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    Conselho de Ética da Câmara espera ouvir testemunha do caso Brazão nesta terça-feira

    Deputado, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, pode ter mandato cassado

    Leonardo Ribbeiroda CNN , Brasília

    Os parlamentares do Conselho de Ética da Câmara se reúnem, nesta terça-feira (9), para retomar o processo que pode levar à cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ).

    Ele é investigado por suposta quebra de decoro parlamentar, depois de ser apontado pela Polícia Federal como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018.

    Os integrantes do Conselho pretendem ouvir nesta terça-feira o deputado Tarcísio Mota (PSOL-RJ), indicado pela relatora do processo no rol de testemunhas. Ele foi citado na delação premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora, como um dos políticos monitorados a mando de Chiquinho Brazão.

    A oitiva de Motta chegou a ser marcada três vezes na pauta do colegiado, mas não se concretizou. À CNN, a equipe do parlamentar disse que o cancelamento se deu por “incompatibilidade de agendas”.

    Testemunhas não são obrigadas a comparecer. Além dos convidados da relatora Jack Rocha (PT-ES), o plano de trabalho prevê reuniões com participação de oito pessoas indicadas pela defesa de Chiquinho Brazão. A lista conta com:

    • Eduardo Paes (prefeito do Rio de Janeiro);
    • Jorge Miguel Felippe (vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro);
    • Willian Coelho (vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro);
    • Reimont (deputado federal pelo PT-RJ)
    • Marcos Rodrigues Martins (assessor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro)
    • Thiago Kwiatkowski Ribeiro (conselheiro vice-presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro.

    Nenhum dos indicados confirmou presença até o momento. Também foram convidadas duas testemunhas que estão detidas por suposto envolvimento no crime: o major Ronald Paulo Alves Pereira, acusado de monitorar a vida de Marielle Franco, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, suspeito de participar do crime.

    Eles foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a prestarem depoimento por videoconferência, mas as defesas também não confirmaram participação junto ao Conselho de Ética.

    Brazão deve falar ao Conselho

    O plano de trabalho de Jack Rocha também prevê oitiva de Chiquinho Brazão. O depoimento do parlamentar deve ser o último antes da divulgação do parecer final sobre a investigação.

    Como a CNN mostrou, a previsão é de que a votação do relatório de Jack Rocha fique para setembro. Após a divulgação do parecer, os membros do conselho deverão votar o parecer. Se aprovado, o relatório será encaminhado para o plenário da Câmara.

    Procurado pela CNN, o advogado de Brazão, Cleber Lopes, afirmou que trabalha para derrubar “provas fabricadas” contra o deputado.

    Após o depoimento de Brazão ao Conselho de Ética, a defesa deve trabalhar para contestar as acusações contra o deputado no colegiado. “A gente está convencido de que ele é inocente”, afirmou o advogado.

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