MINAYO-GOMEZ TheDIM-COSTA. A Construção Do Campo Da Saúde Do Trabalhador - Percurso e Dilemas
MINAYO-GOMEZ TheDIM-COSTA. A Construção Do Campo Da Saúde Do Trabalhador - Percurso e Dilemas
MINAYO-GOMEZ TheDIM-COSTA. A Construção Do Campo Da Saúde Do Trabalhador - Percurso e Dilemas
Carlos Minayo-Gomez 1
Sonia Maria da Fonseca Thedim-Costa 1
1 Centro de Estudos da Saúde Abstract This article reflects on the theoretical and practical foundations impacting and shap-
do Trabalhador e Ecologia
ing the field of workers’ health in Brazil, as part of the overall field of collective health. By ana-
Humana, Escola Nacional
de Saúde Pública, lyzing the various forms of approaching the relationship between work and health, the paper
Fundação Oswaldo Cruz. emphasizes its complex and conflicting nature as a central reference for the work process, in
Rua Leopoldo Bulhões 1480,
keeping with the premises of social medicine in Latin America. This focus underscores the need
Rio de Janeiro, RJ
21410-210, Brasil. for interdisciplinary approaches contemplating and even extrapolating the links between areas
of knowledge generally ascribed to the field of health. Finally, the paper gives a brief diagnosis of
the current situation in this field, where pending questions join those resulting from globaliza-
tion of the economy and particularly industrial restructuring, in light of which the challenge is
raised to broaden the objects of study and intervention to include the implications of outsourc-
ing, increasingly precarious labor conditions, informal labor, and unemployment on the popula-
tion’s health and living conditions.
Key words Worker’s Health; Work; Social Medicine
Resumo Realiza-se, neste artigo, uma reflexão sobre os fundamentos teóricos e práticos que in-
fluenciam e conformam o campo da Saúde do Trabalhador no Brasil, no interior da Saúde Cole-
tiva. Ao analisar as diversas formas de conceber a relação trabalho-saúde, enfatiza-se a perti-
nência de interpretar essa relação, dada sua natureza complexa e conflitiva, tendo como referên-
cia central o processo de trabalho, em consonância com os pressupostos da Medicina Social lati-
no-americana. Com base nesse enfoque, ressalta-se a necessidade de abordagens interdisciplina-
res que contemplem e extrapolem a articulação de áreas de conhecimento habitualmente adscri-
tas ao âmbito da saúde. Finalmente, apresenta-se um breve diagnóstico da situação atual desse
campo, onde questões pendentes unem-se às decorrentes da globalização da economia e, em par-
ticular, da reestruturação industrial. À luz desse quadro, coloca-se como desafio ampliar os obje-
tos de estudo e intervenção, abrangendo, entre outras temáticas emergentes, as implicações para
a saúde e a vida da população derivadas dos novos padrões de terceirização, da precarização do
trabalho, do trabalho informal e do desemprego.
Palavras-chave Saúde do Trabalhador; Trabalho; Medicina Social
Ao longo das duas últimas décadas, acompa- A relação entre o trabalho e a saúde/doença –
nhando o processo de democratização do País, constatada desde a Antigüidade e exacerbada a
vem tomando corpo uma série de práticas no partir da Revolução Industrial – nem sempre se
âmbito da Saúde Pública, bem como em deter- constituiu em foco de atenção. Afinal, no tra-
minados setores sindicais e acadêmicos, que balho escravo ou no regime servil, inexistia a
configuram o campo que passou a denominar- preocupação em preservar a saúde dos que
se Saúde do Trabalhador. Alguns estudos recu- eram submetidos ao trabalho, interpretado co-
peram parte desse percurso (Dias, 1994; Lacaz, mo castigo ou estigma: o “tripalium”, instru-
1994), sistematizam experiências inovadoras mento de tortura. O trabalhador, o escravo, o
(Costa et al., 1989; Pimenta & Capistrano, 1988) servo eram peças de engrenagens “naturais”,
ou apontam as diferenças conceituais e teóri- pertences da terra, assemelhados a animais e
co-metodológicas que o distinguem da Medici- ferramentas, sem história, sem progresso, sem
na do Trabalho e da Saúde Ocupacional (Tam- perspectivas, sem esperança terrestre, até que,
bellini, 1986; Mendes & Dias, 1991). consumidos seus corpos, pudessem voar livres
No entanto, cada vez mais, têm surgido te- pelos ares ou pelos céus da metafísica (Nosela,
mas, estudos, abordagens que, embora afetos à 1989).
