Principles and Labs For Physical Fitness 9th Edition Hoeger Test Bank 1
Principles and Labs For Physical Fitness 9th Edition Hoeger Test Bank 1
Principles and Labs For Physical Fitness 9th Edition Hoeger Test Bank 1
1. Define cardiorespiratory (CR) endurance and describe the benefits of CR endurance training
in maintaining health and well-being.
2. Define and give examples of aerobic and anaerobic exercise.
3. Be able to assess CR fitness through five different test protocols: 1.5-Mile Run Test, 1.0-
Mile Walk Test, Step Test, Astrand-Ryhming Test, and 12-Minute Swim Test.
4. Be able to interpret the results of CR endurance assessments according to health fitness
and physical fitness standards.
5. Determine your readiness to start an exercise program.
6. Explain the principles that govern CR exercise prescription: intensity, mode, duration,
frequency, and rate of progression.
7. Learn some ways to foster adherence to exercise.
True/False
1 F 4. The quality of a training program plays a crucial role in how each person
responds and improves following an exercise program.
3 T 5. VO2 is determined by the heart rate, the stroke volume, and the amount of
oxygen removed from the vascular system.
6 F 9. Ideally, one only needs to exercise 30 minutes each session, 3 to 5 days per
week, to reap weight control benefits.
6 T 10. Higher intensity activities increase caloric expenditure, while exercising longer
compensates for lower intensities.
Multiple Choice
1 a 11. The single most important component of health-related physical fitness for the
general population EXCEPT for the older adults is:
a. cardiorespiratory endurance.
b. muscular endurance.
c. muscular strength.
d. muscular flexibility.
1 a 13. At the cellular level, oxygen is used to convert food substrates (primarily
carbohydrates and fats) through _____ into adenosine triphosphate (ATP).
a. aerobic metabolism
b. blood circulation
c. anaerobic metabolism
d. the pulmonary system
1 c 22. The amount of blood ejected with each beat of the heart is called the:
a. capillary load.
b. cardiac output.
c. stroke volume.
d. MHR.
3 b 27. The amount of oxygen that is actually used by the body during rest or a hard
workout is determined by the heart rate, the stroke volume, and the amount of:
a. blood circulating in the vascular system.
b. oxygen removed from the vascular system.
c. oxygen provided to the vascular system.
d. blood the individual has in his body.
3 c 29. The American College of Sports Medicine (ACSM) recommends that a physician
be present for submaximal exercise tests to estimate VO2max of:
a. apparently healthy women who are over age 45.
b. apparently healthy men who are over age 55.
c. any individual who has a history of asthma.
d. any individual who has recovered from a cold.
3 b 31. Which of the following is the best test to estimate the VO 2max of a severely obese
individual?
a. 1.5-Mile Run Test
b. Astrand-Ryhming Test
c. Step Test
d. 12-Minute Swim Test
4 b 37. The human body burns about _____ calories for each liter of oxygen consumed.
a. 4
b. 5
c. 7
d. 9
5 c 38. Which of the following is NOT one of the four categories used to evaluate
readiness for exercise?
a. self-control
b. attitude
c. skill level
d. commitment
5 b 39. Which of the following categories that are used to evaluate the readiness for
exercise examines the mental disposition toward exercise?
a. mastery
b. attitude
c. skill level
d. commitment
5 a 40. Which of the following categories that are used to evaluate the readiness for
exercise indicates the extent to which an individual can be in control of his or
her exercise program?
a. mastery
b. attitude
c. skill level
d. commitment
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Lembrae-vos que sois pó enegrecido
E cedo em negro pó vos tornareis.[37]
Dois episodios mostrarão o seu então quasi permanente desejo de
improvisação poetica:
Uma noute, no verão de 1867 ou 1868, depois de cear, o Eça de
Queiroz, o Salomão Saragga e eu, fômos de passeio, conversando, até
Belem.
A noute estava muito quente. Havia uma grande claridade de lua
cheia.
Seriam umas duas horas da madrugada quando chegámos á praia da
Torre.
