A MIBR, time de Counter Strike: Global Offensive (CS:GO), ganhou um elenco novo e totalmente brasileiro em 2019. Apesar da mudança, a line up tem tido dificuldades nos seus primeiros torneios do ano. Para entender melhor os desafios e problemas da Made In Brazil nesta temporada, o TechTudo conversou com o jogador Epitácio “TACO” de Melo e o técnico Wilton "zews" Prado. O coach acredita que a equipe precisa de tempo, e que em três meses vai estar na sua melhor forma. A entrevista aconteceu nos bastidores da BLAST Pro Series São Paulo.
Zews destaca que apesar dos atuais players da MIBR já terem jogado juntos em 2016 (quando vestiam a camisa da SK Gaming), a equipe de 2019 é totalmente diferente e o cenário competitivo é outro. "O povo gosta de falar que essa é uma line up antiga, mas ao mesmo tempo não é".
![MIBR de 2019 repete elenco da SK Gaming de 2016 — Foto: Divulgação/BLAST Pro Series](https://s2-techtudo.glbimg.com/eDBPgHiIm_M-84uYh_eVeFoS9e4=/0x0:2000x1335/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2019/l/J/dWDsDTQ4q9weSyVeFyzg/blast-leosang-sat-2293.jpg)
Para TACO, os jogadores mudaram muito desde 2016. "Acho que a mudança é mais na parte mental". O pro player, que passou a última temporada na Team Liquid ao lado de zews, avalia o próprio progresso dos últimos meses. "O meu período no Liquid ajudou a recuperar a confiança que eu tinha. Eu fui com muitas dúvidas pra Liquid e voltei pra MIBR com todas as minhas questões respondidas".
Além do amadurecimento, zews acredita que a experiência os ajudou a entender melhor o jogo e a reinventar as estratégias dentro dos mapas. "Na Liquid a gente aprendeu a jogar de um jeito um pouco diferente da nossa escola brasileira. Nós tivemos uma visão diferente lá e estamos tentando introduzir isso aos poucos na MIBR, pelo menos as partes boas e que a gente acredita que possam ser um diferencial", explica.
Se por um lado o tempo deu experiência para os jogadores, agora o tempo pode ser um grande adversário da equipe. “A nossa dificuldade maior no momento é o tempo. A gente está tendo que correr muito com a line nova para jogar o máximo de campeonatos possível e partidas oficiais para ter ritmo. E não é fácil porque isso desgasta muito, é cansativo, são muitas horas no avião”, revela o coach.
![Zews acredita que em três meses a MIBR vai estar entrosada e terá resultados melhores nos torneios — Foto: Divulgação/BLAST Pro Series](https://s2-techtudo.glbimg.com/jmKqPXVNoKm3IH8AK0XQ8vUBvWM=/0x0:1000x668/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2019/g/Y/Egdt8HRKmxiX37G9KLAg/wu3kndjete0qp5ldt1n2.jpg)
De fato, a agenda de torneios da equipe começou conturbada em 2019. A estreia do novo elenco aconteceu no Intel Extreme Masters (IEM) Katowice Major 2019, em fevereiro/março, quando a MIBR perdeu nos playoffs. Da Polônia, os jogadores seguiram para China, onde jogaram na WESG e tiveram um desempenho abaixo do esperado.
Ainda no mês de março, a line up veio ao Brasil jogar a BLAST SP. O resultado do time na competição foi o pior até agora: de cinco jogos, os brasileiros perderam todos. Os vencedores do torneio foram os dinamarqueses da Astralis, time que domina o cenário de CS:GO desde 2018. A equipe está na primeira posição no ranking da HLTV com mil pontos, 500 a mais que a segunda colocada, a Liquid.
Para zews, a Astralis tem tudo o que a MIBR não tem agora: entrosamento e tempo para treinar. "Eles estão em uma posição privilegiada porque eles podem fazer isso. Se você é o número um do ranking, você pode pular alguns eventos, é um luxo que nem todos os times podem ter, são pouquíssimos". Além de poder escolher em quais torneios vai competir e ter mais tempo para treinar, a line up da Astralis é a mesma desde o início de 2018, e já está alinhada.
![Astralis está no topo do ranking do CS:GO desde 2018 — Foto: Divulgação/BLAST Pro Series](https://s2-techtudo.glbimg.com/qhUdmKUEWwGvb9jLbtsosWbvU48=/0x0:1600x800/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2019/P/D/5BWv6xSOiEyFv32YDtPQ/astralis-lisboa-.png)
Mas a sequência de vitórias da Astralis parece não assustar os brasileiros. "Eu acho que mentalmente falando nós somos uma equipe muito mais forte. A gente é um time que não treme. Vamos chegar na final na frente de 15 mil pessoas e nosso nível vai aumentar bastante", declara TACO. Zews concorda. "Nós somos um dos poucos times que no emocional pode aguentar eles, que vai bater de frente".
Para o técnico, mais uma vez, é só uma questão de tempo para a MIBR chegar ao nível da Astralis. "Pra gente acompanhar eles, é o tempo mesmo, a gente precisa de repetição e, quando o jogo ficar mais mecânico, cada um dos jogadores souber o que vai ter que fazer sem comunicar, sem avisar, agindo mais por instinto, aí eu acredito que a gente vai estar batendo de frente de igual para igual no campo, não tirando um mapa, mas sendo o melhor time", conclui o coach.
Depois da performance frustrante da MIBR na BLAST SP, os jogadores voltaram para a China para jogar na StarSeries & i-League. A estreia do elenco acontece neste sábado (30) e os atletas terão o desafio de mostrar que estão mais entrosados e no caminho de cumprir a meta estabelecida por zews. Afinal, a proposta é que em três meses o time vai estar na sua melhor forma. Será?
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