relação trabalho-saúde, apenas correspondem Com o advento da Revolução Industrial, o
parcialmente ao que se entende por Saúde do trabalhador “livre” para vender sua força de
Trabalhador. É uma área passível de abrigar di- trabalho tornou-se presa da máquina, de seus
ferentes aproximações e de incluir uma varie- ritmos, dos ditames da produção que atendiam
dade de estudos e práticas de indiscutível va- à necessidade de acumulação rápida de capital
lor, mesmo na ausência de uma adequada pre- e de máximo aproveitamento dos equipamen-
cisão conceitual sobre o caráter da associação tos, antes de se tornarem obsoletos.
entre o trabalho e o processo saúde-doença. As jornadas extenuantes, em ambientes ex-
Pode-se dizer que existe uma “zona de empa- tremamente desfavoráveis à saúde, às quais se
tia”, para a qual confluem diversos estudos dis- submetiam também mulheres e crianças, eram
ciplinares. Essas contribuições esclarecem de- freqüentemente incompatíveis com a vida. A
terminadas questões de interesse, como alguns aglomeração humana em espaços inadequa-
riscos ocupacionais em locais de trabalho ou dos propiciava a acelerada proliferação de
em setores de uma categoria profissional, sem doenças infecto-contagiosas, ao mesmo tempo
pretender dar resposta ao campo como tal. Tra- em que a periculosidade das máquinas era res-
ta-se de uma ampla produção que evitamos ponsável por mutilações e mortes.
particularizar, mas se estende pelos Departa- As propostas controvertidas de intervir nas
mentos de Medicina Preventiva/Social, por empresas, àquela época, expressaram-se numa
Instituições de Saúde Pública/Saúde Coletiva e sucessão de normatizações e legislações, que
outras Faculdades de diversas áreas de conhe- tem no Factory Act, de 1833, seu ponto mais re-
cimento. levante, passando a tomar corpo, na Inglaterra,
Torna-se desejável, entretanto, delimitar o a medicina de fábrica.
arcabouço específico, um núcleo epistemoló- A presença de um médico no interior das
gico que, sem rigidez, defina os conceitos fun- unidades fabris representava, ao mesmo tem-
damentais da área, tanto do ponto de vista teó- po, um esforço em detectar os processos dano-
rico, como nas suas implicações para o desen- sos à saúde e uma espécie de braço do empre-
volvimento de estudos/pesquisas e o direcio- sário para recuperação do trabalhador, visando
namento da prática, à luz do processo econô- ao seu retorno à linha de produção, num mo-
mico, social e político do País. Demarcar dife- mento em que a força de trabalho era funda-
renças não significa desconhecer ou desmere- mental à industrialização emergente. Instaura-
cer a importância dos investimentos realizados va-se assim o que seria uma das características
para enfrentar situações ou analisar questões da Medicina do Trabalho, mantida, até hoje,
específicas da relação trabalho-saúde. Clarifi- onde predomina na forma tradicional: sob
car, porém, a dimensão processual da constru- uma visão eminentemente biológica e indivi-
ção do campo pode “interfertilizar” toda essa dual, no espaço restrito da fábrica, numa rela-
“zona de empatia”. ção unívoca e unicausal, buscam-se as causas
das doenças e acidentes.