Quasi varado na areia, havia um barco. Mettemos-nos dentro. A maré
enchente fez-nos fluctuar.
Ahi continuámos a nossa conversação até que o dia appareceu e o sol
se levantou por detraz da casaria e dos altos de Lisboa.
Desembarcámos então e dirigimos-nos para Belem, com fome, em
busca d'uma Taberna ou Restaurante. Queriamos almoçar alli mesmo,
continuando, á beira do rio, a nossa discussão. Mas conheciamos os
nossos tres apetites, e verificámos, reunindo todo o dinheiro, que elle
apenas pagaria um insufficiente repasto.
Que fazer?
—Tenho uma ideia, disse o Eça de Queiroz,—fazendo o gesto
consagrado de bater na testa.—Tenho uma ideia genial,—accrescentou,
erguendo tremulamente os braços ao Céo:—Sigam-me.
E negro, esguio, curvo, agitando a badine na mão como se esgrimisse,
com passos largos e rythmicos, que pareciam saltar obstaculos invisiveis,
a sombra da figura esguia e immensa, projectada pelos raios horizontaes
do sol nascente, Eça de Queiroz adiantou-se em direcção á calçada que
leva de Belem á Ajuda.
Salomão Saragga e eu iamos atraz, famelicos, murmurando.
Seriam quasi 5 horas da manhã.
Junto da Egreja da Memoria o Eça de Queiroz dirigiu-se a uma casa
baixa, de janellas cerradas, e bateu.
Os habitantes da casa estavam ainda evidentemente no melhor dos
seus somnos.
O Eça de Queiroz explicou-nos:
—Móra aqui o Mancilia a quem vamos dár um tiro. Só elle nos póde
salvar, n'este deserto.
E continuou a bater durante minutos.
Por fim ouviu-se fallar dentro da casa. Alguem abrio a porta
resmungando, e vimos diante de nós uma cara larga, um bigode
castanho, e uns olhos, entre terriveis e risonhos, sob uma grande trunfa
de caracoes desordenados. Era o Lourenço Malheiro.
—Menino, contou o Eça de Queiroz, estamos esfomeados após muitas
horas de incalculavel creação romantica. Jurámos não morrer antes de
produzirmos 3 obras de genio. Dá-nos entretanto dinheiro para almoçar.
Mas olha lá... Communicámos toda a noute, espectralmente, no Restello,
com as armadas portuguezas que d'alli fôram ao descobrimento da India
e do Brazil: Dá-nos pois dinheiros antigos e suggestivos,—sequins,
dobrões, florins, ducados, escudos, peças, ou, quando menos, pintos...
O Malheiro foi dentro e trouxe tres moedas de cinco tostões.
—Ouvirás fallar da tua generosa dadiva, Mancilia,—disse o Eça de
Queiroz apertando-lhe as mãos com commoção e solemnidade.
Voltámos a Belem.
E, emquanto na cosinha da Taberna, onde bebiam marinheiros e uma
guitarra gemia phrases do Fado, se preparava a pescada com batatas e a
caldeirada que encommendáramos, o Eça de Queiroz e eu, n'um quarto
do primeiro andar, organisavamos o seguinte problema cuja glosa e
solução seria enviada ao providencial Lourenço Malheiro:
Christo deu-nos o amor,
Robespierre a liberdade;
Malheiro deu-nos tres pintos:
Qual d'elles deu a verdade?
O Salomão Saragga fez-nos uma sabia dissertação sobre a prosa
rythmica dos livros hebraicos e declarou-nos que, como Semita puro, não
pudera jámais fazer versos,—mas comporia, para o caso memoravel, um
Psalmo penitenciario sobre a vaidade da pescada cosida e das caldeiradas
humanas.
Almoçando, o Eça de Queiroz e eu glosámos e resolvemos o problema
em 4 decimas, cantadas alli logo, ao acompanhamento do Fado que
continuava a ouvir-se gemer na cosinha ao rés-do-chão.
