Brazilian Social Studies Paper 2 SL Markscheme

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N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Markscheme

November 2018

Brazilian social studies

Standard level

Paper 2

17 pages
–2– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

This markscheme is confidential and for the exclusive use


of examiners in this examination session.

It is the property of the International Baccalaureate and


must not be reproduced or distributed to any other person
without the authorization of the IB Global Centre, Cardiff.
–3– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

The following are the annotations available to use when marking responses.

Annotation Explanation Associated shortcut


CKS Clear Knowledge Shown
CON Contradiction
CPV Clear personal voice

Incorrect point

DNF Does not follow


EE Effective Evaluation
EG Example
EXC Excellent point
FT Follow through
GA Good analysis
GD Good Definition
GEXA Good example
GEXP Good explanation
GIN Good insight
Gsev Good source evaluation
GUT Good use of text
Underline tool
Wavy underline tool
Highlight tool
IRRL Irrelevant
LD Lacks depth
LLS Lacks Logical Structure
LNK Two statements are linked
NAR Lengthy narrative
NBOD No benefit of the doubt
NE Not enough
NEX No explanation given
NExa No Examples
O Opinion
–4– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

On page comment

PE Poorly expressed

Unclear

Repetition

SGP Some good points

Correct point

TV Too vague
U Understanding
VG Vague
VL Very limited
WARG Well argued

You must make sure you have looked at all pages. Please put the annotation on any blank page,
to indicate that you have seen it.
–5– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

These generic markbands are intended to be read in conjunction with the paper-specific markscheme.
The markbands concentrate on positive achievement, although for lower levels failure to achieve may
be included in the description.

Marks Level descriptor

If the answer does not achieve the standard described in markband 1–5 at the bottom end
0
of that mark range, 0 should be recorded.

At the bottom end of this mark range


• there is very little understanding of the question or relevant knowledge.
• appropriate skills and organizational structure are lacking.
• the student’s answer is no more than a collection of generalizations or a paragraph or
two of facts, bearing little relation to the question.
In the middle of this mark range
• little understanding is shown of the question, which is not addressed effectively.
• although some historical or geographical facts and comments are present they are
1–5
limited, often inaccurate, and of marginal relevance.
• there is also very little evidence of appropriate skills and the structure is basic.
At the top end of this mark range
• there is some indication that the question is understood.
• the question is partially addressed, and there is a limited amount of accurate and
relevant knowledge.
• there is a limited demonstration of skills, focus and structure.

At the bottom end of this mark range


• the demands of the question are generally understood.
• the question may be answered with a relevant coherent argument, which is supported by
limited material.
• alternatively, the answer contains accurate knowledge but is mainly descriptive or
narrative, with only implicit analysis and few explanatory comments, or it is only made
relevant by its conclusion.
In addition:
Answers to history questions
• demonstrate some attempt to structure an answer chronologically or analytically.
Answers to geography questions
• demonstrate some attempt to structure an answer using appropriate concepts and
6–10 terminology.
At the top end of this mark range
• the demands of the question are understood and addressed, although not all the issues
are considered.
• the answer is supported by accurate, relevant and adequate knowledge.
In addition:
Answers to history questions
• should have some evidence of analysis.
Answers to geography questions
• should have an appropriate structure, and/or an understanding of relevant concepts and
terminology.
• should include examples and case studies but these are limited in detail.
–6– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Throughout this mark range


The demands of the question are effectively and relevantly addressed, in a structured
framework.
In addition:
Answers to history questions
11–15 • are clearly supported by appropriated factual knowledge
• demonstrate a consistent level of explicit understanding and analysis.
Answers to geography questions
• are well-structured, and show an understanding of relevant concepts, and terminology
• case studies are included and are well chosen.

