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Por Erivelto Tadeu — Para o Valor, de São Paulo


A partir do ano que vem, o real digital deve começar a ganhar forma. É quando terão início os primeiros testes piloto das aplicações práticas envolvendo a versão brasileira de uma Central Bank Digital Currency (CBDC), que são as moedas digitais emitidas por bancos centrais de países. O Banco Central escolheu nove projetos de instituições do sistema financeiro para testar potenciais do real digital.

Chamado Lift Challenge Real Digital, os testes vão avaliar os casos de uso em ambiente on-line de aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamento (quando ambos, pagador e recebedor, estejam sem acesso à internet). Todas usam os chamados smart contracts, contratos digitais armazenados em blockchain que fazem a liberação automática do pagamento mediante registro ou entrega do produto ou serviço.

Um dos projetos selecionados foi o da Tecban, empresa responsável pela rede de caixas automáticos, que participa do piloto em conjunto com o criptobanco Capitual. A solução envolve a liberação de produtos comprados no comércio eletrônico utilizando lockers conectados por meio de tecnologia de internet das coisas e o real digital como meio de pagamento. O smart contract libera o pagamento para o comerciante apenas após a retirada do produto do locker, resolvendo um potencial conflito de confiança entre estabelecimento e consumidor. O gerente de plataformas digitais da TecBan, Luiz Fernando Lopes, explica que a solução está operando na rede blockchain Ethereum, mas pode migrar para qualquer rede.

A interoperabilidade da moeda digital brasileira é fundamental, inclusive, para a realização de transações transfronteiriças, enfatiza Leandro Vilain, diretor executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban, que teve seu projeto de entrega versus pagamento (DvP) de debêntures também escolhido pelo BC. A Febraban fez acordo com a britânica R3, especializada em blockchain, e criou grupos de trabalho com Bradesco, Citi e Itaú Unibanco. O objetivo, diz Vilain, é mais segurança nas transações com debêntures - títulos que empresas emitem para captar recursos - utilizando blockchain para a liquidação.

É justamente para acabar com a insegurança nas transações de bens que o Santander está participando do desenvolvimento de uma solução de conversão de DvP para o formato digital do direito de propriedade de veículos e imóveis. “Na compra e venda de automóvel é difícil sincronizar o momento em que o dinheiro é transferido para o vendedor, com o instante em que o documento de propriedade do veículo é transferido para o comprador”, detalha Jayme Chataque, superintendente executivo de open finance do Santander.

Segundo ele, a proposta é criar uma solução para que a transferência do valor e do ativo ocorra instantaneamente. O veículo ganha uma representação digital, por meio de um token, e, após a negociação, o comprador recebe a titularidade do token representativo de posse do bem, mediante o pagamento com real digital. “Essas transações são executadas por meio de contratos inteligentes, em uma rede blockchain permissionada”, explica Chataque.

Ciente do potencial do real digital para a expansão das finanças descentralizadas (DeFi) no Brasil, o BC selecionou o projeto da Visa, que busca uma solução, em parceria com a ConsenSys e a Microsoft, para financiamento de pequenas e médias empresas. A ideia é que por meio da sua infraestrutura, a Visa seja uma integradora de transações de crédito envolvendo CBDCs do mundo “A proposta da nossa solução é viabilizar o acesso global a financiamento às PMEs”, diz Cristiane Taneze, diretora executiva de inovação da Visa do Brasil.

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