Valor 1000
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Por Marcus Lopes, para o Valor

Passados 74 anos desde que os irmãos Hercílio e Raul Randon fundaram em Caxias do Sul (RS) a empresa que leva o nome da família, a gaúcha Randon adotou um reposicionamento de marca e, desde maio deste ano, passou a chamar-se Randoncorp. De acordo com a direção, a nova identidade é resultado da transformação vivida pela companhia nos últimos anos e, também, um passo estratégico para intensificar o processo de internacionalização, o que deverá consolidá-la como referência em soluções que facilitam a vida das pessoas, por meio da mobilidade.

As mudanças ocorrem no mesmo ano em que a empresa é vencedora, pela segunda vez consecutiva, do ranking Valor 1000 no setor de veículos e peças. A companhia conquistou 71,9 pontos na classificação geral em 2023, 7,7 pontos acima da segunda colocada, com uma performance ligeiramente superior à pontuação obtida no ano passado, quando somou 71,4 pontos. Os resultados foram positivos para a Randoncorp em todos os critérios de classificação. Foi a primeira colocada em margem Ebitda e em rentabilidade, medida pelo lucro líquido sobre o patrimônio líquido médio.

Empresa de capital aberto com controle acionário da família Randon, a Randoncorp teve crescimento acelerado nos últimos cinco anos. Pelos dados apurados pelo ranking de Valor 1000, a receita líquida da empresa registrou evolução média nos últimos cinco anos de 30,6% ao ano, o que permitiu praticamente quadruplicar de tamanho e bater recordes de desempenho nos segmentos em que atua, com destaque para semirreboques, autopeças e serviços. De acordo com números divulgados pela companhia, em 2022 a receita líquida consolidada foi de R$ 11,2 bilhões, a maior em mais de sete décadas de história.

Para 2023, a expectativa é alcançar novo recorde, com projeção de receita líquida consolidada entre R$ 10,5 bilhões e R$ 12 bilhões, com a estimativa de totalizar receitas no mercado externo entre US$ 520 milhões e US$ 570 milhões. Segundo o CEO da Randoncorp, Sérgio L. Carvalho, é importante destacar que o guidance (comportamento esperado dos indicadores financeiros da companhia) deste ano já considera a significativa queda no segmento de caminhões do mercado automotivo. A retração é resultado da introdução, no começo do ano, da tecnologia de motorização Euro 6, que estabeleceu um novo conjunto de normas para emissão de poluentes em motores a diesel.

“A mudança gerou uma antecipação de compra de caminhões com tecnologia Euro 5 até o fim de 2022, o que, neste momento, impacta em nosso mercado”, explica Carvalho. Mesmo assim, os resultados mais recentes da Randoncorp divulgados ao mercado, referentes ao segundo trimestre de 2023, apontam receita líquida consolidada de R$ 2,8 bilhões, considerada estável em comparação com o mesmo período do ano passado.

Sérgio Carvalho, da Randoncorp: inovação em mobilidade — Foto: Alex Battistel/Divulgação
Sérgio Carvalho, da Randoncorp: inovação em mobilidade — Foto: Alex Battistel/Divulgação

“Isso demonstra a resiliência de nossos negócios diante do contexto geral de queda do mercado de caminhões”, afirma o CEO. Os números da Associação Nacional dos fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) confirmam a retração no mercado de caminhões neste ano no país, em comparação com 2022, em decorrência da entrada em vigor da obrigatoriedade da tecnologia Euro 6 nos motores, o que eleva o preço final do veículo ao consumidor.

Segundo Carvalho, a estratégia da Randoncorp para aumentar e manter a boa performance geral nos mercados interno e externo passa pela manutenção de um modelo de negócios diversificado e robusto, apostando nas sinergias e integração entre as unidades como mecanismo para o crescimento sustentável e contínuo.

Com cerca de 16 mil colaboradores, 32 fábricas e dez centros de distribuição em 12 países, atualmente a Randoncorp está estruturada em cinco verticais de negócios, cada uma delas com o seu portfólio próprio de empresa. “Atuamos com mais de 60 CNPJs”, cita Carvalho, para ilustrar a diversidade abrigada sob o guarda-chuva da Randoncorp. As verticais de negócios são as seguintes: montadora (que agrega fábricas como a pioneira Randon); controle de movimentos; autopeças; serviços financeiros e digitais (que envolve banco próprio, consórcios e seguros); inovação e tecnologia avançada.

“Empregamos um ritmo de crescimento acelerado que nos fez quadruplicar o tamanho em pouco mais de cinco anos, considerando receitas e lucro”, diz Carvalho. O avanço, explica o executivo, é sustentado por três pilares: aquisições, diversificação de mercado e portfólio com inovação disruptiva, posicionando a empresa não apenas como fabricante para o mercado automotivo, mas também como referência em inovações destinadas à mobilidade.

Um exemplo é a pioneira Randon, que, além de semirreboques e carrocerias sobre chassis, também se dedica à fabricação de vagões ferroviários. “A Randoncorp surgiu e se desenvolveu no modal rodoviário, mas sempre tivemos um olhar muito apurado para a inovação e a diversificação. Há muitos anos produzimos vagões ferroviários de carga, por exemplo”, cita o CEO. Outro destaque são as tecnologias disruptivas para mobilidade. Entre elas, o e-Sys, sistema de tração auxiliar elétrico com eixos, baterias e algoritmo de gerenciamento automático, desenvolvido integralmente pela Randoncorp.

“Comprovamos o quanto a nossa solução está à frente em nossas incursões pelos principais centros de tecnologia automotiva. Empresas alemãs, por exemplo, desenvolveram uma solução próxima, mas ainda inferior”, diz Carvalho, referindo-se ao e-Sys. No mercado internacional, a expansão da marca, hoje presente em 120 países, também está acelerada com aquisições recentes de companhias em outros países, como a fabricante de semirreboques norte-americana Hercules e a AML Juratek, do Reino Unido, que atende o mercado de reposição europeu.

Em 2021, seguindo tendência cada vez maior no mundo corporativo, a empresa incorporou uma agenda ESG, com o objetivo de aumentar a sustentabilidade e as práticas sociais no dia a dia da empresa. Uma das principais metas é reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa até 2030.

“Demos um importante passo com o lançamento do projeto que estamos chamando de Caldeira Verde, para operação das caldeiras com biomassa, em substituição ao gás natural. A iniciativa reduzirá em 20% a emissão de gases de efeito estufa, o que já representa 50% do total da nossa meta estipulada”, diz o CEO. No segundo semestre, será inaugurada uma usina fotovoltaica no Centro Tecnológico Randon (CTR), na Serra Gaúcha, que irá atender 100% da energia consumida no local.

A descarbonização do portfólio é outra empreitada em andamento. A Frasle Mobility (empresa que integra a vertical controle de movimentos, por exemplo, desenvolveu uma sapata ferroviária com mudanças no processo de fabricação e formulação. “Já foi possível reduzir a pegada de carbono em 43% na produção deste tipo de produto, em comparação com a versão anterior. E avançaremos mais nessa pauta”, afirma Carvalho.

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