Throughout this mark range


The demands of the question are effectively and relevantly addressed in a clearly
structured and focused essay. Arguments are detailed and well developed.
In addition:
Answers to history questions demonstrate a consistent level of explicit understanding and
ability. Where appropriate, the answer will demonstrate one or more of the following:
• a well-developed awareness of historical processes
16–20
• a good conceptual ability
• a successful challenge to the assumptions implied in the question.
Answers to geography questions
• show accurate, specific, in-depth understanding of relevant concepts and terminology.
• Include examples and case studies that are well-chosen and developed.
• demonstrate a good and well-balanced attempt at evaluation/synthesis.
–7– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Este gabarito (markscheme) lista o que os membros da equipe de produção do exame tinham em mente
quando criaram as perguntas. O conteúdo listado indica possíveis áreas que os candidatos podem cobrir
em suas respostas. Eles não são pontos obrigatórios. Eles são apenas uma referência para ajudar os
examinadores na sua avaliação. Os examinadores devem estar cientes que os candidatos podem ter
uma diferente abordagem, que, se for o caso, deve ser validada. Os examinadores não devem esperar
que todos os aspectos listados estejam presentes na resposta dos candidatos e devem permitir que
outros aspectos válidos sejam considerados.

Seção A
Tema 1: A construção do espaço geográfico brasileiro

1. Com base no Plano de Metas criado pelo governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961),
examine a importância de duas forças, Estado e capital estrangeiro, que aparecem nesse
novo processo de industrialização brasileira.

Quadro geral:
• Foi uma década marcada por profunda divisão social de trabalho, a indústria torna-se o motor
e o centro dinâmico da economia. Antes disso, o esforço de acumulação na economia nacional
foi desenfreado, porém sem a existência de uma base industrial prévia. O cenário brasileiro era
pobre em termos de máquinas e equipamentos.
• O Plano de Metas de Juscelino visava a superação desse cenário, resumido na expressão
“crescer 50 anos em 5”.
• Foi um período conhecido como desenvolvimentista, onde ocorreu em maior escala a
internacionalização econômica brasileira com empresas multinacionais.

Plano de metas:
• Dividido em 30 objetivos, atingia diversos setores da economia. Os que mais receberam
recursos foram energia, transporte e indústria de base. Depois, foi incluído a 31ª meta, que
foi construção de Brasília.

Sobre as duas novas forças – Estado e capital estrangeiro:


• Capital estrangeiro: importam tecnologia em processos industriais, máquinas e equipamentos,
aumentando o trabalho e a exploração de mão de obra, consequentemente, aumentando a
acumulação. Diferente de períodos anteriores, onde os investimentos eram direcionados para
infraestrutura, agora, eles estão voltados para o aumento de produtividade.
• Estado: assume um novo papel investindo em setores de produção que leva a um aumento
na diferenciação de interesses de diversas classes sociais. Isso causará falência ou colocará
um limite no próprio populismo, porque naquele momento, torna-se difícil manter tamanha
diversidade de interesses em harmonia (ex. operário, latifundiário).
–8– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

2. Muitos autores usam a expressão “incipiente” (que está no início) para caracterizar a
inserção do Brasil na sua Segunda Revolução Industrial no período de 1930 a 1955.
Avalie essa expressão sobre o processo de industrialização brasileira de acordo com
a análise da conjuntura interna e externa brasileira nesse período histórico.

Conjuntura externa:
• Após a crise de 1929 – efeitos da Grande Depressão – política de substituição de importações;
o setor cafeeiro e valorização; Segunda Guerra Mundial.

Conjuntura interna:
• Aumento do mercado consumidor interno – grande êxodo rural (em especial da lavoura de
café) e aumento da população urbana.
• Redução de importações de produtos industrializados, favorecendo a indústria nacional.
• Período marcado pela Era Vargas (1930–1945), na qual foi implementado uma política
nacionalista com base industrial. Naquele momento, havia uma política econômica de
“intervencionismo estatal”, com a criação de diversas empresas estatais no setor de bens de
produção, dentre eles a CNS – Siderúrgica.
• Inicialmente, com a guerra, muitas atividades industriais no Brasil foram afetadas pela redução
de exportação de equipamentos para países envolvidos nos conflitos, mas, posteriormente,
estimularam o surgimento e desenvolvimento de indústrias no Brasil em algumas áreas para
suprir essas necessidades (óleo, metalúrgicas, transformação de materiais não metálicos).
• Com a guerra, o Brasil também apresentou dificuldades em importar matéria-prima, o que
estimulou o processo conhecido por substituição de importações, ou seja, o Brasil começou
a produzir algumas matérias-primas nacionais (tintas, peças de carros).
• Na década de 50, o Brasil enfrentou um grande problema de infraestrutura, particularmente
com a escassez de eletricidade, transporte e comunicação.
• O enfrentamento se dá parcialmente, com a criação da usina hidrelétrica de São Francisco e
a Petrobrás.
• A incipiência de nossa segunda revolução industrial se dá pela quase falta de uma indústria
de base nesse período.
–9– N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Tema 3: Demografia e dinâmicas urbanas no Brasil contemporâneo

