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Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo


Schneider, da Icatu: produtos com horizonte de médio e longo prazos — Foto: Divulgação
Schneider, da Icatu: produtos com horizonte de médio e longo prazos — Foto: Divulgação

Em ano de disparada da inflação e elevação da taxa Selic, os fundos de renda fixa voltam ao radar do investidor. Apesar da instabilidade, que gera muitas dúvidas e perdas no curto prazo, os títulos mais longos atrelados aos dois indicadores e os papéis indexados à inflação de crédito privado incentivado, isento de imposto de renda (IR), despontam neste ano na preferência de quem tem menos apetite a risco. Para os analistas, a busca é por proteção contra perdas relativas à pressão inflacionária, com ganhos acima do CDI.

Mesmo os que vinham se aventurando em bolsa e fundos multimercados correram para a renda fixa. Tanto que, de janeiro até 29 de julho, a captação líquida nesse veículo de investimento foi de R$ 153 bilhões, 515% acima de igual período de 2020, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

E mesmo diante da turbulência, alguns fundos se destacaram no ranking dos dez mais rentáveis dos últimos três anos, encerrados em 30 de junho, do “Guia Valor de Fundos de Investimento”. Entre eles, os geridos por SulAmérica, Infinity, BTG Pactual e Icatu Vanguarda.

Pela terceira edição consecutiva, a SulAmérica desponta nas categorias renda fixa ativa e juro real com o fundo SulAmérica Inflatie FI RF LP, que acompanha a cesta de papéis indexados ao IMA-B. Sua meta é superar o benchmark por meio de gestão ativa. “O gestor tem a liberdade de alongar a carteira, reduzir a exposição a IPCA e fazer caixa, dependendo do cenário macro. É um dos fundos mais antigos da casa e conta com a mesma equipe de gestão desde o início”, diz Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos da SulAmérica Investimentos.

O fundo, que tem patrimônio líquido de R$ 1,4 bilhão, aceita aplicações a partir de R$ 1 mil e possui taxa de administração de 0,4% ao ano. Sua rentabilidade nos últimos 12 meses até junho foi de 7,76%, enquanto o IMA-B entregou 7,42% no mesmo período. O gestor diz que o perfil do investidor que busca esse tipo de aplicação é o que tem obrigações indexadas à inflação e está fazendo hedge. Ou aquele que usa o IMA-B para diversificação de portfólio. Mas avisa que é preciso suportar a volatilidade alta, de 7%, para atingir o ganho. “Se a gente pegar a rentabilidade do fundo em 36 meses acumulados vai dar 43%. Se compararmos com outro fundo que tem como benchmark o CDI, em 36 meses, rendeu só 13%, mas com volatilidade menor”, observa Mello.

Já a Icatu Vanguarda, com dois fundos listados entre os dez melhores do ranking nessas categorias, acha uma “aberração” a alta correlação que o mercado faz entre a renda fixa e o CDI. “Enxergamos a renda fixa muito além e olhamos para prazos longos que vão de dois a 30 anos. Com isso, o CDI fica pouco relevante na carteira dos nossos investidores. Esses dois produtos se encaixam em portfólios que têm horizonte de médio e longo prazos”, diz Bernardo Schneider, CEO e sócio da Icatu Vanguarda.

Referindo-se aos fundos Icatu Vanguarda Prefixado FI RF LP e Icatu Vanguarda Inflação Lng FIC FI RF LP, o executivo explica que ambos utilizam títulos soberanos, mas no primeiro caso, opera com o juro prefixado nominal, seja com títulos públicos e contratos futuros de juros, buscando ganho de capital com gestão ativa. Já no segundo fundo, o objetivo é um pouco diferente: “Usa estratégias preponderantemente atreladas à inflação (NTN-Bs). Apesar de sermos fortes em crédito privado, esses fundos não usam esses ativos. Usam NTN-B e contratos futuros”. A rentabilidade em três anos do fundo prefixado foi de 36,80%, e a do juro real, de 54,29%.

Em relação à alta da inflação e da taxa Selic, os analistas dizem que como os agentes de mercado estão revisando esses indicadores para este ano e para 2022, está havendo uma diminuição na curva de juros com o aumento da Selic no curto prazo. “As nossas posições de valor relativo têm foco na curva longa de juros. Quando há diminuição da curva, essas posições tendem a rentabilizar bem. Os fundos de renda fixa seguem essa estratégia. O que difere são os objetivos de rentabilidade e risco que cada fundo tem”, afirma Bruno Russi, gestor de renda fixa da Infinity Asset. A gestora tem dois fundos listados no ranking dos dez mais rentáveis: o Infinity Lotus FI RF e o Infinity Select FI RF LP.

Já o BTG Tesouro Longo FI RF ref IPCA é o único fundo do ranking juro real cuja gestão é passiva. O gestor diz que a estratégia de diligência de seguir o IMA longo somado à taxa de administração de 0,3% dá atratividade e possibilidade de ganhos reais para o produto. “Seguimos estritamente esse índice. Quando a gente pensa em juro real longo, tem muita demanda sobre esse produto. Se a gente olhar a diferença entre as taxas - real e futura - é o que dá ganho ao investidor. Os papéis de juro real têm ainda proteção da inflação”, diz Júlio Filho, co-CIO de multimercados e renda fixa da BTG Pactual Asset Management.

Mais recente Próxima Prazos curtos geraram bons retornos para os DI

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