Idade Antiga

A Idade Antiga é um período da história que se estendeu de cerca de 3500 a.C., quando surgiu a escrita cuneiforme, até 476 d.C., quando houve a desagregação do Império Romano.
Pirâmides de Gizé, um símbolo da Idade Antiga.
As Pirâmides de Gizé foram um dos grandes legados deixados pela civilização egípcia.
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A Idade Antiga é um dos períodos da história estipulados pelos historiadores modernos. Esse período estendeu-se de 3500 a.C., quando surgiu a escrita cuneiforme, até o ano de 476 d.C., quando o Império Romano do Ocidente foi desagregado com o destronamento do último imperador de Roma.

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Entendendo a Idade Antiga

A Idade Antiga ou Antiguidade é um período da história que, cronologicamente, teve início por volta de 3500 a.C. Todos os períodos possuem marcos que são utilizados como balizadores de seu início e de seu término, porém é importante sempre pontuar que esses marcos são balizadores aproximativos e levam em consideração acontecimentos que indicam mudanças significativas a longo prazo.

No caso da Idade Antiga, o marco inicial foi o surgimento da escrita cuneiforme, a primeira forma de escrita da humanidade, que foi criada pelos sumérios e foi utilizada em toda a Mesopotâmia, até por volta de 100 a.C. A tradução dessa escrita foi realizada no século XIX e permitiu ampliar consideravelmente o conhecimento sobre a Antiguidade.

O surgimento da escrita cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios por volta de 3500 a.C., é considerado o marco que deu início à Idade Antiga.[1]
O surgimento da escrita cuneiforme, desenvolvida pelos sumérios por volta de 3500 a.C., é considerado o marco que deu início à Idade Antiga.[1]

A Idade Antiga estendeu-se até o ano de 476 d.C., quando houve a desagregação do Império Romano do Ocidente. Esse acontecimento marcou o fim do Império Romano na Europa Ocidental e deu início ao processo de ocupação desse continente pelos reinos germânicos. Isso permitiu a fusão entre a cultura latina e a cultura germânica e deu forma à Idade Média.

Ao estudarmos a Idade Antiga, podemos referir-nos a qualquer civilização que existiu entre 3500 a.C. e 476 d.C., embora o desenvolvimento das civilizações não seja uniforme e cada uma tenha tido diferentes graus de sofisticação. De toda forma, o foco no estudo da Antiguidade costuma ser as civilizações orientais e as civilizações clássicas.

Quando falamos de civilizações orientais, estamos considerando os povos mesopotâmicos, fenícios, hebreus, persas, egípcios, hititas e muitos outros. No caso das civilizações clássicas, estamos nos referindo aos gregos e aos romanos. No caso dos gregos, costumam ser incluídos os cretenses e os micênicos.

É claro que a Antiguidade vai além disso e podem ser estudadas as civilizações da Antiguidade que existiram na Ásia, com destaque para os chineses e os indianos. No caso do continente americano, podem ser estudadas as civilizações pré-colombianas, como os olmecas, zapotecas, chavín etc.

O continente africano também possui suas civilizações da Antiguidade, como cuxitas, os cartaginenses. Apesar de incluídos nas civilizações orientais, os egípcios também eram africanos, já que, geograficamente, o Egito está localizado na África.

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Principais civilizações da Antiguidade

Já vimos alguns exemplos de civilizações da Antiguidade e, nesta parte do texto, destacaremos algumas delas. Selecionamos quatro civilizações de grande relevância quando se estuda esse período: Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma.

  • Egito Antigo

A civilização egípcia desenvolveu-se no nordeste do continente africano, às margens do Rio Nilo, cujas cheias proporcionavam à região um solo bastante fértil. A existência do Nilo garantia a possibilidade de sobrevivência humana em um local extremamente hostil: o deserto do Saara.

Ao longo das margens do Rio Nilo, uma série de comunidades, chamadas de nomos,  desenvolveram-se. Por volta de 3500 a.C., essas comunidades formaram dois reinos conhecidos como:

  • Baixo Egito,
  • Alto Egito.

Acredita-se que esses reinos foram unificados em algum momento entre 3200 a.C. e 3000 a.C., e Menés colocou-se como primeiro faraó.

O Egito possuía uma monarquia teocrática e, assim, a religião tinha importância crucial na execução do poder político. O governante, chamado de faraó, era considerado a manifestação de um deus e tinha poderes plenos sobre as terras egípcias. Essa civilização ficou conhecida:

  • pela escrita por meio de hieróglifos,
  • pela construção de grandes túmulos – as pirâmides,
  • pela prática de mumificar os mortos.
  • Mesopotâmia

A Mesopotâmia não representa uma civilização, mas uma região do Oriente Médio que abrigou uma série de povos da Antiguidade. O termo “mesopotâmia” tem origem grega e significa “terra entre rios”, uma menção ao fato de que as civilizações mesopotâmicas estabeleceram-se nessa região localizada entre dois rios: Tigre e Eufrates.

Entre as principais civilizações mesopotâmicas destacam-se:

Desses, os sumérios foram os primeiros a ganhar notoriedade, formando uma civilização mais avançada por volta de 3200 a.C. Eles desenvolveram as primeiras cidades, criaram a escrita cuneiforme, estabeleceram governos locais, fizeram grandes construções etc.

Outras grandes civilizações, como os amoritas, ficaram marcadas por um grande rei chamado Hamurábi. Esse rei governava um pequeno império a partir da Babilônia e ficou conhecido pelo Código de Hamurábi, conjunto de leis escritas que tiveram grande influência na Mesopotâmia. Os assírios ficaram conhecidos por sua grande violência, e os caldeus tiveram o último grande império mesopotâmico. Em 539 a.C., a região foi conquistada pelos persas.