Através dos tempos, a atuação do Estado no
espaço do trabalho sustentou-se nas concep-
ções dominantes sobre a causalidade das do-
enças. Essas concepções decorrem tanto da ba- cina do Trabalho. As medidas que deveriam as-
gagem cumulativa de conhecimentos, como do segurar a saúde do trabalhador, em seu sentido
seu caráter de práticas sociais, cujos marcos mais amplo, acabam por restringir-se a inter-
conceituais definem-se no bojo de relações pe- venções pontuais sobre os riscos mais eviden-
culiares aos diferentes contextos históricos on- tes. Enfatiza-se a utilização de equipamentos
de surgem ou se mantêm. de proteção individual, em detrimento dos que
Assim, a Medicina do Trabalho, centrada na poderiam significar a proteção coletiva; nor-
figura do médico, orienta-se pela teoria da uni- matizam-se formas de trabalhar consideradas
causalidade, ou seja, para cada doença, um seguras, o que, em determinadas circunstân-
agente etiológico. Transplantada para o âmbito cias, conforma apenas um quadro de preven-
do trabalho, vai refletir-se na propensão a iso- ção simbólica. Assumida essa perspectiva, são
lar riscos específicos e, dessa forma, atuar so- imputados aos trabalhadores os ônus por aci-
bre suas conseqüências, medicalizando em dentes e doenças, concebidos como decorren-
função de sintomas e sinais ou, quando muito, tes da ignorância e da negligência, caracteri-
associando-os a uma doença legalmente reco- zando uma dupla penalização (Machado & Mi-
nhecida. nayo-Gomez, 1995).
Como freqüentemente as doenças origina- Em síntese, apesar dos avanços significati-
das no trabalho são percebidas em estágios vos no campo conceitual que apontam um no-
avançados, até porque muitas delas, em suas vo enfoque e novas práticas para lidar com a
fases iniciais, apresentam sintomas comuns a relação trabalho-saúde, consubstanciados sob
outras patologias, torna-se difícil, sob essa óti- a denominação de Saúde do Trabalhador, de-
ca, identificar os processos que as geraram, para-se, no cotidiano, com a hegemonia da
bem mais amplos que a mera exposição a um Medicina do Trabalho e da Saúde Ocupacional.
agente exclusivo. A rotatividade da mão-de- Tal fato coloca em questão a já identificada dis-
obra, sobretudo quando se intensifica a tercei- tância entre a produção do conhecimento e
rização, representa um obstáculo a mais nesse sua aplicação, sobretudo num campo poten-
sentido. A passagem por processos produtivos cialmente ameaçador, onde a busca de solu-
diversos pode mascarar nexos causais e diluir a ções quase sempre se confronta com interesses
possibilidade de estabelecê-los, excetuando-se econômicos arraigados e imediatistas, que não
os mais evidentes e considerada a hipótese re- contemplam os investimentos indispensáveis
mota de exames admissionais que levem em à garantia da dignidade e da vida no trabalho.
conta a história laboral pregressa, numa pers- No Brasil, esta situação se agrava pela inca-
pectiva ainda mais remota de alimentar um pacidade do setor saúde do Estado em reabsor-
processo de vigilância em saúde do trabalha- ver seu papel de intervir no espaço do trabalho.
dor. A constatação de doenças na seleção da Esta tarefa, prevista na Reforma Carlos Chagas,
força de trabalho funciona, na prática, como de 1920 – interrompida com a criação, em
um recurso para impedir o recrutamento de in- 1930, do Ministério do Trabalho, Indústria e
divíduos cuja saúde já esteja comprometida. Comércio, que passou a assumi-la – foi resga-
A Saúde Ocupacional avança numa propos- tada na Carta Constitucional de 1988 e regula-
ta interdisciplinar, com base na Higiene Indus- mentada pela Lei 8080. No entanto, as marcas
trial, relacionando ambiente de trabalho-cor- de um passado recente não são facilmente re-
po do trabalhador. Incorpora a teoria da multi- movíveis.
causalidade, na qual um conjunto de fatores de As Delegacias Regionais do Trabalho advo-
risco é considerado na produção da doença, gam, em vários estados, a exclusividade de sua
avaliada através da clínica médica e de indica- competência para inspecionar os centros pro-
dores ambientais e biológicos de exposição e dutivos. Essa posição, de um modo geral, en-
efeito. Os fundamentos teóricos de Leavell & contra eco nos segmentos mais conservadores
Clark (1976), a partir do modelo da História do patronato, na medida em que tais inspe-
Natural da Doença, entendem-na, em indiví- ções, orientadas por um modelo tradicional,
duos ou grupos, como derivada da interação pontuais e técnico-burocratas, incapazes de
constante entre o agente, o hospedeiro e o am- alimentar um sistema de vigilância em saúde
biente, significando um aprimoramento da do trabalhador, servem aos seus propósitos ao
multicausalidade simples. não promoverem mudanças significativas.