3. Em janeiro de 2016, Eliana Brum, jornalista e colunista do El Pais, publica o artigo “1500,
o ano que não terminou” que trata sobre o assassinato recente de uma criança indígena
(povo Kaingang) no Paraná. Em que medida o título do artigo nos permite compreender
a situação de muitos povos indígenas hoje no Brasil?

• Desde a chegada dos portugueses em 1500, verifica-se o extermínio e/ou a diminuição da


população e de muitos povos indígenas no território brasileiro. Cálculos aproximados estimam
que, em 1500, havia uma população de 3 a 4 milhões de indígenas. Atualmente, segundo
dados do IBGE, aproximadamente há 896.000 pessoas autodeclaradas indígenas no território
nacional, com 227 povos conhecidos e 180 línguas e dialetos.
• Segundo esses mesmos dados, nos últimos anos, houve um acréscimo da população indígena.
Atribui-se um especial atenção à causa indígena, mobilização indígena e mobilização da
sociedade civil na luta pelos seus direitos e na demarcação de terras indígenas. Entretanto, os
conflitos não cessaram e se agravaram nos últimos anos, em especial no período que se
verificou um crescimento econômico no Brasil e no atual governo Temer.
• Desde o período colonial, já existiam vários conflitos envolvendo os indígenas – assistimos
à escravização indígena e ocupação de seus territórios. Depois, os conflitos passaram a se
intensificar e a se espalhar no território com a presença cada vez maior de fazendeiros,
garimpeiros, madeireiros, construtores de hidrelétricas até os dias de hoje.
• Os conflitos não ocorrem exclusivamente nas terras indígenas, mas também no Congresso,
onde as leis que tratam desse assuntos são discutidas e criadas. Os povos indígenas
precisaram se reorganizar para disputar nesses novos espaços, pois criou-se no Congresso
a chamada bancada ruralista, financiada por grandes empresários do setor agrário, para
defender seus interesses. No Congresso há avanços e retrocessos na defesa dos povos e
terras indígenas com as PECs (Projetos de Emendas Constitucionais).

O candidato pode utilizar conhecimento próprio para justificar a sua resposta e também mencionar
exemplos de conflitos atuais, como por exemplo, a tentativa do governo Temer de rediscutir a forma
de se demarcar terras. No governo de Dilma houve um conflito com a construção de Belo Monte
na Região Norte do país. Recentemente teve o assassinato de indígenas por garimpeiros no norte
do país.
– 10 – N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

4. No ano de 2017, Bruna Sena, aluna negra, aprovada para o curso de Medicina em um
dos vestibulares mais concorridos do Brasil, comemora a aprovação das cotas raciais na
universidade e diz em entrevista ao Estadão: “A gente olha para a USP (Universidade de
São Paulo) e não parece que está no Brasil”. Discuta a diversidade étnica no Brasil atual,
explicando os desafios e as conquistas para superar o racismo e o preconceito racial.

Situação da diversidade étnica no Brasil:


• População brasileira passa de 207 milhões em 2017 e é formada por 4 grupos étnicos: indígenas,
branco, negro africano e asiático.
• Nos últimos anos, vários Indicadores socioeconômicos mostram uma melhoria nas condições
de vida da população negra, bem como no acesso a serviços e direitos. Entretanto, ainda não é
possível vislumbrar a superação do abismo racial. Os dados disponíveis indicam um caminho:
é preciso apostar em políticas de ação afirmativa de forma consistente. Como dizem: “o jovem
negro tem, hoje, oportunidades que seus pais não tiveram, mas isso não significa que elas
sejam iguais”.

