Brazilian Social Studies Paper 2 SL Markscheme
Brazilian Social Studies Paper 2 SL Markscheme
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Markscheme
November 2018
Standard level
Paper 2
17 pages
–2– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M
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Este gabarito (markscheme) lista o que os membros da equipe de produção do exame tinham em mente
quando criaram as perguntas. O conteúdo listado indica possíveis áreas que os candidatos podem cobrir
em suas respostas. Eles não são pontos obrigatórios. Eles são apenas uma referência para ajudar os
examinadores na sua avaliação. Os examinadores devem estar cientes que os candidatos podem ter
uma diferente abordagem, que, se for o caso, deve ser validada. Os examinadores não devem esperar
que todos os aspectos listados estejam presentes na resposta dos candidatos e devem permitir que
outros aspectos válidos sejam considerados.
Seção A
Tema 1: A construção do espaço geográfico brasileiro
1. Com base no Plano de Metas criado pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961),
examine a importância de duas forças, Estado e capital estrangeiro, que aparecem nesse
novo processo de industrialização brasileira.
Quadro geral:
• Foi uma década marcada por profunda divisão social de trabalho, a indústria torna-se o motor
e o centro dinâmico da economia. Antes disso, o esforço de acumulação na economia nacional
foi desenfreado, porém sem a existência de uma base industrial prévia. O cenário brasileiro era
pobre em termos de máquinas e equipamentos.
• O Plano de Metas de Juscelino visava a superação desse cenário, resumido na expressão
“crescer 50 anos em 5”.
• Foi um período conhecido como desenvolvimentista, onde ocorreu em maior escala a
internacionalização econômica brasileira com empresas multinacionais.
Plano de metas:
• Dividido em 30 objetivos, atingia diversos setores da economia. Os que mais receberam
recursos foram energia, transporte e indústria de base. Depois, foi incluído a 31ª meta, que
foi construção de Brasília.
2. Muitos autores usam a expressão “incipiente” (que está no início) para caracterizar a
inserção do Brasil na sua Segunda Revolução Industrial no período de 1930 a 1955.
Avalie essa expressão sobre o processo de industrialização brasileira de acordo com
a análise da conjuntura interna e externa brasileira nesse período histórico.
Conjuntura externa:
• Após a crise de 1929 – efeitos da Grande Depressão – política de substituição de importações;
o setor cafeeiro e valorização; Segunda Guerra Mundial.
Conjuntura interna:
• Aumento do mercado consumidor interno – grande êxodo rural (em especial da lavoura de
café) e aumento da população urbana.
• Redução de importações de produtos industrializados, favorecendo a indústria nacional.
• Período marcado pela Era Vargas (1930–1945), na qual foi implementado uma política
nacionalista com base industrial. Naquele momento, havia uma política econômica de
“intervencionismo estatal”, com a criação de diversas empresas estatais no setor de bens de
produção, dentre eles a CNS – Siderúrgica.
• Inicialmente, com a guerra, muitas atividades industriais no Brasil foram afetadas pela redução
de exportação de equipamentos para países envolvidos nos conflitos, mas, posteriormente,
estimularam o surgimento e desenvolvimento de indústrias no Brasil em algumas áreas para
suprir essas necessidades (óleo, metalúrgicas, transformação de materiais não metálicos).
• Com a guerra, o Brasil também apresentou dificuldades em importar matéria-prima, o que
estimulou o processo conhecido por substituição de importações, ou seja, o Brasil começou
a produzir algumas matérias-primas nacionais (tintas, peças de carros).
• Na década de 50, o Brasil enfrentou um grande problema de infraestrutura, particularmente
com a escassez de eletricidade, transporte e comunicação.
• O enfrentamento se dá parcialmente, com a criação da usina hidrelétrica de São Francisco e
a Petrobrás.
• A incipiência de nossa segunda revolução industrial se dá pela quase falta de uma indústria
de base nesse período.
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3. Em janeiro de 2016, Eliana Brum, jornalista e colunista do El Pais, publica o artigo “1500,
o ano que não terminou” que trata sobre o assassinato recente de uma criança indígena
(povo Kaingang) no Paraná. Em que medida o título do artigo nos permite compreender
a situação de muitos povos indígenas hoje no Brasil?
O candidato pode utilizar conhecimento próprio para justificar a sua resposta e também mencionar
exemplos de conflitos atuais, como por exemplo, a tentativa do governo Temer de rediscutir a forma
de se demarcar terras. No governo de Dilma houve um conflito com a construção de Belo Monte
na Região Norte do país. Recentemente teve o assassinato de indígenas por garimpeiros no norte
do país.
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4. No ano de 2017, Bruna Sena, aluna negra, aprovada para o curso de Medicina em um
dos vestibulares mais concorridos do Brasil, comemora a aprovação das cotas raciais na
universidade e diz em entrevista ao Estadão: “A gente olha para a USP (Universidade de
São Paulo) e não parece que está no Brasil”. Discuta a diversidade étnica no Brasil atual,
explicando os desafios e as conquistas para superar o racismo e o preconceito racial.
