Celulares como Huawei P30 Pro e Galaxy S10 5G possuem um ponto em comum: a câmera Time of Flight, ou simplesmente ToF ("Tempo de Voo", em tradução livre). Também conhecido como 3D, o sensor fotográfico promete mais precisão em fotos com o popular Modo Retrato, reconhecimento facial, entre outros recursos que dependam de profundidade de campo. Saiba, a seguir, como funciona a tecnologia e quais os seus benefícios em smartphones.
Como funciona
A lógica por trás da câmera ToF é simples de entender: os sensores emitem um pulso de luz infravermelha, invisível aos nossos olhos, para medir distâncias. Dessa forma, é possível criar um mapa tridimensional de uma cena.
A ideia é que esse pulso seja emitido pela câmera e reflita no elemento enquadrado. A luz retorna ao sensor em diferentes intervalos de tempo, a depender se o objeto está mais próximo ou mais distante, o que permite a mensuração de distância entre os elementos da cena.
Em fotografia, essa concepção de espaço dentro da imagem, de distância entre planos, é chamada de "profundidade de campo". Este conceito pode ser usado não só em fotografia, com o popular Modo Retrato. Ele também é aplicável em outras situações, como no reconhecimento facial, por exemplo.
Em geral, sozinha, a câmera ToF só detecta distâncias e, isolada, não teria muita aplicação – o Kinect da Microsoft é um exemplo de tecnologia que, já em 2014, aplicava a tecnologia para detectar movimentos e o espaço. É por isso que esse tipo de sensor dificilmente aparece sozinho em celulares: em todos os modelos que citamos, o ToF é um complemento que trabalha em conjunto com câmeras convencionais.
Para que serve?
Há várias aplicações do sensor ToF em celulares. A primeira e mais popular delas é o chamado efeito bokeh, o famoso modo retrato que a Apple ajudou a popularizar com o iPhone. Nesse estilo de fotografia, há uma diferença perceptível entre objetos em primeiro plano – fotografados em foco – e objetos no fundo do plano, que aparecem desfocados.
Embora já exista a possibilidade de criar um efeito parecido sem uma câmera ToF – assim como o iPhone XR e Google Pixel 3 –, os benefícios do sensor são grandes. Com ele, é possível realizar uma leitura de profundidade de campo mais precisa, além de evitar as limitações do Modo Retrato via software.
O sensor ToF também é relevante para o reconhecimento facial. Com a percepção de distância e profundidade, o telefone tem a capacidade de construir uma imagem tridimensional mais precisa do rosto do usuário para que o sistema seja mais confiável e reduza a chance de que o smartphone possa ser enganado por uma foto, por exemplo.
Há também aplicações do sensor ToF em realidade aumentada. Aqui a leitura de profundidade de campo dessa câmera especial permite que o aplicativo que você utilize tenha dados mais precisos na hora de colocar determinada imagem interagindo com o seu ambiente.
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Via HowToGeek, Digital Trends, Pocket Lint e SlashGear