Alguns indicadores:
• Desemprego – segundo dados organizados pelo movimento Todos pela educação (2016),
os dados seguem apontando a desigualdade entre brancos, negros e pardos: o desemprego
é maior entre os pretos (7,5 %) e pardos (6,8 %) que entre os brancos (5,1 %). O trabalho
infantil, maior entre pardos (7,6 %) e pretos (6,5 %), que entre brancos (5,4 %).
• Renda (IBGE – 2014) – entre os negros, a média de renda familiar per capita é 753,69 entre os
pretos e R$729,50, entre os pardos. Os brancos têm renda média de R$1.334,30.
• De acordo com o Atlas do estudo sobre a Violência de 2017, a população negra, jovem e de
baixa escolaridade continua totalizando a maior parte das vítimas de homicídios no país.
• Segundo IBGE (2015), negros são 17 % dos mais ricos e três quartos da população mais pobre
brasileira. Essa mesma pesquisa revela que pessoas pretas e pardas têm mais probabilidade
de viver em lares em condições precárias, sem acesso simultâneo a água, esgoto e coleta de
lixo, em relação à população que se declara branca.
• Em 2015, apesar de o número de negros cursando o ensino superior ter dobrado, influenciado
por políticas de ações afirmativas, somente 12,8 % dessa população chegou ao nível superior,
enquanto os brancos de nível superior eram que 26,5 % do total no mesmo ano, ou seja, o
racismo persiste.

Acesso à USP e as políticas afirmativas:


• Embora a maioria da população brasileira seja negra e parda (52,9 %), predomina quase ou em
absoluto a população branca no curso de medicina na USP, daí a percepção da aluna de estar
em outro país. Movimentos sociais negros já reivindicavam políticas afirmativas – cotas raciais
para o acesso de negros e pardos às universidades públicas, incluindo a USP. Entretanto,
havia uma resistência por mudanças, ainda mais na USP, com perfil totalmente conservador.
Com a mudança, o acesso será possível, mas colocará em questão novas demandas de
políticas pela permanência desses estudantes na Universidade, já que uma grande parte,
como é possível ver pelos dados acima, são pobres.
• Cotas raciais são objetos de intensos debates, principalmente pela perspectiva dos que
defendem a meritocracia.

O candidato pode trazer outras informações/conhecimentos.


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Tema 4: Meio ambiente e sociedade

5. De 2012 a 2017, quase 80 % dos municípios nordestinos decretaram estado de emergência


ou de calamidade devido à seca. Avalie como o clima e a hidrografia do semiárido nordestino
contribuem para que essa situação fique ainda mais preocupante e qual o seu impacto
socioeconômico nessa região.

Caracterização do semiárido:
• Clima – clima tropical semiárido; normalmente apresenta pouca quantidade de chuvas durante
o ano, concentrando nos meses de dezembro a março, porém como não chove há cinco anos
ou chove numa quantidade menor, o quadro fica mais alarmante; as temperaturas são sempre
altas, o que acentua a evaporação da água na região. Há uma grande influência das massas
de ar seca que dificultam a entradas das úmidas. Algumas das massas de ar úmidas que
influenciam a região, por ter que percorrer grandes distâncias, chegam no Sertão já secas,
outras, precipitam quase todo sua umidade ao atravessar topografia acidentada, como por
exemplo, o Planalto da Borborema.
• Hidrografia – no sertão há muitos rios temporários, o que provoca escassez de água para a
população, os animais e plantação nos períodos de estiagem. Em muitos casos, o estoque de
recursos hídricos acaba sendo a água subterrâneo.

