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Por Dauro Veras — Para o Valor, de Florianópolis


Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, em Recife: “Nosso diferencial é a formação de capital humano” — Foto: Divulgação
Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, em Recife: “Nosso diferencial é a formação de capital humano” — Foto: Divulgação

Os ecossistemas de inovação situados fora do eixo São Paulo-Rio têm influência crescente, embora às vezes pouco perceptível, no cotidiano dos brasileiros. Sempre que você usa um smartphone, por exemplo, está empregando alguma tecnologia desenvolvida no Porto Digital, no centro histórico do Recife. Quando faz um pagamento eletrônico, provavelmente usufrui do serviço de um unicórnio do Vale do Pinhão, em Curitiba.

Com diferentes perfis e níveis de maturidade, as comunidades voltadas para a economia criativa têm ganhado relevância nas políticas públicas, por serem indutoras de novos negócios, emprego e renda.

Uma das comunidades de inovação mais dinâmicas do país é o Vale do Pinhão, em Curitiba. Lá surgiram as startups Ebanx e MadeiraMadeira, primeiros unicórnios - empresas de base tecnológica avaliadas em US$ 1 bilhão - da região Sul. No ano passado o Ebanx contratou 200 novos empregados, depois de receber aporte de um fundo de investimento do Vale do Silício. A MadeiraMadeira recebeu US$ 190 milhões do Softbank Latin America Fund e planeja fazer 1,4 mil contratações até o fim do ano. Outras duas empresas locais, Olist e Contabilizei, são apontadas em estudo da plataforma Distrito como potenciais unicórnios.

Há seis meses, a prefeitura de Curitiba e organizações parceiras lançaram um fundo de aval garantidor de R$ 10 milhões para apoiar pequenos empreendimentos. “Acredito que em 2021 os pequenos negócios vão se reestruturar para crescer”, avalia a presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Cris Alessi.

O ambiente de fomento aos negócios criativos atrai investidores como a varejista Magalu, que há três semanas adquiriu a SmartHint, especializada em recomendação de compra.

No Recife, as 349 empresas do Porto Digital faturaram R$ 2,86 bilhões em 2020, com 13,3 mil profissionais produzindo software, serviços de TI e soluções para cidades inteligentes. “Nosso diferencial é a formação de capital humano”, afirma o presidente Pierre Lucena. “Temos 600 PhDs em ciência da computação, 500 deles formados na Universidade Federal de Pernambuco, e somos a primeira cidade do país em estudantes de tecnologia per capita”. Recife tem a meta de dobrar o número de graduados na área em três anos, por meio do programa Embarque Digital, a ser lançado em maio.

“A digitalização mudou radicalmente os ecossistemas de inovação”, comenta o reitor da universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, Cleber Prodanov. “É fundamental ter diversidade de espaços, mas não necessariamente com base física no mesmo local”. Criado há 15 anos, o parque tecnológico Feevale Techpark tem três braços atuando em rede, em cidades distintas. A unidade de Novo Hamburgo foca em TI e indústria criativa. A de Campo Bom é voltada para indústria, ciências da saúde, biotecnologia e energias renováveis. A de Porto Alegre é um espaço de integração universidade-empresa.

Em Minas Gerais, o Mining Hub é a primeira comunidade de inovação aberta do mundo com foco exclusivo na cadeia da mineração. A organização aproxima 25 mineradoras e 12 fornecedores das 500 startups que desenvolvem soluções para a área, por meio de programas de desafios. “Nós focamos em seis temas”, conta a diretora executiva Claudia Diniz: “Gestão de águas, gestão de resíduos sólidos, eficiência operacional, fontes alternativas de energia, saúde e segurança ocupacional, e desenvolvimento social”.

No Pará, o Açaí Valley faz a ponte entre 64 startups e 12 companhias, fomentando parcerias em projetos sobre finanças, saúde, agronegócio, educação e bioeconomia. Uma das iniciativas é o programa Minera Startup, da Hydro. A fabricante de alumínio norueguesa já fechou contrato com uma startup de blockchain e outra de monitoramento aéreo, de acordo com o representante da comunidade, Antonio Carlos Correia.

Criada em 2011, a StartupMS mapeou 48 empresas de tecnologia em Mato Grosso do Sul. A construção de um corredor rodoviário bioceânico entre Porto Murtinho e Antofagasta, no Chile, motivou uma iniciativa de cooperação internacional: “Estamos mapeando lideranças de inovação no Paraguai, Argentina e Chile”, conta o conselheiro da organização, Luiz Gustavo Soares. “Entendemos que o estado pode ser um ponto de entrada para startups da América Latina no Brasil”, afirma.

Um ecossistema que começa a despertar a atenção é o Rapadura Valley, do Ceará, vencedor do prêmio Comunidade do Ano no Startup Awards 2020. Seu forte são as edutechs. “Nossos diferenciais são a estrutura flexível, que permite maior engajamento, e a ênfase nas conexões”, diz um dos participantes, Mário Alves de Oliveira.

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