Mesmo assim, se os agentes/riscos são as- Da mesma forma, os Serviços Especializa-
sumidos como peculiaridades “naturalizadas” dos em Segurança e Medicina do Trabalho –
de objetos e meios de trabalho, descontextuali- SESMT –, instituídos em 1978, com algumas
zados das razões que se situam em sua origem, exceções, desviam-se da função de reconhecer,
repetem-se, na prática, as limitações da Medi- avaliar e controlar as causas de acidentes e
doenças. Seus profissionais – assalariados pela e os companheiros que com eles compartilham
empresa e sem respaldo legal para contraria- esse quadro de desrespeito e omissão. Identifi-
rem-lhe os interesses – restringem-se à adoção ca-a também, em certa medida, a população
de medidas paliativas diante dos riscos mais em geral, inclusive porque o tema vem assu-
patentes. mindo relevância nos meios de comunicação.
A deficiência na formação de recursos hu- Expressa-se, ainda, no número alarmante
manos na área, conseqüência da marginalida- de agravos à saúde de todas as ordens, mesmo
de ainda atribuída à questão trabalho-saúde, que subnotificados, por razões que vão do in-
aliada à generalizada insatisfação profissional, tuito claro em escamoteá-los aos atalhos do
reproduz na rede pública a prática ineficaz dos descaso por onde se perde significativa parcela
SESMT, presente também em serviços conve- das Comunicações de Acidentes de Trabalho –
niados com as empresas e com o próprio siste- CAT, das informações constantes nos registros
ma público de saúde. de óbitos e em outros instrumentos capazes de
Essa desintegração, expressa em ações frag- configurar um panorama mais preciso dos im-
mentadas, desarticuladas e superpostas de ins- pactos do trabalho sobre a saúde e de possibi-
tituições com responsabilidade direta ou indi- litar ações mais eficazes de vigilância e inter-
reta na área – agravada por conflitos de con- venção.
cepções e práticas, bem como de interpretação Mesmo assim, não restam dúvidas de que
sobre competências jurídico-institucionais –, as inserções diferenciadas dos indivíduos nos
revela a trajetória caótica do Estado em sua processos produtivos, quer no meio urbano,
função de promover a saúde do cidadão que quer no rural, definem padrões também diver-
trabalha. Apenas o esforço isolado de profissio- sificados de morbi-mortalidade, para os quais
nais que se articulam em programas de saúde contribuem outros fatores decorrentes das
do trabalhador, centros de referência e ativida- condições de vida a que estão submetidos.
des de vigilância realmente efetivas abre um Dessa forma, no mundo do trabalho, revela-se
rastro de luz nesse universo sombrio. Mas sua a imensa gama de diferenças presentes na so-
atuação é marcada, repetidamente, pela des- ciedade, onde tendem a reproduzir-se, inclusi-
continuidade, quer por pressões externas dos ve em seus antagonismos.
que se sentem ameaçados em seu poder de tra-
tar vidas humanas desgastadas pelo trabalho
como rejeitos do processo produtivo, quer pela O campo da Saúde do Trabalhador
sucessão de novas administrações que não
priorizam esses investimentos. A área de Saúde do Trabalhador, no Brasil, tem
Por outro lado, a essa forma inconseqüente uma conotação própria, reflexo da trajetória
de lidar com a saúde e a vida, une-se a resistên- que lhe deu origem e vem constituindo seu
cia dos indivíduos em aceitar a condição de marco referencial, seu corpo conceitual e me-
doentes. O medo de perder o emprego – garan- todológico. A princípio é uma meta, um hori-
tia imediata de sobrevivência – aliado aos mais zonte, uma vontade que entrelaça trabalhado-
variados constrangimentos que marcam a tra- res, profissionais de serviços, técnicos e pes-
jetória do trabalhador doente, “afastado” do quisadores sob premissas nem sempre explici-
trabalho, mascara, em muitos casos, a percep- tadas. O compromisso com a mudança do in-
ção dos indícios de comprometimento da saú- trincado quadro de saúde da população traba-
de ou desloca-os para outras esferas da vida, lhadora é seu pilar fundamental, o que supõe
inibindo ou protelando, freqüentemente, ações desde o agir político, jurídico e técnico ao posi-
mais incisivas de reivindicação às instâncias cionamento ético, obrigando a definições cla-
responsáveis pela garantia da saúde no traba- ras diante de um longo e, presumidamente,
lho. conturbado percurso a seguir. Um percurso
No entanto, a evidência dos efeitos do tra- próprio dos movimentos sociais, marcado por
balho em condições adversas é de tal ordem resistência, conquistas e limitações nas lutas
que extrapola os limites do conhecimento legi- coletivas por melhores condições de vida e de
timado como científico e ganha espaço no âm- trabalho; pelo respeito/desrespeito das empre-
bito do senso comum. É uma relação dada e in- sas à questionável legislação existente e pela
questionável. Faz parte da vivência de traba- omissão do Estado na definição e implementa-
lhadores, vítimas de doenças e acidentes, mes- ção de políticas nesse campo, bem como sua
mo quando não obtêm êxito em comprovar precária intervenção no espaço laboral.
