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    Julian Assange deixa prisão e sai do Reino Unido em avião, segundo WikiLeaks

    Documentos judiciais mostraram que fundador da organização deveria se declarar culpado no final desta semana por violar a lei de espionagem dos EUA

    Imagens mostram Julian Assange embarcando em voo saindo do Reino Unido, de acordo com WikiLeaks
    Imagens mostram Julian Assange embarcando em voo saindo do Reino Unido, de acordo com WikiLeaks @wikileaks via X

    Da CNN

    O Wikileaks disse nesta segunda-feira (24) que seu fundador, Julian Assange, deixou uma prisão britânica e voou para fora do Reino Unido.

    O Wikileaks anunciou o paradeiro de Assange logo depois que documentos judiciais mostraram que ele deveria se declarar culpado no final desta semana por violar a lei de espionagem dos EUA, em um acordo que lhe permitirá voltar para casa, na Austrália.

    Veja vídeo de Assange embarcando em voo

    Mais tarde nesta segunda-feira (24), foi divulgado que Assange concordou em se declarar culpado de uma acusação criminal sobre o suposto envolvimento em um dos maiores vazamentos de arquivos confidenciais do governo americano.

    A decisão faz parte de um acordo com o Departamento de Justiça que lhe permitirá evitar a prisão nos Estados Unidos, de acordo com documentos judiciais federais recém-apresentados.

    O acordo judicial ainda precisa ser aprovado por um juiz federal, mas na manhã desta segunda-feira, o fundador da organização foi libertado de uma prisão no Reino Unido, segundo o WikiLeaks.

    “Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho, depois de ter passado 1901 dias lá. Ele recebeu fiança do Tribunal Superior de Londres e foi liberado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido”, disse o WikiLeaks em uma declaração.

    Um juiz federal nas Ilhas Marianas do Norte marcou uma audiência de confissão e sentença para quarta-feira (26) de manhã, no horário local, de acordo com o Tribunal Distrital dos EUA.

    Os promotores do Departamento de Justiça solicitaram ao tribunal que o processo ocorresse no mesmo dia porque Assange resistia a pisar no território continental dos EUA para se confessar culpado, de acordo com uma carta dos promotores.

    O tribunal nas ilhas fica perto da Austrália, onde Assange é cidadão e deverá retornar após a audiência, disseram os promotores.

    Os promotores disseram ao juiz que “preveem que o réu se declarará culpado da acusação… e será condenado pelo Tribunal por esse delito”.

    Acordo com EUA

    Nos termos do novo acordo, os procuradores do Departamento de Justiça irão pedir uma pena de 62 meses – que é igual ao tempo que Assange serviu numa prisão de segurança máxima em Londres enquanto lutava contra a extradição para os EUA.

    O acordo judicial creditaria o tempo cumprido, permitindo a Assange regressar imediatamente à Austrália, o seu país natal.

    O ativista estava sendo perseguido pelas autoridades dos EUA por publicar registros militares confidenciais fornecidos pela ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning em 2010 e 2011.

    O material revelou que os militares norte-americanos mataram centenas de civis no Afeganistão – mortes que não foram oficialmente registradas.

    Já no território iraquiano, de acordo com os documentos, os Estados Unidos seriam os responsáveis pela morte de 66 mil civis, além de terem torturado prisioneiros.

    Assange enfrentou 18 acusações de uma denúncia de 2019 por seu suposto papel na violação. A pena máxima para os crimes é de 175 anos de prisão, embora uma condenação de tanto tempo fosse improvável.

    Autoridades dos EUA alegaram que Assange incitou Manning a obter milhares de páginas de  telegramas diplomáticos dos EUA não filtrados  que potencialmente colocavam em perigo fontes confidenciais, relatórios de atividades significativas relacionadas com a guerra do Iraque e informações relacionadas com os detidos da Baía de Guantánamo.

    No mês passado, um tribunal do Reino Unido decidiu que Assange tinha o direito de recorrer do seu recurso final contra a extradição para os EUA. A decisão deu uma vitória na luta do ativista de anos para evitar um processo nos Estados Unidos pelos seus alegados crimes.

     

    Com informações da Reuters.