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    Ex-diretor de inteligência da Venezuela nega acusações de tráfico em audiência

    Extraditado para os Estados Unidos, Hugo Carvajal foi uma das figuras mais importantes do governo do ex-presidente Hugo Chávez 

    Advogado de Carvajal, Zachary Margulis-Ohnuma, fala à imprensa sobre a audiência
    Advogado de Carvajal, Zachary Margulis-Ohnuma, fala à imprensa sobre a audiência Reuters/Reprodução

    Da Reuters

    O ex-diretor da inteligência militar da Venezuela Hugo Carvajal se declarou inocente nesta quinta-feira (20) das acusações de tráfico de drogas nos Estados Unidos, após um esforço de mais de 10 anos do Departamento de Justiça para trazê-lo a solo americano.

    Carvajal, de 63 anos, chegou aos Estados Unidos na quarta-feira após ser extraditado da Espanha. Ele entrou com o pedido em uma audiência perante o Juiz Magistrado dos EUA Stewart Aaron no tribunal federal de Manhattan.

    Ele foi detido e sua próxima audiência foi marcada para 25 de julho.

    O advogado de Carvajal, Zachary Margulis-Ohnuma, disse que apresentará um pedido para que seu cliente seja libertado sob fiança em uma data posterior. Margulis-Ohnuma disse que Carvajal era “categoricamente inocente” das acusações.

    “O general Carvajal espera enfrentar essas acusações ultrajantes no tribunal perante um júri americano imparcial”, disse Margulis-Ohnuma a repórteres após a audiência.

    Promotores federais dizem que Carvajal – que foi os olhos e ouvidos do ex-presidente Hugo Chávez nas forças armadas do país sul-americano por mais de uma década – em 2006 coordenou o embarque de 5.600 kg (1.235 libras) de cocaína da Venezuela para o México.

    As drogas tinham como destino final os Estados Unidos, de acordo com os promotores.

    Apelidado de ‘El Pollo’, o frango, Carvajal participou do golpe fracassado de 1992 que elevou Chávez à proeminência política e é considerado uma das figuras mais poderosas do governo do líder socialista de 1999-2013.

    As relações entre Washington e Caracas deterioraram-se continuamente durante os mandatos de Chávez e seu sucessor, o atual presidente Nicolás Maduro. Dezenas de líderes militares, políticos e empresários venezuelanos foram acusados pelos Estados Unidos de corrupção e tráfico de drogas.

    Carvajal foi preso pela primeira vez em 2014 em Aruba, uma ilha semiautônoma do Caribe holandês onde a Venezuela vinha tentando credenciá-lo como cônsul. Mas ele foi libertado e voltou para a Venezuela depois que o governo holandês determinou que ele tinha imunidade diplomática, uma medida que o Departamento de Estado dos EUA chamou de decepcionante e perturbadora.

    Ele se distanciou de Maduro em 2017 ao se opor à criação de uma legislatura todo-poderosa.

    Em 2019, depois que Washington reconheceu um líder da oposição como presidente legítimo da Venezuela em uma tentativa malsucedida de derrubar Maduro, Carvajal divulgou um vídeo nas redes sociais pedindo aos militares que facilitassem o “retorno à democracia”.

    Ele foi preso na Espanha por acusações de drogas nos EUA no final daquele ano, mas se escondeu depois que um tribunal inicialmente aprovou sua extradição. Ele foi preso novamente em 2021.

    (Publicado por Fábio Mendes)