sua origem na atividade exercida. Reconhe- Essa nova compreensão surge, em sua sin-
cem-na suas famílias, onde tais situações re- gularidade, num contexto conjuntural caracte-
percutem, em alguns casos, de forma drástica, rizado pela confluência de movimentos sociais
e políticos, de onde emergiam novos projetos mento marxista –, amplia a visão da Medicina
de sociedade e novas estratégias de ação que do Trabalho e da Saúde Ocupacional.
influenciavam e eram influenciados pela pro- 1) Enquanto campo de conhecimento, Saúde
dução intelectual. do Trabalhador é, por isso, uma construção
A saúde dos trabalhadores se torna questão que combina um alinhamento de interesses,
na medida em que outras questões são coloca- em determinado momento histórico, onde as
das no País. Manifesta-se no âmago da cons- questões, politicamente colocadas, adquirem
trução de uma sociedade democrática, da con- relevância e há condições intelectuais para dis-
quista de direitos elementares de cidadania, da cuti-las e enfrentá-las sob os pontos de vista
consolidação do direito à livre organização dos científico e epistemológico. Como todo campo
trabalhadores. Envolve, especificamente, o em- científico vem mediado por relações sociais, “é
penho tanto de setores sindicais atuantes fren- sempre um lugar de luta, mais ou menos desi-
te a determinadas situações mais problemáti- gual entre agentes dotados de capital específico
cas das suas categorias, quanto ações institu- e, portanto, desigualmente capazes de se apro-
cionais em instâncias diversas conduzidas por priarem do trabalho científico” (Ortiz, 1983:136).
profissionais seriamente comprometidos em Nele estão presentes, de forma latente ou ex-
sua opção pelo pólo trabalho. plícita, as contradições que marcam as rela-
Em síntese, por Saúde do Trabalhador com- ções entre capital e trabalho e que permeiam
preende-se um corpo de práticas teóricas in- as concepções, relações de força, monopólios,
terdisciplinares – técnicas, sociais, humanas – estratégias e práticas dos profissionais com
e interinstitucionais, desenvolvidas por diver- atribuições e compromissos diferenciados na
sos atores situados em lugares sociais distintos área. Como diria Bourdieu, transitar em um
e informados por uma perspectiva comum. Es- terreno notadamente ético-político obriga a
sa perspectiva é resultante de todo um patri- definir posições e desmitificar a idéia de uma
mônio acumulado no âmbito da Saúde Coleti- ciência neutra como “ficção interessada, que
va, com raízes no movimento da Medicina So- permite passar por científica uma forma neu-
cial latino-americana e influenciado significa- tralizada e eufêmica, particularmente eficaz
tivamente pela experiência italiana. O avanço simbolicamente porque particularmente irreco-
científico da Medicina Preventiva, da Medicina nhecível da representação dominante do mun-
Social e da Saúde Pública, durante os anos 60 e do social” (Ortiz, 1983:148). Essa natureza so-
o início da década de 70, ao suscitar o questio- cial da produção do saber impõe, para agentes
namento das abordagens funcionalistas, am- e instituições, a legitimação na comunidade
pliou o quadro interpretativo do processo saú- científica, enquanto unidade produtora e legi-
de-doença, inclusive em sua articulação com o timadora do conhecimento científico (Khun,
trabalho. Reformula-se o entendimento “das 1978). Instaurar o novo paradigma implica, por
relações entre o social e as manifestações pato- conseguinte, enfrentar e extrapolar as concep-
lógicas, a categoria trabalho aparecendo como ções tecnicistas hegemônicas nessa área espe-