Perderam-se estas decimas que com effeito sobrescriptámos para o
Lourenço Malheiro, e duas das quaes, escriptas pelo Eça de Queiroz,
eram d'uma graça scintillante.
D'outra vez dois dos nossos amigos,—o capitão João de Sá e o
Zagallo,—convenceram-nos a irmos com elles a uma espera de touros.
Na volta, de madrugada, abancámos a cear n'uma tasca ao Arco do
Cego. Eramos, a esse tempo, um grupo numeroso. Appareciam amigos,
conhecidos, desconhecidos. Nós, expansivamente, iamos convidando.
Elles iam comendo, bebendo, desapparecendo. Quando rompeu o dia e
quizemos nós mesmos partir, descobrimos que haviamos gasto, em
bacalhau e Collares, um dinheirão que não tinhamos na algibeira.
Comeramos n'um pateo onde havia gallinhas, perto d'uma horta com
couves e uma parreira. Ao lado, dava para esse pateo uma casa estreita,
sem vidraças, onde se guardava fructa, legumes seccos e feno.
O Eça de Queiroz e eu, já somnolentos, resolvêmos esperar alli, até á
tarde seguinte, que o João de Sá e o Zagallo nos viessem desempenhar
com o dinheiro necessario a pagar as nossas dividas.
Cerca do meio dia acordavamos sobre os mólhos aromaticos do feno,
rodeados por gallinhas e pombos familiares. As paredes da casa onde
dormiramos eram caiadas. Então,—depois de almoçarmos ainda a
credito,—com dois lapis, comendo fructa, começámos a cobrir as
paredes com um longo poema, indeterminado, lyrico, humoristico,
tristissimo e hilariante, mixto, como genero, do Childe Harold e D. Juan
de Byron, do Mardoche e Namouna de Musset, do Intermezzo de Heine,
e da Fabia de Francisco Palha. Este exercicio durou por 4 ou 5 horas.
Duas das paredes da casa ficaram, até á altura de homem, cobertas de
versos.
Sinto hoje não haver copiado, e ter completamente esquecido, a parte
do Eça de Queiroz n'esta collaboração extravagante. Lembro-me
nitidamente de que havia n'ella trechos espantosos pelas imagens
originaes, pela phantasia, pela graça, pelo inesperado.
VIII
Ainda dormiamos, um dia que o Eça de Queiroz ficára em minha casa,
quando á porta do quarto apareceu uma pequena cabeça de cabello muito
curto, faces pallidas, feições miudas, ligeiro buço sobre os beiços
grossos, e uns olhos pequenos, piscos, risonhos e maliciosos. Por cima
d'esta cabeça via-se outra de longo cabelo negro e crespo, nariz aquilino,
olhos grandes, bigode audaciosamente retorcido, e mais abaixo uma
terceira cabeça rosada, de olhos avermelhados, cabello aos caracoes
louros, bigode lourissimo pendente.
Acordámos.
—Luiz! Manoel! exclamou o Eça de Queiroz bocejando.
—Chavarro! Conclui eu sentando-me na cama.
Eram o conde Luiz de Rezende, seu irmão Manoel,[38] o João de
Souza Chavarro.[39]
—Chegámos do Porto. Vimos buscal-os para jantar, disse o conde de
Rezende.
N'essa noute jantámos no José Manoel, ao Caes do Sodré,—um
Restaurante celebre, a preço fixo, onde nós causavamos devastação e
horror, pela quantidade inverosimil do que comiamos, discutindo toda a
sorte de assumptos inintelligiveis.
N'esse jantar demonstrou-se o vasto ridiculo do Romantismo,
descreveu-se, discutiu-se e approvou-se o Realismo na arte, fez-se a
apologia violenta e clamorosa da frieza, da impassibilidade, da
serenidade critica, da correcção nas ideias, nas maneiras, no estylo, na
toilette,—a apotheose de todas as correcções. Terminámos, depois da
meia noute, abraçando effusivamente o velho Andrews,—o inglez que
tinha uma lenda mysteriosa, e que alli jantou, durante annos, despejando
por noute, em silencio, com methodo, lentidão e continuidade, 3 garrafas
de vinho do Porto.