Impacto socioeconômico:
• O semiárido corresponde ao conhecido polígono da seca, aonde vive uma grande parcela da
população nordestina e, economicamente, a mais pobre do Brasil. A escassez de água faz com
que a população local percorra grandes distâncias a pé para obter água. Praticam-se, nessa
região, a pecuária extensiva e, em algumas partes, a agricultura irrigada e também a
agricultura familiar. Como a estiagem prolonga-se por anos, muitos agricultores perdem suas
plantações, gado. Outros migram em busca de trabalho. Em algumas áreas, diante do tamanho
da crise hídrica, decretou-se o uso da água só para uso humano e animal. Agrava-se ainda
mais a situação e a vulnerabilidade da população pobre nesta região.

Aceitar outros conhecimentos do candidato.


– 12 – N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

6. Nas últimas décadas, passou a ser frequente, nos noticiários de televisão, reportagens
sobre o aumento de temperatura nos grandes centros urbanos brasileiros. Para ilustrar,
alguns dizem “enquanto a brisa sopra na periferia, o centro de São Paulo ferve”. Discuta
por que isso ocorre, relacionando suas causas ao processo de urbanização.

• Esse é um fenômeno conhecido como ilhas de calor, resultado da ação humana sobre o meio
ambiente, em especial nos centros urbanos, principalmente, quando se tem um processo de
urbanização desenfreado e sem planejamento.
• Geralmente, utilizam-se asfalto, paralelepípedo, paredes de concreto ou tijolos, telhas que
apresentam elevada capacidade de absorção de calor nas superfícies. Para lustrar, o concreto,
os tijolos e o asfalto absorvem a radiação solar direta, para transformá-la em calor latente e,
mesmo à noite, eles continuam liberando calor.
• Em muitos centros, há escassez ou área super reduzida de vegetação, também se verifica uma
diminuição drástica do poder de reflexão da superfície e, consequentemente, aumenta o poder
de absorção de calor recebido, pois a vegetação absorve e libera a radiação solar rapidamente
através do processo de transpiração.
• Devido o alto número de construção, os solos deixam de ser permeáveis à água da chuva,
logo, há um escoamento rápido da água, diminuindo consideravelmente o processo de
evaporação e o consumo de calor.
• E também, com o alto número de construções edificações, os ventos apresenta uma
dificuldade de circular, que dificulta a dispersão do calor.
• Em muitas cidades, verificam-se diferenças consideráveis de temperatura em áreas muito
próximas uma da outra, por exemplo, com 10 km de distância. Isso se dá porque enquanto na
primeira área (com temperatura maior), há maior número de construção, maior circulação de
carros e, consequentemente, de poluição, na outra, o nível de poluição é menor e apresenta
uma taxa de arborização elevada.
• Já foi registrado, por exemplo, na cidade de São Paulo, diferença de 10 graus centígrados de
diferenças de um lugar para o outro num mesmo horário.
• Segundo algumas pesquisas, é possível verificar esse fenômeno em Rio de Janeiro, em
Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza.

O candidato pode trazer outras informações/conhecimentos.


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Seção B
Tema 5: Do descobrimento ao fim do Período Colonial (1500–1822)

7. Analise os motivos que garantiram a longa duração do Quilombo dos Palmares, durante e
depois da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro.

• O quilombo surgiu no final do século XVI e só foi exterminado em 1694.


• Ocupava um espaço territorial de aproximadamente 27 mil km quadrados, instalado na Serra da
Barriga, dentro dos atuais estados de Alagoas e Pernambuco.
• Os relatos sobre a população quilombola chegam a estimativa de 20 mil habitantes. Tais números
explicam o impacto que Palmares causou na conjuntura da época.
• Seu crescimento ocorreu principalmente entre as décadas de 1630 e 1650, quando a invasão
dos holandeses prejudicou o controle sobre a população escrava e o tráfico negreiro.
• Ao longo dos seus quase cem anos, os quilombolas conseguiram derrotar em média, trinta
expedições militares.
• A localização do Quilombo e o terreno extremamente acidentado da região, dificultavam a ação
das tropas portuguesas e dos bandeirantes paulistas contratados para destruir os quilombos.
• A prosperidade e a capacidade de organização econômica do Quilombo também foi um fator
que garantiu sua longa duração. Muitos quilombolas produziam para a própria subsistência,
mas também conseguiram excedentes que os favoreciam em suas conexões mercantis com
o mundo ao seu redor.

