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Ex-astro da BBC admite que fez ‘imagens indecentes de crianças’

Durante duas décadas, Edwards apresentou o noticiário das 22h e fez anúncios importantes, como a morte da rainha Elizabeth II, em 8 de setembro de 2022

Foto por JUSTIN TALLIS / AFP
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Huw Edwards, o jornalista e apresentador mais conhecido da BBC, declarou-se culpado nesta quarta-feira por ter feito “imagens indecentes de crianças”, um ano após o escândalo que provocou sua saída da rede estatal britânica.

O ex-apresentador de 62 anos, que noticiou os eventos mais importantes do Reino Unido desde o início dos anos 2000, admitiu sua culpa em uma sessão preliminar no Tribunal de Magistrados de Westminster em Londres.

Isto implicará que o juiz pronunciará sua pena sem necessidade de realizar um julgamento. O jornalista pode pegar até dez anos de prisão.

A acusação é baseada em 41 imagens, algumas de um menor de idade entre 7 e 9 anos, compartilhadas no aplicativo de mensagens WhatsApp entre dezembro de 2020 e agosto de 2021.

Durante duas décadas, Edwards apresentou o noticiário das 22h e fez anúncios importantes, como a morte da rainha Elizabeth II, em 8 de setembro de 2022.

Porém, há um ano foi ele quem virou notícia após ser acusado de pagar a um adolescente por fotografias de caráter sexual e foi afastado do cargo. A polícia, na época, não encontrou elementos que indicassem um crime.

O apresentador nunca mais voltou ao ar e a BBC anunciou sua demissão em abril, que, segundo a emissora, foi decidida pelo jornalista seguindo o “conselho de seus médicos”.

Sua admissão de culpa e a gravidade das acusações são um novo golpe para a reputação da BBC, duramente criticada pela forma como administrou o escândalo.

A emissora pública realizou uma investigação interna que encontrou deficiências em seus procedimentos de gestão de reclamações relacionadas ao comportamento dos funcionários.

A gigante audiovisual tem muitos escândalos sexuais em sua história, como o caso de Jimmy Saville, acusado de estupro e agressão sexual de menores durante décadas, que só foram revelados um ano após a morte do popular apresentador.

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