Ricos seguem com pé no freio. Veja as ações e fundos favoritos desse público

A pesquisa é feita com base na plataforma da empresa, que processa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, somando mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados. O estudo observa carteira de investidores dos segmentos de varejo (que têm entre R$ 50 mil e R$ 300 mil e são 27,88% do total); de alta renda (que têm entre R$ 300 mil e R$ 3 milhões e são 39,18% do total); private (que têm entre R$ 3 milhões e R$ 50 milhões e são 29,49% do total) e ultra high (que têm acima de R$ 50 milhões e são 3,45% do total).

Com uma nova queda da bolsa em maio, o percentual de alocação dos endinheirados em diferentes classes de ativos pouco mudou. Pode-se dizer que a postura seguiu mais ou menos semelhante ao que era em abril. A renda fixa segue reinando soberana, com 40,63% do portfólio desse público alocado nessa classe. Em abril, o percentual era de 40,54%.

Apesar da queda da bolsa, a alocação em ações e fundos de ações também teve um leve aumento, saindo de 9,46% em abril para 9,74% em maio. O mesmo aconteceu com os produtos de previdência, que saíram de 6,56% para 6,67%, e com os fundos imobiliários, que eram 2,01% em abril e passaram a ser 2,05% em maio.

Por outro lado, a alocação em produtos multimercados caiu. Em abril, eles eram 36,71% da carteira e em maio passaram a ser 36,43%. O mesmo aconteceu com a classe de outros ativos, que engloba, por exemplo, as criptomoedas. Eles ocupavam 4,72% da carteira em abril e em maio eram 4,48%.

O ranking das ações preferidas dos mais ricos segue com um caráter majoritariamente conservador. Os segmentos financeiro, de exportadoras de commodities e das prestadoras de serviços continuam liderando as escolhas.

Do setor financeiro, as ações da seguradora BB Seguridade e da própria bolsa, a B3, se mantiveram na seleção das mais investidas por esse público na passagem de abril para maio. Além delas, as ações do Itaú Unibanco e do Banco do Brasil também passaram a figurar na lista das 10 favoritas.

O segmento é apontado pelos analistas como mais seguro primeiro porque as companhias são sólidas e com resultados mais perenes. Além disso, elas estão em um setor que tende a se sair bem independentemente do contexto.

Outro segmento considerado mais conservador que se manteve forte na lista das ações favoritas dos mais ricos é o das exportadoras de commodities. Isso porque essas empresas se expõem a outros mercados e, assim, ficam menos suscetíveis a crises internas e mitigam seus riscos.

Na lista das favoritas de maio, entraram as ações da petrolífera Petrobras e da fabricante de papel e celulose Suzano.

No segmento das “utilities” as favoritas dos mais ricos em maio são as companhias de energia Eletrobras (que entraram no ranking tanto com as ações ordinárias como com as preferenciais) e as da companhia de telecomunicações Telefônica. 

Como essas empresas prestam serviços considerados primordiais à população, elas têm uma demanda quase “perene”, o que faz com que elas sejam menos afetadas em períodos de crise.

Por fim, quem encerra a lista de favoritas é a locadora de veículos Localiza, que tende a se beneficiar do cenário de juros baixos (ainda que maiores do que o esperado).