Em termos sociais, os quilombolas construíram uma rede de apoio e interesses envolvendo


negros escravizados e livres, indígenas ou brancos pobres e perseguidos (por motivos religiosos,
sociais ou econômicos), com os quais não só negociavam, mas também mantinham laços afetivos
e até familiares.
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8. Discuta a seguinte afirmação sobre a relação entre colonos e autoridades metropolitanas


durante o século XVIII:

“A pressão exercida pelos portugueses sobre os mineradores motivou uma série de


conflitos entre os colonos e as autoridades metropolitanas. A escassez de metais e pedras
foi sistematicamente respondida com o endurecimento da fiscalização lusitana.”

• A partir do momento em que os portugueses souberam da descoberta do ouro em terras


brasileiras, a necessidade de controle sobre a exploração das jazidas aumentou
substancialmente.
• Em 1702, a metrópole oficializou a criação da Intendência das Minas, órgão que deveria
administrar as regiões auríferas respondendo pelo policiamento, a cobrança de impostos e
julgamento dos crimes ocorridos nessas localidades.
• Além do controle do uso, a metrópole também cuidava da arrecadação do Quinto, tributo onde
vinte por cento de todos os metais e diamantes eram recolhidos pelos mineradores.
• Com a permanência dos diversos problemas com fraudes e tráfico, a Coroa Portuguesa decidiu
também criar as Casas de Fundição. Nesse lugar, todo o ouro encontrado em forma de pepita
ou pó deveria ser transformado em barras e marcado com o símbolo do governo metropolitano.
Dessa maneira, a cobrança do quinto seria facilitada e o tráfico coibido com maior eficiência.
• Com o passar do tempo, a grande disponibilidade de metais preciosos e a crescente demanda
de Portugal pelos recursos motivou uma nova reforma no sistema de tributação vigente. A partir
de então, a cobrança do quinto fora estabelecida junto ao Sistema de Capitação. Segundo o
novo imposto, cada um dos mineradores deveria pagar uma quantia proporcional ao número
de escravos aptos para o trabalho que estivesse em seu nome.
• A redução dos minérios disponíveis entrou em choque com a constante demanda de Portugal.
Não reconhecendo a diminuição do volume produtivo da atividade, a administração colonial
decidiu buscar outras formas de cobrança junto aos mineradores. A partir de então, a Derrama
foi instituída como imposto, com o objetivo de saldar as dívidas acumuladas pelos mineradores
que deixavam de cumprir o pagamento dos outros impostos.

Reação dos colonos:


• Revolta de Filipe dos Santos: aconteceu em 1720 e representou a insatisfação dos donos de
minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição.
O movimento foi encerrado violentamente pela Coroa Portuguesa, e seu líder, Filipe dos
Santos Freire, condenado à morte.
• Inconfidência Mineira: revolta ocorrida em Minas Gerais, em 1789, era contra a exploração
do Brasil e a cobrança do imposto máximo cobrado pela Metrópole: a Derrama. Pretendia
tornar Minas Gerais independente de Portugal. Porém, o movimento foi descoberto e seus
participantes foram punidos pela metrópole. Tiradentes, considerado líder do movimento,
foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo.
– 15 – N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Tema 6: A experiência monárquica (1822–1889)

9. Até que ponto as rebeliões do Período Regencial (1831–1840) podem ser consideradas
uma ameaça à unidade política e territorial brasileira? Considere o contexto histórico e
ao menos uma das revoltas como base de sua argumentação.

