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DIÁLOGOS ABIN
Membros do Congresso comparecem à ABIN para discutir soberania nacional
Com objetivo de aproximar o Legislativo e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) na construção de pautas para o desenvolvimento do país, a Agência realizou, na última quinta-feira, 20 de junho, debate sobre “A Atividade de Inteligência e o parlamento brasileiro na defesa da soberania nacional”. Os convidados foram os deputados federais Patrus Ananias, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional, e Lafayette de Andrada, também integrante da Frente.
O evento ocorreu no âmbito do “Diálogos ABIN”, uma série de debates promovidos pela Escola de Inteligência da ABIN, com o objetivo de instigar a discussão de temas e cenários relevantes para a Inteligência.
Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da ABIN, na abertura do evento, afirmou que a Agência precisa ganhar espaço de debate com a sociedade. “Nosso trabalho é assessorar as políticas públicas. O debate com a sociedade inclui o Parlamento. A ABIN quer que seu trabalho seja útil tanto na formulação de políticas no Parlamento como na execução de políticas públicas pelos entes governamentais”.
Segundo o deputado federal Patrus Ananias, é fundamental pensar a miséria e a exclusão social num país que é ao mesmo tempo uma das maiores economias do mundo e um dos países mais desiguais.
“Precisamos pensar no desenvolvimento econômico e social do Brasil. A economia deve ser voltada para atender as demandas da sua população. Precisamos avançar em políticas públicas que ampliem os direitos sociais. A educação é fundamental para desenvolver a soberania. Educação é direito fundamental do cidadão e para a formulação de políticas públicas. Educação ligada à cultura, pesquisa, ciência e tecnologia”, afirmou Patrus.
O deputado discorreu, ainda, sobre a relevância das forças armadas para garantir a integridade do território e da soberania, mas considera que ela precisa estar em sintonia com a sociedade brasileira e as forças de segurança internas.
Em seguida, o deputado Lafayette de Andrada, abordou questões relacionadas à geopolítica nacional. “Grande parte do nosso atraso em relação aos países ricos é em função das condições precárias da nossa educação. Falta mão de obra qualificada apesar de haver tantos desempregados”. Para ele, o alto índice de crimes no Brasil está ligado à falta de educação e à pobreza.
Andrada mencionou ainda a interferência das redes sociais na vida dos cidadãos. “Grandes plataformas trabalham com algoritmos feitos para perfilizar cada um de nós segundo nossas preferências”. Assim são encaminhadas às pessoas informações de acordo com sua posição ideológica, o que, segundo o deputado, termina por provocar o fenômeno social de polarização política e alimenta o extremismo e posturas violentas nas redes.
“As plataformas não exigem que a pessoa se identifique para criar um perfil, com nome, CPF, endereço. Assim, as pessoas, no anonimato, sentem-se encorajadas a ser agressivas”, disse Andrada.
O diretor-adjunto da ABIN, Marco Cepik, ressaltou que as palavras dos deputados convidam à reflexão sobre a soberania nacional. “A função da ABIN tem a ver com isso, na medida em que assessora políticas públicas. O Brasil quer poder de dissuasão e garantia de que será cada vez mais soberano sem se impor pela força e arrogância no sistema internacional”, afirmou.
Cepik encerrou o evento lembrando que o desafio da Inteligência também passa pela educação. “As universidades e a Inteligência precisam produzir conhecimento independente e livre para assessorar adequadamente e construir um país e uma nação soberanos”, defendeu.
Diálogos ABIN
Esta foi a terceira edição do “Diálogos ABIN”. A primeira debateu “O futuro das instituições democráticas”, com a participação do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 23 de agosto de 2023.
Em 6 de março de 2024, na segunda edição, Ariana Frances Carvalho de Souza, ouvidora-geral da União, e Maricy Valletta, subsecretária de Governança Pública da Casa Civil da Presidência da República, foram as convidadas para debater sobre o tema “Mulheres e Liderança no Serviço Público”.