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    Robô Ed e Akinator: conheça os chats com IA que fizeram sucesso nos anos 2000

    Plataformas eram menos sofisticadas do que plataformas mais modernas, como ChatGPT e Gemini, mas já permitiam interação com linguagem humana

    Jorge Marincolaboração para a CNN

    No início dos anos 2000, quando I.A. – Inteligência Artificial era apenas o nome de um filme de Steven Spielberg, um simpático robozinho brasileiro chamado Ed já utilizava a tecnologia, então futurística, para conversar virtualmente com pessoas e esclarecer dúvidas sobre temas variados.

    Criado em 2004 pelo Conpet, um programa da Petrobras voltado para o uso racional de combustíveis e a conservação de energia, o chatbot foi desenvolvido com tecnologia e suporte da empresa paulista InBot.

    Utilizando rudimentos de técnicas de IA, como processamento de linguagem neural (NLP) e aprendizado de máquina (machine learning), o Ed, que era uma sigla para “Energia e Desenvolvimento” é citado no mundo acadêmico como um dos primeiros chatbots brasileiros a usar IA, notadamente em um contexto corporativo de imensa visibilidade.

     

    ED é uma sigla para Energia e Desenvolvimento
    Ilustração do robô Ed (crédito: Petrobrás)

    “Quando a gente colocou ele no ar, tinha mais ou menos uns dois mil tipos de respostas para assuntos diferentes. Ficávamos vendo quais os assuntos mais falados pelos usuários e, a partir daí, criávamos respostas para perguntas que ele não sabia responder”, disse o fundador e chefe de tecnologia da InBot, Rodrigo Siqueira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

    Após 12 anos ininterruptos de atividade, quando chegou a responder a até um milhão de perguntas em um único dia, o Ed foi aposentado em 2016. “Funcionário” da Petrobrás, o robô funcionava com uma equipe de especialistas em programação, computação gráfica, linguística, energia e psicologia.

    Akinator, o gênio da internet

    Gênio Akinator promete ler mentes na internet (crédito: Walpaper Cave)

    Outro ícone do tempo da “IA a lenha”, o Akinator foi desenvolvido em 2007 por três programadores franceses (Jeff Deleau, Arnaud e Olivi), da empresa Elokence. Diferente do nosso conterrâneo Ed, o “gênio da internet” é um jogo lançado originalmente para PC, projetado para ser jogado online.

    Os interessados em desafiar o Akinator apenas entravam no seu site, onde podiam interagir livremente com o “gênio”. O adivinho utilizava um método próprio de questionamento para identificar o personagem no qual o usuário estava pensando.

    No Brasil, Akinator virou uma “febre nacional” após ser mostrado pela popular apresentadora MariMoon no programa ScrapMTV em 2008. O sucesso foi tanto que a empresa criou uma versão em português para o jogo. O gênio viralizou em 2011, quando foi lançado em forma de aplicativo móvel.

    Embora “adivinhe” por meio de perguntas com respostas básicas, do tipo “sim”, “não”, “talvez”, ou “não sei”, o jogo utilizava algoritmos de IA, além de uma vasta base de dados alimentada com respostas dos próprios usuários para conseguir “ler” suas mentes, apenas limitando as possibilidades.

    Hoje, o Akinator continua disponível em seu site e nas lojas de aplicativos, e sua “mágica” ainda funciona muito bem. Afinal, os únicos algoritmos que conseguem entregar IA para fazer o trabalho do gênio são as redes neurais, que não estavam amplamente disponíveis em 2007.

    A evolução da inteligência artificial

    O encantamento com os robozinhos inteligentes e gênios telepatas não é sobre a IA em si, mas sim sobre a perplexidade de nos depararmos com um sistema que parece saber mais do que nós. Isso não é diferente de quando usamos o Chat GPT pela primeira vez. Todas aquelas linhas com respostas brotando podem parecer mágica.

    Embora esses programas pioneiros de IA usassem bancos de dados extensos e árvores de decisão para interagir com seus usuários, era uma espécie de IA simbólica, que seguia regras explícitas programadas diretamente por humanos e restritas em termos de aprendizado e adaptação.

    Com os atuais avanços tecnológicos, o foco da IA mudou para redes neurais e aprendizado profundo, o que significa volumes absurdos de dados, aumento da capacidade computacional e avanços em algoritmos de aprendizado. Com isso, a IA extrapolou as regras explícitas e passou a identificar, por si só, padrões complexos em dados.

    Nesse sentido, o lançamento do GPT (Generative Pre-trained Transformer), em 2018, foi um ponto de inflexão na história da IA. Com base em redes neurais profundas, esses modelos chegam treinados em vastos corpos de texto e aptos a gerar linguagem humana de maneira coerente.

    Com as versões GPT-3 e GPT-4, a IA não só responde, mas compreende e gera textos complexos, cria conteúdos e realiza tarefas complexas.

    Outras novidades, como o Gemini (antigo Bard), do Google, e outros serviços do tipo, combinam seus modelos de linguagem com outras formas de IA, capazes de processar diferentes formatos de dados simultaneamente, como texto, imagem e áudio.

    O que há de comum no Robô Ed, no Akinator, no ChatGPT e no Gemini é que, independentemente do nível de sofisticação de seus algoritmos, eles entregam respostas “humanas” aos seus usuários.

    Conheça tendências que sinalizam rumos para o futuro da IA

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