Contexto histórico e significado das revoltas:


• O período regencial começa em 1831, com a abdicação de Dom Pedro I e estende-se até
1840, quando Dom Pedro II assume o poder pelo chamado Golpe da Maioridade. É uma das
fases mais conturbadas da história brasileira e de grande violência social.
• Ausência do Poder Moderador.
• No período regencial o debate era extenso e girava em torno das seguintes questões:
monarquia, república, eleições diretas, centralização, descentralização, unidade territorial,
fragmentação territorial e fim da escravidão.
• Havia uma grande disputa entre Liberais e Conservadores. Os primeiros defendiam uma maior
autonomia das províncias, buscando descentralizar o poder, enquanto os segundos defendiam
um poder centralizado na Capital, Rio de Janeiro.
• Pela primeira vez no país, os chefes de governo são eleitos por seus pares. Os brasileiros
pobres continuam alijados da vida política da nação.
• As revoltas regenciais, que passaram a eclodir em todo o território nacional, deram impulso
para que o grupo político dos Regressistas ganhasse força e tomasse o Estado.
• Em 1837, tem início o período conhecido como “Regresso Conservador” que provocará a
retomada da centralização política no Estado Imperial, oprimindo as Revoltas Regenciais.
Foram os Conservadores responsáveis pela “consolidação monárquica”, isto é, fortaleceram
as estruturas estatais, projetaram e construíram os elementos que deram forma à identidade
nacional e garantiram a vitória do projeto político centralista, iniciado no Primeiro Reinado
por D. Pedro I.
• As revoltas regenciais podem ser divididas em dois grupos a partir da sua composição social:
as elitistas e as populares. De um modo geral, enquanto as primeiras defendiam o separatismo
do império e a adoção do modelo republicano, o caráter social das demais se manifestava, por
exemplo, na crítica à escravidão.
• Foi na crítica às revoltas que se consolidou o entendimento de que elas ameaçavam três pilares
que deveriam ser preservados: a unidade territorial, a monarquia e a escravidão. Dessa forma,
a partir da Capital – o Rio de Janeiro – e sob o comando dos regressistas, as revoltas foram
fortemente combatidas.

Revoltas Regenciais:
• Farroupilha (1835–1845) – Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A Farroupilha foi a mais longa
das revoltas do período e a mais elitista. O Rio Grande do Sul chegou a se declarar uma
república independente.
• Sabinada (1837) – Bahia. A Sabinada foi um movimento de oposição ao governo regencial.
Foi realizada por homens letrados e de posses da cidade de Salvador, que pretendiam criar
uma república na província, enquanto D. Pedro II fosse menor de idade.
• Revolta dos Malês (1835) – Bahia. A revolta foi uma luta contra a escravidão em Salvador
realizada por escravos africanos conhecidos como Malês, muitos dos quais eram muçulmanos
vindos do norte da África.
• Cabanagem (1835–1840) – Grão-Pará, atual Pará. A Cabanagem foi uma revolta popular
ocorrida no Pará contra a situação de miséria da população e contra os responsáveis por sua
exploração. Os Cabanos eram homens e mulheres pobres, negros, índios e mestiços que
trabalhavam na extração de produtos da floresta e viviam em casas semelhantes a cabanas.
• Balaiada (1838–1841) – Maranhão. A economia agrária da província atravessou uma grave
crise causada pela queda do preço do seu principal produto, o algodão. Isso aconteceu pela
perda de compradores no exterior, devido à concorrência do algodão produzido no sul dos
Estados Unidos.
– 16 – N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

10. Em que medida a abolição da escravidão em 1888 pode ser considerada um fator
determinante para o fim do Império no Brasil (1889)?

• Vários fatores contribuíram para a Crise do Império, entre eles: o movimento Republicano,
os conflitos do Governo Imperial com a Igreja e o Exército e, principalmente, o movimento
abolicionista. O/a candidato/a pode relacionar todos esses fatores como sendo determinantes
para o fim do Império ou ressaltar o processo abolicionista como sendo o fator determinante
para o seu fim.
• A partir de 1870, teve início o período mais crítico do Segundo Reinado. O Império já não
conseguia atender aos interesses de diversos setores da sociedade, muitas vezes em conflitos
entre si. As distintas insatisfações foram convergindo para uma mesma solução: o fim do
regime Monárquico e a instituição da República.
• O conflito internacional que corroborou ao abalo das estruturas do império brasileiro foi a
chamada Guerra do Paraguai.
• Uma crise na sucessão do trono, frente à doença de Dom Pedro II e a insatisfação com a
possível herdeira do trono, Princesa Isabel, também contribuiu para determinar novos rumos
ao Império.
• O encaminhamento da questão dos escravos abalou as relações políticas entre o Governo
Monárquico e os proprietários dos escravos e de terras. Estes não se conformaram com a
Abolição da Escravidão em 1888 e, sentindo-se abandonados pela Monarquia, acabaram por
abandoná-la, depois de terem sido seu principal sustentáculo desde o início do Império.
• Essa insatisfação não iniciou, no entanto, com o fim do escravismo em 1888. Já se manifestava
pelo menos desde 1871, quando o Governo Imperial propôs a Lei do Ventre Livre.
– 17 – N18/3/HCONB/SP2/POR/TZ0/XX/M