Tempos depois o Eça de Queiroz partia em viagem com o conde de
Rezende:—Le comte de Rezende, grand amiral du Portugal et le
chevalier de Queiroz,—diziam jornaes do Cairo. Assistiram á
inauguração do Canal de Suez, visitaram o Egypto e a Palestina.
Na Primavera de 1869, estavamos uma tarde,—o Anthero de Quental
e eu,—na casa que então habitavamos a São Pedro de Alcantara, quando
entrou o Eça de Queiroz que chegára, havia pouco, do Oriente, e ainda
não viramos:
Trajava uma longa sobrecasaca aberta; cobria-lhe o peito, em relevo,
um plastron que nos pareceu enorme, sobre o qual se erguia um
collarinho altissimo, onde a custo a cabeça se movia. Os punhos, que os
botões uniam pelo centro com uma corrente de ouro, encobriam grande
parte das mãos mettidas em luvas amarellas muito claras. Vestia calças
claras, arregaçadas alto, mostrando meias de seda preta com largas pintas
amarellas e sapatos muito compridos, inglezes, de polimento. Tinha na
cabeça um chapeu alto, de pello de seda brilhantissimo. E olhava-nos
com um monoculo que lhe estava sempre a cahir e que elle por isso,
abrindo a boca em esgares sarcasticos, a miudo reentalava no canto do
olho direito.
Abraçámol-o com enthusiasmo—e cobrimol-o de epigramas.
Contou-nos casos das suas viagens, descreveu-nos typos, scenas nos
bazares do Cairo, no deserto egypcio,—os guias, os cheiks, e á noute, em
volta das fogueiras, os camellos, «de expressão humoristica, sorrindo
ironicamente», e alongando as cabeças para escutar o narrador, por sobre
os hombros dos beduinos attentos, graves e encruzados.
Contou-nos, minuciosamente, as sensações que lhe dera, no Cairo, o
uso do Haschich, e as visões phantasticas que nos preparava,—por que
elle e o conde de Rezende haviam trazido Haschich em geleia, em bolos,
e em pastilhas que se fumavam n'uns cachimbos especiaes.
Mas pretendia haver voltado doentissimo, de uma extrema debilidade,
de uma morbida impressionabilidade nervosa, e agitava, de continuo, um
grande lenço perfumado de seda branca com que limpava a testa, cofiava
a barba, que atirava sobre a mesa, interrompendo-se para entalar o
monoculo e exclamar em voz desmaiada:
—Meu Deus! como me sinto mal! Vou ter o meu deliquio! o meu
apoplêté! Meninos, depressa, os meus saes... onde estão os meus saes?!...
E tirava, com efeito, da algibeira, um longo frasco de saes que
aspirava soffregamente.
Ficará para sempre o prazer delicado de ler os livros de Eça de
Queiroz: mas perdeu-se o prazer, ainda talvez maior, de o ouvir, quando
elle conversava, quando elle contava, quando elle representava algum
personagem que quizesse imitar ou a que quizesse dar vida. Parecia, com
o seu forte e inesperado poder de expressão, de imagem, de replica, de
graça, o representante d'uma raça especial fallando em Portugal uma
lingua nova.
Ouvimol-o toda aquella tarde, fômos jantar com elle,—não o
podiamos largar.
As ideias estheticas de Eça de Queiroz haviam-se, a esse tempo,
profundamente modificado.
Citava especialmente a Salammbó e a Tentação de Santo Antão de
Gustavo Flaubert. Preoccupava-se com a perfeição da forma, com a
realisação da côr, segundo este litterato. Lia tambem a Vida de Jesus, o
São Paulo, de Ernesto Renan, e as Memorias de Judas, de Petrucelli
della Gattina.