momento de condensação, em nível conceitual e cializada da medicina e da engenharia. Con-
histórico, dos espaços individual (corporal) e so- cepções consolidadas que fornecem soluções
cial” (Donnangelo, 1983: 32). Na crítica ao mo- modelares, reproduzidas na formação de pro-
delo médico tradicional, atinge-se a compreen- fissionais e sustentadas por volumosos recur-
são de que “a medicina não apenas cria e recria sos econômicos e técnicos. O conflito adquire
condições materiais necessárias à produção eco- dimensões extremas no momento de intervir
nômica, mas participa ainda da determinação nos centros de trabalho. É ilustrativa, nesse
do valor histórico da força de trabalho e situa- sentido, a necessidade de acionar o Ministério
se, portanto, para além dos seus objetivos tecni- Público para vencer a resistência de determi-
camente definidos” (Donnangelo, 1979:34). nadas empresas que, fortalecidas pelo bene-
Nesse contexto de reflexão crítica quanto à plácito do órgão que tradicionalmente reco-
limitação dos modelos vigentes, criam-se os nhecem para a inspeção, recusam-se a aceitar
alicerces para o surgimento dessa nova forma outros parâmetros de vigilância em saúde do
de apreender a relação trabalho-saúde, de in- trabalhador.
tervir nos ambientes de trabalho e conseqüen- Como campo de práxis, de produção de co-
temente de introduzir, na Saúde Pública, práti- nhecimentos orientados para uma ação/inter-
cas de atenção à saúde dos trabalhadores, no venção transformadora, a Saúde do Trabalha-
bojo das propostas da Reforma Sanitária Brasi- dor defronta-se continuamente com questões
leira. Configura-se um novo paradigma que, emergentes, que impelem à definição de novos
com a incorporação de alguns referenciais das objetos de estudo, contemplando demandas
Ciências Sociais – particularmente do pensa- explícitas ou implícitas dos trabalhadores. É,
condições de trabalho – grupos homogêneos – gências, cujos potenciais impactos são mais
e a validação consensual, resultante da discus- sutis, particularmente do ponto de vista psi-
são coletiva das avaliações que pautariam os cossomático, é uma tarefa ainda a ser realiza-
processos reivindicatórios, constituíram-se da.
nos pressupostos básicos desse modelo. Para- A maior repercussão da política de recon-
digmático à época em que foi concebido, mes- versão industrial, não obstante, diz respeito
mo confrontadas as potencialidades e limita- aos destinos da força de trabalho, à sua redu-
ções de um enfoque centrado eminentemente ção seletiva e reacomodação espúria, por meio
na experiência-subjetividade operária, serve de novos padrões de terceirização e subcontra-
de contraponto a formas hegemônicas de tação; à precarização do trabalho e à progressi-
construção de conhecimento e intervenção va exclusão, do mercado formal, de trabalha-
nos locais de trabalho. Se tentar estendê-lo, na dores cujo perfil não se ajusta às recentes im-
sua íntegra, a outros contextos históricos é in- posições ou cujos corpos estão precocemente
viável, inspirar-se em sua essência é um cami- lesados. Esse contingente de trabalhadores
nho fértil, desde que estabelecidos elos de desprotegidos, ignorados pelas empresas, em
complementaridade entre o saber procedente constante rotação, sem direito à assistência e
da prática cotidiana e a produção teórica gera- ao controle de sua saúde ou sem reconheci-
da em outros espaços onde se reflete sobre o mento da condição de cidadão-trabalhador
mundo do trabalho. doente, representa um dos grandes desafios
para a investigação e intervenção no âmbito da
Saúde do Trabalhador.
