Sistemas Operacionais
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Por Filipe Garrett, para o TechTudo


A futura chegada do Android P (9) deve promover uma série de avanços de segurança e privacidade para usuários – e mesmo desenvolvedores. A próxima versão do sistema vai impedir que apps usem o microfone para ouvir o usuário o tempo todo, classificar a qualidade do sensor biométrico dos aparelhos e promover mecanismos que ajudam desenvolvedores na criação de aplicativos mais confiáveis e seguros.

Abaixo, você fica por dentro das grandes novidades de segurança e privacidade do Android 9.

Google Pixel já roda Android P — Foto: Divulgação/Google
Google Pixel já roda Android P — Foto: Divulgação/Google

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O fim do mito do celular que escuta usuário

Há uma grande discussão em torno da possibilidade de que seu celular use o microfone o tempo todo para ouvir o que você diz e para que essas informações sejam então usadas para anúncios direcionados especificamente à você.

No Android P, o Google promete contribuir para acabar com a discussão por meio de uma ferramenta de privacidade que vai restringir o acesso de apps rodando em segundo plano a sensores do aparelho. Isso significa que um aplicativo que – supostamente – era capaz de ouvir você o tempo todo terá maiores dificuldades em fazer requisições ao sistema Android e acessar o microfone.

Vale destacar que a novidade incide não apenas no microfone, mas em todos os sensores que fazem parte do seu celular, o que significa que câmeras também ficarão menos acessíveis.

Reforço de segurança na biometria

Android 9 terá interface única para biometria e aplicará restrições em métodos considerados de menor segurança — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Android 9 terá interface única para biometria e aplicará restrições em métodos considerados de menor segurança — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

As grandes novidades com relação à segurança da nova versão do Android são discretas aos olhos do usuário, mas podem significar mais proteção e privacidade em médio e longo prazo. Um dos destaques da nova edição do sistema é a integração mais aprofundada da autenticação biométrica – seja ela por impressões digitais, reconhecimento facial ou leitura de íris – dentro do sistema.

Partindo do princípio que atualmente mais celulares oferecem esse recurso, o Google decidiu empregar um tipo de interface única para controle das interações com esses sensores. Ela aparecerá em apps que podem usar o sensor para desbloqueio de suas funções e deve facilitar não apenas a vida dos desenvolvedores na implementação desse tipo de recurso em seus aplicativos, mas também do usuário, que passará a contar com a biometria em mais apps e ações realizadas no controle do smartphone.

Longe dos olhos do usuário, a nova ferramenta de biometria do Google colocará em análise a qualidade de sensores e da aplicação dessas técnicas pelos fabricantes. Se um celular mais simples oferecer leituras inconsistentes, o Android P será capaz de detectar a limitação e irá aplicar um conjunto de medidas para preservar a segurança do usuário:

  • Mesmo com a leitura do sensor biométrico, celulares com menor qualidade e precisão na funcionalidade irão exigir a digitação de uma senha ou PIN para desbloqueio depois de períodos longos de inatividade,
  • Biometrias consideradas fracas não terão suporte da interface gráfica universal e da maior integração dessa ferramenta com apps e serviços.
  • Celulares com biometria fraca terão restrições quanto ao uso dessa técnica de autenticação para pagamentos e terão que exibir avisos que alertam o usuário sobre os riscos do uso de biometria

Privacidade maior no uso da Internet

HTTPS é padrão no Android 9, que também permite o uso de DNS privado — Foto: Divulgação/Google
HTTPS é padrão no Android 9, que também permite o uso de DNS privado — Foto: Divulgação/Google

Qualquer aplicativo e serviço de celular que acessa a Internet estabelece comunicação com a rede por meio de uma série de protocolos que definem comportamento e regime de troca de informações entre o seu aparelho e a Internet.

Um deles é o DNS. Esse é o protocolo que recebe um endereço como “www.techtudo.com.br” e transforma esse endereço num endereço de IP para que o navegador ou aplicativo encontre o site.

O DNS é bem antigo e foi pensado para dar conta de uma rede de computadores que somava apenas alguns milhares de terminais e que preocupações com privacidade e segurança eram muito menores. Com o tempo, o protocolo se mostrou frágil e propenso a invasões e ataques.

A solução do Google é o TLS – que funciona em conjunto com o DNS, aplicando a segurança da criptografia à sua conexão. Essa tecnologia é a que está por trás do https que você deve encontrar em boa parte dos sites que usa atualmente.

O mesmo HTTPS usado pelo seu computador aplica TLS e será padrão no Android 9 — Foto: Reprodução/Filipe Garrett
O mesmo HTTPS usado pelo seu computador aplica TLS e será padrão no Android 9 — Foto: Reprodução/Filipe Garrett

No Android 9, o seu celular vai procurar se conectar à Internet – seja no navegador ou acessando um app que depende de dados recebidos da rede – sempre buscando aplicar o protocolo TLS de forma automática. Além disso, o Google definiu uma série de políticas de desenvolvimento para que programadores façam com que seus apps estabeleçam esse tipo de comunicação protegida.

Ainda em relação ao TLS, outra novidade será a possibilidade de que você defina um servidor DNS privado para navegar de forma protegida na rede, seguindo algo que já é possível nos sistemas operacionais de computadores.

O novo modo "lockdown"

Outra novidade é o modo "lockdown", em que o celular desabilita todas as formas de autenticação mais convenientes, mas menos seguras. Essa funcionalidade estará desabilitada por padrão, mas poderá ser acionada nas configurações.

Restauração e backups mais seguros

Se você decidir restaurar um celular com Android 9 para configurações de fábrica e aplicar um backup de seus dados, será obrigatório autenticar a operação com um PIN, senha ou qualquer outro método de segurança. Até o Android 8, esse tipo de processo não exigia qualquer tipo de senha.

Número de série protegido

Números de série (ou serial) legítimos são interceptados e usados na fabricação de aparelhos piratas — Foto: Divulgação
Números de série (ou serial) legítimos são interceptados e usados na fabricação de aparelhos piratas — Foto: Divulgação

Outra novidade é que números de série de celulares serão mais protegidos. A ideia é impedir que fabricantes acessem seriais legítimos para fabricar celulares piratas. Outra preocupação atendida pela medida é a de privacidade, já que se acredita que é possível que um anunciante identifique um usuário a partir do número de série de um celular.

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