Foi sob estas influencias que,—com as impressões locaes da sua
recente viagem á Palestina,—começou em Lisboa, a escrever a Morte de
Jesus, publicada em folhetins, na Revolução de Setembro, de 13 de Abril
a 8 de Julho de 1870.
Mas havia escripto, além do que se publicou,—uns capitulos que elle
me leu, e depois sem duvida destruiu ou se perderam.
IX
NOTAS DE RODAPÉ:
[1] Hoje, travessa do Gremio Luzitano.
[2] Veja-se Eça de Queiroz. Um genio que era um Santo. Anthero de
Quental. In memoriam—Porto, 1896, pp. 499-502; J. Batalha Reis, Annos de
Lisboa, Idem, 442-445.
[3] Hoje, rua do Diario de Noticias.
[4] Pag. 107 do presente livro.
[5] Veja-se p. 133 do presente volume.
[6] 3 de Novembro de 1867, p. 142 do presente volume. Veja-se tambem a
Carta a Carlos Mayer, pp. 133-145.
[7] «Na Europa o Sul representa ... a maneira de ser exterior, como o Norte
representa o vago sentimento intimo...» Eça de Queiroz, Da Pintura em
Portugal, Gazeta de Portugal, 10 de Novembro de 1867.
[8] «... nós ... os que estamos n'este canto da velha terra portugueza, com a
alma serena, sob o céo claro...» Eça de Queiroz, Symphonia de Abertura,
Gazeta de Portugal, 7 de outubro, 1866.
[9] «du Heine de deuxième qualité». Anthero de Quental, Carta a Wilhelm
Storck, 14 maio 1887.
[10] Pp. 27-43 do presente volume.
[11] H. Heine, Reisebilder. Les nuits florentines, , 316-330, (cito a
traducção franceza que Eça de Queiroz conheceu).
[12] Pp. 2-13 do presente volume.
[13] Veja-se pp. 8, ; 10, ; e passim, no presente volume.
«Luzia um grande sol, mas negro; o sol da melancolia...» Symphonia de
abertura, Gazeta de Portugal, 7, outubro, 1866.
[14] Veja-se pp. 5, ; 89, 98 e passim do presente volume.
[15] «...Baudelaire, poeta rethorico,...» A. Z. (Eça de Queiroz) Leituras
modernas. Districto d'Evora, 6, janeiro 1876, p. 2.
[16] Vejam-se pp. 112, 120-121, 122, 131.
[17] Vejam-se pp. 93-101 do presente volume.
[18] O Monge, destruida pelo author e nunca publicada.
... aux voûtes gothiques
Des portiques,
Les vieux saints de pierre athlétiques
Priant tout bas pour les vivants!
A. M , Premières Poésies, Stances, 1828.
[19] Não incluido no presente volume.
[20] Com o titulo «A Peninsula» no presente volume.
[21] Não incluido no presente volume.
[22] Tem uma Introducção omittida no presente volume.
[23] Tem uma epigraphe e primeira parte omittidas no presente volume.
[24] Tem uma pequena introducção omittida no presente volume.
[25] Tem uma parte critica relativa ao cantor Julio Petit omittida no
presente volume.
[26] Gazeta de Portugal. 7 de outubro 1866.
[27] «Constelações, gotas de sombra», p. 100 do presente livro.
[28] Veja-se Victor Hugo, William Shakespeare; principalmente, Livre II;
Les Génies, II. Veja-se tambem p. 22 do presente volume.
[29] Veja-se, p. 20 d'este volume, uma outra definição de Musica.
[30] «Oh, egoismo humano, os que vão morrer saudam-te», Eça de
Queiroz, O Milhafre, Introducção, Gazeta de Portugal, 6 de outubro de 1867.
[31] De l'Allemagne. Les Dieux en exil, IX partie, pp. 181-242 (cito a
traducção franceza que Eça de Queiroz conheceu).
[32] La Sorcière.
[33] Veja-se p. 6, XIII, do presente livro.
[34] As visões «são as attitudes phantasticas e desmanchadas que a sombra
dá ás verdades», p. 91 do presente livro.