A problemática atual À deteriorização do trabalho aliam-se pro-
postas de flexibilidade nos contratos laborais,
Inicialmente, cabe ressaltar que a concepção sob meros ditames do mercado, socialmente
de Saúde do Trabalhador e a própria prática a inaceitáveis. Constituem-se em alternativas
ela inerente orientaram-se, de forma predomi- para diminuir encargos sociais das empresas e
nante, para o trabalho industrial, tendo como absorver setores da população desempregada,
referência um modelo que, em virtude das pro- sem proteção ou garantias, impondo-lhes o
fundas transformações recentes, também pre- ônus da insegurança e agravando as desigual-
cisa ser repensado. Depara-se, no momento dades. Trata-se de uma solução que não dá
atual, com um quadro em que convivem situa- conta da questão estrutural do desemprego. No
ções mais evidentes da violência do trabalho, Brasil, temos hoje cerca de 4,4 milhões de de-
não resolvidas ou parcialmente enfrentadas – sempregados, considerando a taxa de desem-
como pneumoconioses, doenças provenientes prego de 6,2% registrada pela última Pesquisa
de riscos físicos, intoxicações crônicas e agu- Nacional por Amostra de Domicílio, em 1993.
das, associadas à utilização de tecnologias ob- Esse quadro é mais preocupante se considera-
soletas e de substâncias banidas do mundo de- das as previsões do Instituto Brasileiro de Geo-
senvolvido, bem como a formas de organiza- grafia e Estatística (IBGE), que estimam seu
ção do trabalho que desconsideram a necessi- crescimento acelerado, baseadas no que vem
dade de contemplar e expandir as potenciali- ocorrendo em países como Israel e Argentina,
dades humanas –, com as decorrentes de uma a partir dos primeiros anos após a adoção da
nova lógica produtiva, marcada pela globaliza- âncora cambial para baratear importações e
ção da economia. segurar os preços internos.
As imposições do mercado internacional O direito ao trabalho é a demanda mais
quanto à qualidade de produtos e processos crucial e complexa do momento presente. Ga-
produtivos, numa economia extremamente ranti-lo reverteria significativamente os cons-
competitiva, induzem a uma reestruturação in- tatados reflexos do desempregro sobre a saúde
dustrial flexível, que alia automação e outros da população trabalhadora e de suas famílias.
avanços tecnológicos a novas modalidades or- Discute-se, por um lado, que o trabalho está se
ganizacionais e de gestão/controle da força de exaurindo na sociedade do trabalho, ou se
trabalho. Essas mudanças significativas na cul- questiona a centralidade do trabalho produti-
tura de produzir apontam para melhorias no vo (Offe, 1989). Por outro, reconhece-se a signi-
ambiente e nas relações de trabalho, para um ficância do trabalho, não apenas como condi-
grau maior de participação e envolvimento, ção de sobrevivência, mas por situar-se na pró-
mas demandam um trabalhador qualifica- pria gênese da sociabilidade humana. Enquan-
do/polivalente, condizente com um repertório to isso, os ajustamentos à nova economia glo-
de habilidades e comportamentos. Interpretar bal, particularmente em países como o Brasil,
as repercussões desses compromissos e exi- têm acontecido às custas de uma deterioriza-
ção das condições sociais e de um hiato, cada tras, que refletem o descompromisso do Esta-
vez maior entre os grupos, no perfil de distri- do com os segmentos da população marginali-
buição de renda. O Estado, em sintonia com zada dos bolsões de riqueza e suas cercanias.
um ambiente político pautado na liberação das Formular uma política de saúde do traba-
forças do mercado, tende a se afastar de inter- lhador significa, portanto, contemplar essa
venções significativas no âmago das relações ampla gama de condicionantes da saúde e da
de produção hegemônicas, onde se localizam doença. Especificamente para o setor público
as principais fontes para o enfrentamento de saúde, do âmbito municipal ao federal, é
abrangente da crise social. Em conseqüência, premente a necessidade de consolidar ações
as maiores parcelas de recursos provenientes de saúde do trabalhador que abranjam da vigi-
de segmentos da classe trabalhadora passam a lância à assistência em seu sentido amplo. Po-
ser geridos pela iniciativa privada. Parte desse rém, a limitada intervenção da Saúde Pública
acervo, nos cofres empresariais, é negociado num campo que nunca foi objeto central de
junto a várias redes de serviços médicos de preocupação, agudizada pelos percalços da
questionável eficácia. gestão financeira e de recursos humanos na
Está, ainda, por ser estabelecido um com- implementação do Sistema Único de Saúde,
promisso social claro que, objetivando se con- tem se refletido na tendência de tratar como
trapor à redução do papel institucional e regu- questão menor a atenção integrada, mas dife-
latório do Estado, encontre um equilíbrio entre renciada, aos trabalhadores. Essa ausência de
os imperativos do mercado e os legítimos direi- respostas efetivas vem servindo de justificativa
tos ao trabalho, à segurança e proteção social. para que o setor privado se incumba gradativa-
Organizações políticas e da sociedade civil, in- mente de determinadas tarefas que, em princí-
clusive as de classe – apesar do caráter corpo- pio, seriam um compromisso fundamental do
rativo presente em suas práticas –, podem de- Estado. Dessa forma, as iniciativas laudáveis de
sempenhar um papel expressivo na formula- criação de programas ou centros de referência
ção e defesa das alternativas viáveis. com essa finalidade têm resultado, de modo
A mobilização dos segmentos exluídos/des- geral, mais do empenho de alguns profissio-
possuídos, sua afirmação como sujeitos sociais, nais do que do necessário processo de institu-
potencialmente capazes de “assumir ações cionalização, fruto de uma política assumida.