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  • Grécia

Atenas foi uma das grandes pólis da Grécia Antiga, ficando conhecida como o berço da democracia.
Atenas foi uma das grandes pólis da Grécia Antiga, ficando conhecida como o berço da democracia.

Os gregos foram um dos grandes povos da Antiguidade e deixaram grandes contribuições na política, filosofia, matemática, história e muitas outras áreas. Essa civilização começou a  desenvolver-se por meio da migração de alguns povos para o sul da Península Balcânica, a partir de 2000 a.C.

Os gregos surgiram da fusão de povos, como:

  • cretenses,
  • micênicos,
  • eólios,
  • dórios,
  • jônios.

A história grega foi dividida em uma série de períodos. O primeiro deles – o Pré-Homérico – é marcado pela existência de duas grandes civilizações desenvolvidas por cretenses e micênicos.

Os gregos, durante o seu Período Clássico, ficaram conhecidos por terem desenvolvido a pólis, um modelo de cidade-estado, tendo em Atenas e Esparta os exemplos mais marcantes. Essas foram as maiores e mais poderosas pólis da Grécia Antiga, possuindo vastas terras e rivalizando entre si, já que possuíam diferentes modelos de pólis e diferentes interesses.

Os atenienses possuíam um modelo democrático, que permitia a participação de todos os cidadãos da sociedade (homens, nascidos em Atenas e filhos de atenienses), enquanto que os espartanos adotaram o modelo aristocrático, que permitia a participação de uma diminuta minoria de privilegiados, conhecidos como esparciatas.

A história grega ficou marcada por dois grandes conflitos:

  • Guerras Médicas: contra os persas;
  • Guerra do Peloponeso: guerra civil entre atenienses e espartanos.

As duas guerras enfraqueceram as pólis e permitiram que estrangeiros, como os macedônicos, conquistassem a região.

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  • Roma Antiga

Já a civilização romana surgiu a partir de uma pequena cidade latina que se desenvolveu na Península Itálica, no século VIII a.C. Roma foi uma das grandes civilizações da Antiguidade e possuiu um território de grandes dimensões que se estendia da Mesopotâmia à Europa Ocidental e da Bretanha até o norte da África.

A história romana foi dividida em três grandes períodos que são:

  • o monárquico,
  • o republicano,
  • o imperial.

Da pequena aldeia na região do Lácio, Roma tornou-se uma gigantesca civilização que se expandiu por meio de guerras. As marcas da presença romana, nos locais que eles conquistaram, resistiram por um longo prazo e muitas existem até os dias atuais.

A sociedade romana era bem dividida entre patrícios e plebeus e, ao longo da história, as desigualdades sociais levaram essas classes a entrarem em choque por diversas vezes. Uma das grandes demonstrações dos embates entre plebeus e patrícios pode ser encontradas nas reformas propostas pelos irmãos Graco.

A decadência romana foi iniciada a partir do século III d.C. e teve relação direta com o enfraquecimento da economia romana. Primeiramente, o poderio de Roma sobre suas províncias  enfraqueceu, e a economia romana esfacelou-se, principalmente pela crise do sistema de escravos, que sustentava a produção romana.

Além disso, o controle romano sobre suas fronteiras começou a declinar, e os povos germânicos e outros bárbaros do limes começaram a penetrar no território romano. Muitos foram agregados ao exército romano e, em troca, recebiam terras no território. As invasões germânicas foram o evento que selou o fim do Império Romano na Europa Ocidental.

Em 476 d.C., o imperador Rômulo Augusto foi deposto pelos hérulos, e os territórios do Império Romano do Ocidente foram ocupados por diferentes povos germânicos. A Idade Média  estabeleceu-se dessa fusão entre a cultura latina com a cultura germânica.

Períodos da história

Sempre que estudamos história percebemos que toda a extensão da história humana foi dividida pelos historiadores em períodos, e essa divisão estruturou-se durante o século XIX. A criação de períodos para o tempo histórico é uma prática antiga na humanidade, e o historiador Jacques Le Goff já demonstra que na Bíblia existe uma periodização proposta no livro de Daniel|1|.

Outras propostas de periodização seguiram-se ao longo do tempo até que a história tornou-se uma área do saber profissional e uma matéria de ensino. A transformação da história em matéria de ensino aconteceu na Europa Ocidental, na passagem do século XVIII para o XIX, e, nesse processo, a periodização tornou-se uma ferramenta muito útil.

Isso aconteceu, primeiramente, porque a periodização é uma ferramenta didática muito produtiva para facilitar o ensino e a compreensão dos eventos históricos. Além disso, essa ferramenta foi elaborada para manusear o tempo histórico como uma sucessão de acontecimentos, que possibilitava visualizar a evolução da humanidade ao longo do tempo.

Essa ideia não faz muito sentido atualmente, uma vez que os historiadores entendem que a passagem de um período para outro não indica evolução ou progresso necessariamente. Assim, entendemos que, mesmo com a mudança de um período para o outro, atrasos ou momentos de recessão podem acontecer.

A periodização que é utilizada atualmente foi ganhando forma ao longo do tempo. Durante o período renascentista, começou a ganhar forma a ideia que enxergava a história europeia como marcada por três grandes períodos que seriam: Antiga (Grécia e Roma), a Média e a Moderna (iniciada por meio da cultura renascentista).

Podemos ver que essa ideia, em partes, consolidou-se, e a periodização da história que utilizamos faz a divisão da história em cinco grandes períodos:

Nota

|1| LE GOFF, Jacques. A História deve ser dividida em pedaços? São Paulo: Editora Unesp, 2015, p. 16.

Crédito da imagem

[1] Yevhanii Kravchuk / Shutterstock

Por Daniel Neves Silva

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