Garoto de 12 anos fica ferido e perde a mãe em Gaza após ataque israelense
Mohammed Qamar, que sofreu ferimentos no rosto, olhos e pés no ataque de segunda-feira (1º), grita pela mãe em uma cena muito comum depois de nove meses de guerra
O menino palestino Mohammed Qamar está ferido em um hospital de Gaza após um ataque aéreo israelense que matou sua mãe e dois outros parentes, e feriu seus cinco irmãos.
O menino de 12 anos, que sofreu ferimentos no rosto, olhos e pés no ataque de segunda-feira (1º), grita pela mãe em uma cena muito comum depois de nove meses de guerra.
“Fiquei muito triste com isso, e fiquei com raiva, comecei a chorar ‘Como você pôde ir e nos deixar, mamãe? Por quem você nos deixou?'”, ele disse no Hospital Nasser na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza. “Mamãe, você pode me ouvir? Mamãe, me responda.”
Lembrando como ele costumava ajudar sua mãe nas tarefas de casa, ele disse: “Eu a amava muito e a ajudava varrendo e lavando a louça, para que ela pudesse descansar.”
“Eu arrumava a sala e os quartos, varria e lavava a louça para ela”, disse ele.
Uma mulher estava sentada ao lado de sua cama de hospital, embalando seu irmãozinho. Seu pai, Ahmed Qamar, e outro irmão também estavam em camas de hospital após o ataque aéreo, que quebrou janelas e encheu a sala de estar com poeira.
“Perdi a alma da casa”, disse o pai, Ahmed Qamar.
“Tenho filhos de um mês, três anos, cinco anos e 10 anos”, ele disse. “Eles precisam de uma mãe, e eu não consigo fazer isso sozinho.”
A situação da família se tornou comum na Faixa de Gaza desde que o exército israelense iniciou sua ofensiva em resposta ao ataque mortal de 7 de outubro às comunidades do sul de Israel, liderado pelo grupo militante islâmico Hamas, sediado em Gaza.
Cerca de 1.200 pessoas foram mortas no ataque de 7 de outubro, e cerca de 250 foram feitas reféns, de acordo com contagens israelenses.
A ofensiva de Israel matou quase 38 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, e deixou grande parte do território costeiro densamente construído em ruínas.
Israel, que está tentando eliminar o Hamas, diz que faz de tudo para evitar vítimas civis. Israel não comentou o incidente em que a casa da família Qasam foi atingida.
O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre combatentes e não combatentes, mas autoridades dizem que a maioria dos mortos são civis. Israel diz que pelo menos um terço dos mortos palestinos são combatentes.
