogador, qualquer uma dessas situações arruinaria a experiência com um game.

"Passar por isso acaba com a noite enquanto jogador. Mas por outro lado, as experiências positivas são maravilhosas. Você interage com pessoas desconhecidas do outro lado do mundo e se diverte com elas".

De acordo com Josh, é por causa disso que ele e o time de R6 investe tão forte nessas medidas. A equipe de desenvolvedores entende que os jogadores querem ter experiência positivas com o jogo que amam, e por isso tentam ouvir os feedbacks da comunidade para fazer todo o possível para melhorar o ambiente de todas as formas que puderem. "A gente quer que os jogadores venham jogar, se sintam seguros, e se divirtam dentro da comunidade. Não queremos ninguém se sentindo isolado, e é por isso que investimos tanto para lidar com esse problema", contou o diretor.

Josh Mills (esq.) esteve no evento de imprensa do Rainbow Six Siege Invitational  — Foto: Luiza M. Martins/TechTudo
Josh Mills (esq.) esteve no evento de imprensa do Rainbow Six Siege Invitational — Foto: Luiza M. Martins/TechTudo

Mills descreveu o processo como algo em constante aprimoramento. Ele contou, inclusive, que há planos para conseguir localizar jogadores que foram banidos e criaram outra conta para continuar espalhando a toxicidade no game. Não à toa, o jogo tem tantas restrições para os modos competitivos – para ele, é preciso saber que, uma vez que você cruza a linha, acabou.

Esse tipo de cuidado vai além de punir jogadores que tentam trapacear – Rainbow Six Siege é um game que se propõe a ser inclusivo com minorias e as incentiva a fazer parte da comunidade, na visão de Josh. Quando perguntado sobre o assunto, o diretor foi enfático: o jogo é baseado em operadores de todas as regiões do mundo, gêneros, orientações sexuais e etnias que lutam e se divertem. E, essencialmente, quem desenvolve o game quer que a comunidade seja da mesma forma. Segundo Josh,

"Não importa quem você é, sua orientação sexual, seu gênero ou cor. Você é bem vindo no nosso jogo e na comunidade com todo amor e celebração. Nós somos muito orgulhosos de tudo que colocamos nesse jogo. E queremos continuar colocando essa pauta em discussão, porque é importante para nós. Não importa de onde você venha, Rainbow Six Siege pode ser a sua casa."

O Six Invitational 2024 e cenário de Rainbow Six no Brasil

O Six Invitational de São Paulo foi o primeiro com público ocorrido fora de Montreal, cidade sede da divisão da Ubisoft responsável pelo game. O evento, que é um dos maiores dos esports, foi aberto ao público entre os dias 23 e 25 de fevereiro e vencido pela equipe brasileira W7M Esports, atual campeã do Major 2023, ocorrido em Atlanta. Apesar de ter sido apenas o primeiro, o evento foi considerado um sucesso de vendas e de público, chegando a esgotar ingressos.

A w7m foi a grnade vencedora do Six Invitational 2024 — Foto: Divulgação/@SAYMONS_8K8A6106/Ubisoft
A w7m foi a grnade vencedora do Six Invitational 2024 — Foto: Divulgação/@SAYMONS_8K8A6106/Ubisoft

De acordo com Leandro "Montoya" Estevam, diretor de Esports da Ubisoft para a América Latina, trazer o evento para o Brasil foi uma decisão muito estudada e motivada, sobretudo, por três fatores: o desempenho das equipes brasileiras, a paixão do público pelo game e a operação legada que a Ubisoft Esports já tinha no Brasil. Vale lembrar que, além de ser a publisher, a Ubi é a principal promotora do ecossistema do game no cenário nacional, um fator que traz segurança para as marcas que nele desejam investir. Para o executivo, o brasileiro tem um jeito próprio de curtir o game – o que deixa a festa ainda mais especial.

"O brasileiro traz para o Siege o que leva para todas as atividades esportivas. É uma relação de amor e ódio. Eles são apaixonados pelos jogadores, mas quando o time perde, eles reclamam e todo mundo vira técnico. Eles cobram, mas dão muito apoio."

O Six Invitational 2024, realizado pela primeira vez no Brasil, esgotou ingressos  — Foto: Luiza M. Martins/TechTudo
O Six Invitational 2024, realizado pela primeira vez no Brasil, esgotou ingressos — Foto: Luiza M. Martins/TechTudo

Vale lembrar que o Brasil é um dos maiores expoentes quando o assunto é o Rainbow Six Siege. Desde 2017, equipes brasileiras como a W7M Esports, Ninjas In Pyjamas, Team Liquid e a FaZe Clan já haviam acumulado mais de US$ 9,7 milhões de dólares em premiações – valor que aumentou em mais US$ 1 milhão com a vitória do Invitational em 2024.

O sucesso torna o game cada vez mais popular entre o público, o que, para Leandro, também ajuda a aumentar os níveis de interesse em acompanhar o cenário e até em se tornar pro-players. Quando perguntado sobre o assunto, o executivo revelou que já acredita ser possível que crianças brasileiras sonhem em se tornarem jogadores profissionais.

"O R6 tem um competitivo acessível, com diversas ligas como TIER 1 e TIER 2, equipes mistas, femininas, e iniciativas de competições em comunidades. É lógico que apenas uma pequena fração dos jogadores vai chegar lá; tem que ser um fenômeno. Mas é possível. E quando eles conseguem, a carreira é garantida, seja como jogador mesmo, técnico ou mesmo influenciador da comunidade."

Leandro acredita que o jogo tem um competitivo saudável e, como Mills, apontou que o trabalho está sendo feito em prol disso. Isso vai desde o interesse de reformular as competições do circuito feminino para atrair mais meninas e mulheres para as ligas competitivas. Dessa forma, o game, que já era conhecido pela política firme de anti-toxicidade, vai implementando, em seu novo ano, novas medidas para inclusão e ganhando ainda mais adeptos – além de possíveis futuros jogadores e jogadoras.

*A jornalista viajou à São Paulo a convite da Ubisoft

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