mais ousadas, uma vez que (...) não têm mais Paradoxalmente, chegou-se a uma maior
nada a perder no universo da sociabilidade do visibilidade social dos problemas que afetam a
capital” (Antunes, 1995:90), impulsionaria, por qualidade de vida da classe trabalhadora.
certo, a procura de maior eqüidade no direcio- Avança-se na compreensão dos agravos à saú-
namento das soluções. No contexto atual, ex- de em diferentes processos de trabalho indus-
tremamente desfavorável ao pólo trabalho e, trial, bem como nas atividades rurais, sobretu-
em virtude da fragilidade na aglutinação efeti- do quanto à utilização indiscriminada de agro-
va desses segmentos, as propostas destinadas tóxicos; iniciam-se estudos relativos ao setor
ao crescimento do nível de emprego voltam-se serviço, incluídas as pesquisas sobre os profis-
para alternativas como: incentivos à contrata- sionais de saúde; percebe-se com mais clareza
ção, manutenção e capacitação da mão-de- a especificidade do trabalho feminino, valen-
obra; acordos mais flexíveis de tempo de traba- do-se de várias investigações. Mas só pontual-
lho, limitações de horas extras, redução da jor- mente obtêm-se respostas proporcionais à re-
nada de trabalho e até a reformulação do segu- levância das questões levantadas. No entanto,
ro-desemprego. A luta pela manutenção do um universo de indagações, do qual se atinge
emprego torna-se, portanto, prioritária e obri- apenas o contorno, emerge como desafio ain-
ga a relegar as questões de saúde, que começa- da a enfrentar: desde velhas situações pratica-
vam a tomar corpo, a um plano secundário nas mente intocadas, como o trabalho escravo e o
agendas sindicais. trabalho infantil, às decorrentes de um modelo
A Saúde do Trabalhador, enquanto questão de produção seletivo e excludente que vem
vinculada às políticas mais gerais, de caráter ampliando a dimensão da rua como espaço de
econômico e social, implica desafios das mais trabalho, com todas as incertezas, vulnerabili-
diversas ordens. Desde os colocados a partir do dades e riscos que esse espaço significa, em re-
cenário macroeconômico que impõe diretrizes lação tanto a acidentes e violências, como à
e prioridades do mercado, aos que se relacio- produção da própria sobrevivência. A amplia-
nam mais diretamente ao setor saúde. Nesse ção dos objetos de estudo e a reformulação de
universo multifacetado, estão presentes as re- alguns referenciais conceituais e metodológi-
sultantes das políticas atuais de emprego, salá- cos tornam-se assim premissas fundamentais,
rio, habitação, transporte, educação, entre ou- sob o ponto de vista investigativo.
A cada dia, ficam mais evidentes as propor- civil, particularmente com instâncias organi-
ções da empreitada nesse campo marcado por zativas de trabalhadores. Essa tarefa faz parte
avanços, limitações e, nesse momento, por do compromisso democrático de viabilizar um
muitos impasses. Enfrentá-los é uma tarefa co- desenvolvimento sustentável, fundado no res-
letiva, que demanda empenho recíproco no es- gate da dívida social e na revitalização e revalo-
tabelecimento de pactos entre centros acadê- rização do caráter público do Estado para asse-
micos, instituições públicas e da sociedadade gurar a efetividade dos direitos de cidadania.
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