Tema 8: Brasil contemporâneo (1945– )

11. Discuta os principais objetivos do golpe militar no Brasil em 1964.

• Os militares tomam o poder do Estado e colocaram-se como promotores da ordem política.


Firmaram um projeto de modernização aberto ao capital internacional, impuseram o
autoritarismo e consagraram a vitória dos grupos conservadores.
• Alguns estudiosos argumentam que o objetivo estratégico do golpe de 1964 era instituir uma
guerra civil que impedisse o nascimento de uma nova potência mundial no hemisfério Sul,
o Brasil, comandada pelo então presidente João Goulart.
• Segundo os militares envolvidos no golpe de 1964, o objetivo era restaurar a disciplina e a
hierarquia nas Forças Armadas e deter a “ameaça comunista” que pairava sobre o Brasil.
• Os militares também temiam o avanço das organizações populares, inclusive dos sindicatos,
da União Estudantil e da Liga Camponesa, chamados de “inimigos internos”. Conter a ação
desses grupos era mais um de seus objetivos.
• O Golpe foi apoiado pela burguesia dominante, alguns grupos da classe média, a Igreja
Católica e os Estados Unidos.
• Com o Golpe, deu-se início à implantação de um regime político marcado pelo “autoritarismo”,
isto é, um regime político que privilegiava a autoridade do Estado em relação às liberdades
individuais, e o Poder Executivo em detrimento dos poderes Legislativo e Judiciário.
• Já no início do que os militares chamavam de “Revolução”, ficou evidente uma característica
que permaneceria durante todo o regime militar: o empenho em preservar a unidade por parte
dos militares no poder, apesar da existência de conflitos internos nem sempre bem resolvidos.

12. Examine alguns dos aspectos políticos/sociais da Constituição de 1988 que podem ser
considerados conquistas inovadoras.

• No dia 5 de outubro de 1988, o presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, oficializou a


promulgação da nova Constituição brasileira, que ficou conhecida como “constituição cidadã”,
em alusão às suas diversas conquistas no campo das liberdades individuais, os direitos de
natureza social e política.
• Depois da morte de Tancredo Neves, eleito presidente pelo voto indireto, o vice-presidente
José Sarney assumiu o posto presidencial com o objetivo de varrer os traços que ainda nos
lembravam do período ditatorial. Por isso, o novo governo civil tomou as devidas providências
para a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita em 1986. Depois de muitas
discussões, a nova Constituição foi promulgada.

Conquistas inovadoras:
• Caráter humanitário: a tortura e o racismo se tornaram crimes inafiançáveis.
• Com relação às leis trabalhistas: a nova lei incorpora diversos princípios da CLT assegurando
uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, férias remuneradas com um adicional de
1/3 sob o valor do salário, a licença maternidade de 120 dias, a criação da licença-paternidade
e a livre organização dos movimentos grevistas e sindicais.
• A relação do cidadão e as instituições do poder judiciário: estreitadas com a criação do
mandado de injunção – dispositivo pelo qual o cidadão recorre às autoridades judiciárias
quando a lei não regulamenta determinada questão – e a obtenção de qualquer mandado de
segurança que viole algum direito constitucional ou sinaliza abuso de poder.
• Criação dos juizados de pequenas causas.
• Benefícios previdenciários aos trabalhadores rurais e criação de ações que garantem a
proteção do meio ambiente e das populações indígenas.
• Direito às comunidades descendentes de quilombolas a terem propriedade sob as áreas
ocupadas por seus antepassados.

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