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Por Carmen Nery — Para o Valor, do Rio


Hilary Mine, da Nokia: em todo o mundo, a cada 10% de crescimento da cobertura, há um impacto de 2% no PIB — Foto: Divulgação
Hilary Mine, da Nokia: em todo o mundo, a cada 10% de crescimento da cobertura, há um impacto de 2% no PIB — Foto: Divulgação

Com as 27 capitais cobertas antes de completar um ano do leilão de 5G, governo e mercado já têm expectativa de antecipar e até ampliar a cobertura, inicialmente prevista para 26 cidades com até 500 mil habitantes, até 2025, que representam 18 milhões de pessoas. Agora, espera-se que outras 456 cidades do entorno dessas, que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está denominando de cluster, sejam incluídas, elevando a população atendida para 50 milhões de habitantes até junho de 2025. Apesar do sucesso inicial, os desafios permanecem.

Para Maximiliano Martinhão, secretário de radiodifusão do Ministério das Comunicações, o principal desafio é levar a fibra óptica à região Norte. Carlos Lauria, diretor de relações governamentais e assuntos regulatórios da Huawei, diz que as legislações municipais das antenas ainda preocupam e não basta criar leis, é necessário facilitar processos de licenciamento.

Hilary Mine, vice-presidente global de estratégia e tecnologia da Nokia, destaca que, em todo o mundo, a cada 10% de crescimento da cobertura, há um impacto de 2% no PIB. Para ela, a regulamentação deve fomentar a conectividade, mas apenas impor metas é irrelevante se o regulador não cuidar que elas sejam cumpridas.

O desafio da limpeza da faixa também permanece. Leandro Guerra, presidente da Siga Antenado (antiga EAF) informou que, nos próximos dias, lança uma nova licitação para filtros de proteção e kits de parabólicas. O número de kits também poderá ser revisto.

O compromisso inicial de distribuição de 10 milhões de antenas é resultado do cruzamento do Cadastro Único e da Pnad TIC 2019, pesquisa do IBGE que identificou 26,5% dos domicílios com parabólicas. Só que a edição 2021 da Pnad TIC revelou uma queda de 4 pontos percentuais, para 22,6%, ou 15,7 milhões de domicílios. Segundo Guerra, a primeira fase consumiu 10% do orçamento de limpeza e mitigação, mas só 3,7 mil kits foram distribuídos por falta de demanda.

“Ainda é muito cedo para dizer que o número vai reduzir. Começamos a implantação pelas capitais, onde a demanda por parabólica é baixa. À medida que formos interiorizando, a realidade vai se impor”, diz Martinhão.

Moisés Queiroz Moreira, conselheiro da Anatel e presidente do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência (Gaispi), diz que houve um acréscimo de 20% no orçamento inicial de R$ 3,3 bilhões, adicional que dá tranquilidade. “Vamos conversar com a EAF porque nas capitais ocorreu baixa procura, mas nas áreas rurais isso pode crescer”, diz Moreira.

Com a implementação do 5G encaminhada, as operadoras correm para explorar todo o potencial e desenvolver casos de uso, a fim de ocupar e monetizar rapidamente a rede. Claro, Embratel e Ericsson, com apoio da Qualcomm, conseguiram atingir o recorde de 700 Mbps na taxa de pico de uplink (transmissão do usuário para a rede) da América Latina em uma rede comercial - 20 vezes mais do que as taxas atuais. O downlink atingiu 3,3 Gbps, e houve uma redução de latência de três vezes, para 8 milissegundos.

Paulo Bernardocki, diretor de redes da Ericsson, diz que outra inovação do experimento foi agregação de portadoras combinando as taxas de dados das faixas de 3,5 GHz a de 26 GHz, que servirá para ampliar a capacidade numa segunda etapa de implementação.

“Isso abre caminho para novos casos de uso e experiências diferenciadas em setores industriais, de saúde, cidades inteligentes e no mercado de consumer com streaming de vídeo ao vivo”, diz Luiz Bourdot, diretor de evolução tecnológica de rede da Claro.

Fernando Capella, presidente da Ciena, diz que a demanda das operadoras está aquecida, pois, mesmo a implementação inicial já traz velocidades 700 vezes superiores às do 4G, o que exige muita infraestrutura de transmissão, foco da oferta da empresa.

Wilson Cardoso, diretor de tecnologia da Nokia para a América Latina, observa que, no 3G, as operadoras foram surpreendidas pelo surgimento dos smartphones, cujo uso massivo colapsou as redes. Apesar dos altos investimentos no 4G, a maior parte da monetização foi capturada pelas OTTs na economia das plataformas em aplicativos como Uber, Netflix, Waze e Whatsapp.

Para Rodrigo Dienstmann, CEO da Ericsson, o 5G é a oportunidade de as operadoras não perderem novamente a chance de monetizar suas redes. Ele propõe uma mudança de arquitetura em que as operadoras atuariam como plataformas de APIs as a service, para que parceiros se integrassem e oferecessem novos modelos de negócio, monetizando as redes.

Paulo Sérgio Rufino, pesquisador em redes 6G da Aarhus Universit, na Dinamarca, diz que o 6G será a rede da Agenda 2030 de sustentabilidade, modelo que não resulta em perda de empregos.

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