Alguns indicadores:
• Desemprego – segundo dados organizados pelo movimento Todos pela educação (2016),
os dados seguem apontando a desigualdade entre brancos, negros e pardos: o desemprego
é maior entre os pretos (7,5 %) e pardos (6,8 %) que entre os brancos (5,1 %). O trabalho
infantil, maior entre pardos (7,6 %) e pretos (6,5 %), que entre brancos (5,4 %).
• Renda (IBGE – 2014) – entre os negros, a média de renda familiar per capita é 753,69 entre os
pretos e R$729,50, entre os pardos. Os brancos têm renda média de R$1.334,30.
• De acordo com o Atlas do estudo sobre a Violência de 2017, a população negra, jovem e de
baixa escolaridade continua totalizando a maior parte das vítimas de homicídios no país.
• Segundo IBGE (2015), negros são 17 % dos mais ricos e três quartos da população mais pobre
brasileira. Essa mesma pesquisa revela que pessoas pretas e pardas têm mais probabilidade
de viver em lares em condições precárias, sem acesso simultâneo a água, esgoto e coleta de
lixo, em relação à população que se declara branca.
• Em 2015, apesar de o número de negros cursando o ensino superior ter dobrado, influenciado
por políticas de ações afirmativas, somente 12,8 % dessa população chegou ao nível superior,
enquanto os brancos de nível superior eram que 26,5 % do total no mesmo ano, ou seja, o
racismo persiste.
Caracterização do semiárido:
• Clima – clima tropical semiárido; normalmente apresenta pouca quantidade de chuvas durante
o ano, concentrando nos meses de dezembro a março, porém como não chove há cinco anos
ou chove numa quantidade menor, o quadro fica mais alarmante; as temperaturas são sempre
altas, o que acentua a evaporação da água na região. Há uma grande influência das massas
de ar seca que dificultam a entradas das úmidas. Algumas das massas de ar úmidas que
influenciam a região, por ter que percorrer grandes distâncias, chegam no Sertão já secas,
outras, precipitam quase todo sua umidade ao atravessar topografia acidentada, como por
exemplo, o Planalto da Borborema.
• Hidrografia – no sertão há muitos rios temporários, o que provoca escassez de água para a
população, os animais e plantação nos períodos de estiagem. Em muitos casos, o estoque de
recursos hídricos acaba sendo a água subterrâneo.
Impacto socioeconômico:
• O semiárido corresponde ao conhecido polígono da seca, aonde vive uma grande parcela da
população nordestina e, economicamente, a mais pobre do Brasil. A escassez de água faz com
que a população local percorra grandes distâncias a pé para obter água. Praticam-se, nessa
região, a pecuária extensiva e, em algumas partes, a agricultura irrigada e também a
agricultura familiar. Como a estiagem prolonga-se por anos, muitos agricultores perdem suas
plantações, gado. Outros migram em busca de trabalho. Em algumas áreas, diante do tamanho
da crise hídrica, decretou-se o uso da água só para uso humano e animal. Agrava-se ainda
mais a situação e a vulnerabilidade da população pobre nesta região.
6. Nas últimas décadas, passou a ser frequente, nos noticiários de televisão, reportagens
sobre o aumento de temperatura nos grandes centros urbanos brasileiros. Para ilustrar,
alguns dizem “enquanto a brisa sopra na periferia, o centro de São Paulo ferve”. Discuta
por que isso ocorre, relacionando suas causas ao processo de urbanização.
• Esse é um fenômeno conhecido como ilhas de calor, resultado da ação humana sobre o meio
ambiente, em especial nos centros urbanos, principalmente, quando se tem um processo de
urbanização desenfreado e sem planejamento.
• Geralmente, utilizam-se asfalto, paralelepípedo, paredes de concreto ou tijolos, telhas que
apresentam elevada capacidade de absorção de calor nas superfícies. Para lustrar, o concreto,
os tijolos e o asfalto absorvem a radiação solar direta, para transformá-la em calor latente e,
mesmo à noite, eles continuam liberando calor.
• Em muitos centros, há escassez ou área super reduzida de vegetação, também se verifica uma
diminuição drástica do poder de reflexão da superfície e, consequentemente, aumenta o poder
de absorção de calor recebido, pois a vegetação absorve e libera a radiação solar rapidamente
através do processo de transpiração.
• Devido o alto número de construção, os solos deixam de ser permeáveis à água da chuva,
logo, há um escoamento rápido da água, diminuindo consideravelmente o processo de
evaporação e o consumo de calor.
• E também, com o alto número de construções edificações, os ventos apresenta uma
dificuldade de circular, que dificulta a dispersão do calor.
• Em muitas cidades, verificam-se diferenças consideráveis de temperatura em áreas muito
próximas uma da outra, por exemplo, com 10 km de distância. Isso se dá porque enquanto na
primeira área (com temperatura maior), há maior número de construção, maior circulação de
carros e, consequentemente, de poluição, na outra, o nível de poluição é menor e apresenta
uma taxa de arborização elevada.