«... à ceux qui ont mis leur foi dans les rêves comme dans les seules
réalités.» Edgar Allan Poe, Eureka. trad. de Ch. Baudelaire.
[35] Omphalia Benoiton, Gazeta de Portugal, 15 Dezembro, 1867.
[36] Os versos citados na Revista Moderna (20, Novembro 1897, p. 324)
não são de Eça de Queiroz. Nunca elle publicou na Revolução de Setembro,
em folhetins,—como tambem na Revista Moderna se affirma,—os primeiros
cantos d'um poema, A tentação de S. Jeronymo. Existe, com effeito, de Eça
de Queiroz, mas inedito, um poemeto sobre este assumpto.
[37] Revolução de Setembro, 29 de Agosto de 1869.
[38] Hoje conde de Rezende.
[39] Official da marinha real portuguesa, e desde 1881, Consul geral de
Portugal nas ilhas Sandwich.
[40] Vejam-se pp. 161-172 do presente volume.
PROSAS BARBARAS
NOTAS MARGINAES
...... d'este lado do rio
...... o namorado,
E a moça dos olhos pretos
...... do outro lado.
............. flores
..... á agua iam dar;
........ os beijos
Ficavam todos no ar.
A moça ...............
Disse adeus ao namorado;
E foi ................
...... bandas do povoado.
Anoiteceu..............
Por alli andou penando:
E por fim lançou-se ao rio,
E o rio ...............
.........................
.........................
Mas as flores foram prender-se
Nas suas mãos côr de cera.
Na margem do papel marcado, onde se viam ainda estes restos d'uma
velha cantiga, alguem escreveu estas notas desordenadas e extranhas:
II
III
IV
VI
VII
VIII
Os teus olhos negros são como duas flores do mal. Os seus olhos
azues são como duas dôces elegias.
E a flor do lotus, a apaixonada flor do lotus, sómente se abre á doçura
immensa da lua!
IX
XI
XII
XIII
XIV
XV
Eu andava perdido pela floresta escura e sonora. As estrellas, como
grandes olhos curiosos, espreitavam atravez da folhagem. Eu era o
tenebroso, o inconsolavel, o viuvo. Errava pela floresta, e a espaços
cantava uma canção vagamente triste como o susurro dos cyprestes:—
depois dizia palavras iradas, e asperas como os cardos;—e mais adiante
uma oração indefinida enchia-me todo o coração, e saía-me pelos labios,
como uma açucena branca que se abre dentro de um copo, e que o enche.
E por cima de mim, ó meus amigos! ó minha bem amada! os ramos
estendiam-se para os mil e mil pontos do infinito, como para mostrar ás
cantigas, ás iras e ás orações todas os caminhos do ceu.
XVI
XVII
XVIII
XIX
Eu ia para baixo dos arvoredos, para junto dos rios—e olhava para as
nuvens.
Tudo me parecia despovoado e apenas como a sombra de uma vida
distante.
Outr'ora—ó lendas de encantos e de amores! ó rondas aereas das nixes
por entre a musica dos cannaviaes! ó ondinas humidas! ó danças
nebulosas das wilis! ó espiritos gentis e vaporosos, que andaveis nos
aromas das violetas! ó elfos pequenos, que adormecieis dentro do calice
dos lirios brancos, embalados como n'um berço! ó dôces e enganadoras
creaturas, que povoaveis e alumiaveis tudo como estrellas romanticas!—
outr'ora os rios, o ceu e os arvoredos encobriam-vos, ó invisiveis! mas
como em tecido fino, que deixa passar todos os aromas e todas as côres.
E agora os rios, o ceu, os arvoredos estão desertos.
Os arvoredos só contam, como velhos palradores, historias de
gigantes, loucas legendas de combates e feitiços, e as aventuras das
filhas da folhagem.
O ceu tem apenas nuvens, que erram lentas e pesadas como os
pensamentos serios d'um craneo immenso.
Os rios vão sempre cantando e fugindo, como os amores da mulher.
XX
XXI
XXII