• Já foi registrado, por exemplo, na cidade de São Paulo, diferença de 10 graus centígrados de
diferenças de um lugar para o outro num mesmo horário.
• Segundo algumas pesquisas, é possível verificar esse fenômeno em Rio de Janeiro, em
Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza.
Seção B
Tema 5: Do descobrimento ao fim do Período Colonial (1500–1822)
7. Analise os motivos que garantiram a longa duração do Quilombo dos Palmares, durante e
depois da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro.
9. Até que ponto as rebeliões do Período Regencial (1831–1840) podem ser consideradas
uma ameaça à unidade política e territorial brasileira? Considere o contexto histórico e
ao menos uma das revoltas como base de sua argumentação.
Revoltas Regenciais:
• Farroupilha (1835–1845) – Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A Farroupilha foi a mais longa
das revoltas do período e a mais elitista. O Rio Grande do Sul chegou a se declarar uma
república independente.
• Sabinada (1837) – Bahia. A Sabinada foi um movimento de oposição ao governo regencial.
Foi realizada por homens letrados e de posses da cidade de Salvador, que pretendiam criar
uma república na província, enquanto D. Pedro II fosse menor de idade.
• Revolta dos Malês (1835) – Bahia. A revolta foi uma luta contra a escravidão em Salvador
realizada por escravos africanos conhecidos como Malês, muitos dos quais eram muçulmanos
vindos do norte da África.
• Cabanagem (1835–1840) – Grão-Pará, atual Pará. A Cabanagem foi uma revolta popular
ocorrida no Pará contra a situação de miséria da população e contra os responsáveis por sua
exploração. Os Cabanos eram homens e mulheres pobres, negros, índios e mestiços que
trabalhavam na extração de produtos da floresta e viviam em casas semelhantes a cabanas.
• Balaiada (1838–1841) – Maranhão. A economia agrária da província atravessou uma grave
crise causada pela queda do preço do seu principal produto, o algodão. Isso aconteceu pela
perda de compradores no exterior, devido à concorrência do algodão produzido no sul dos
Estados Unidos.
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10. Em que medida a abolição da escravidão em 1888 pode ser considerada um fator
determinante para o fim do Império no Brasil (1889)?
• Vários fatores contribuíram para a Crise do Império, entre eles: o movimento Republicano,
os conflitos do Governo Imperial com a Igreja e o Exército e, principalmente, o movimento
abolicionista. O/a candidato/a pode relacionar todos esses fatores como sendo determinantes
para o fim do Império ou ressaltar o processo abolicionista como sendo o fator determinante
para o seu fim.
• A partir de 1870, teve início o período mais crítico do Segundo Reinado. O Império já não
conseguia atender aos interesses de diversos setores da sociedade, muitas vezes em conflitos
entre si. As distintas insatisfações foram convergindo para uma mesma solução: o fim do
regime Monárquico e a instituição da República.
• O conflito internacional que corroborou ao abalo das estruturas do império brasileiro foi a
chamada Guerra do Paraguai.
• Uma crise na sucessão do trono, frente à doença de Dom Pedro II e a insatisfação com a
possível herdeira do trono, Princesa Isabel, também contribuiu para determinar novos rumos
ao Império.
• O encaminhamento da questão dos escravos abalou as relações políticas entre o Governo
Monárquico e os proprietários dos escravos e de terras. Estes não se conformaram com a
Abolição da Escravidão em 1888 e, sentindo-se abandonados pela Monarquia, acabaram por
abandoná-la, depois de terem sido seu principal sustentáculo desde o início do Império.
• Essa insatisfação não iniciou, no entanto, com o fim do escravismo em 1888. Já se manifestava
pelo menos desde 1871, quando o Governo Imperial propôs a Lei do Ventre Livre.
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12. Examine alguns dos aspectos políticos/sociais da Constituição de 1988 que podem ser
considerados conquistas inovadoras.
Conquistas inovadoras:
• Caráter humanitário: a tortura e o racismo se tornaram crimes inafiançáveis.
• Com relação às leis trabalhistas: a nova lei incorpora diversos princípios da CLT assegurando
uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, férias remuneradas com um adicional de
1/3 sob o valor do salário, a licença maternidade de 120 dias, a criação da licença-paternidade
e a livre organização dos movimentos grevistas e sindicais.
• A relação do cidadão e as instituições do poder judiciário: estreitadas com a criação do
mandado de injunção – dispositivo pelo qual o cidadão recorre às autoridades judiciárias
quando a lei não regulamenta determinada questão – e a obtenção de qualquer mandado de
segurança que viole algum direito constitucional ou sinaliza abuso de poder.
• Criação dos juizados de pequenas causas.
• Benefícios previdenciários aos trabalhadores rurais e criação de ações que garantem a
proteção do meio ambiente e das populações indígenas.
• Direito às comunidades descendentes de quilombolas a terem propriedade sob as áreas
ocupadas por seus antepassados.