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Por Luciana Del Caro — Para o Valor, de São Paulo


Hazzan, do Safra: multimercados com investimento no exterior atraíram em dois meses mais que o dobro de 2020 — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Hazzan, do Safra: multimercados com investimento no exterior atraíram em dois meses mais que o dobro de 2020 — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

Embora considerem que a tendência de migração dos investidores da renda fixa para produtos como fundos multimercados e de ações deva continuar em curso, gestores de recursos acreditam que a renda fixa sempre será parte importante dos portfólios, uma vez que oferece maior proteção das carteiras. Com a elevação dos juros, a expectativa é que alguns desses produtos ganhem atratividade.

A captação líquida dos fundos de renda fixa é a mais expressiva neste ano (R$ 61 bilhões até o fim de março). Mas gestores consideram que ainda é muito cedo para dizer que isso se deu em função das expectativas de elevação da meta da Selic ou por um movimento de aversão ao risco. No ano, até a mesma data, os aportes em multimercados superaram os resgates em cerca de R$ 17 bilhões e, nos fundos de ações, a captação líquida foi negativa em R$ 11,1 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

“A intensidade de saída dos fundos de renda fixa e o fluxo em direção aos multimercados e fundos de ações já se reduziu”, afirma Marcelo Mello, vice-presidente da SulAmérica. Outro movimento que ele notou recentemente foi a saída dos investidores dos multimercados de alta volatilidade para os de baixa volatilidade: “Muitos investidores tiraram o pé do acelerador”.

Nesse cenário de juros em alta, ele considera que o mercado poderá assistir novamente ao aumento do interesse pelos fundos de crédito privado, que no ano passado sofreram resgates e desvalorizações nas cotas. Para aqueles com mais apetite a risco e com tolerância à volatilidade dentro da renda fixa, Mello considera que há boas oportunidades nas LTNs e NTN-Fs, títulos prefixados. A curva de juros, que representa graficamente o patamar dos juros ao longo do tempo, chegou a indicar taxas de 10% ao ano em prazos intermediários (cerca de três anos).

No crédito privado também há oportunidades interessantes, considera Gilberto Kfouri, gestor do BNP Paribas Asset Management. Após o estresse pelo qual os títulos privados passaram no ano passado (com resgates dos fundos desse tipo), o mercado se normalizou. Um título de banco de baixo risco de crédito paga hoje em torno de Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) acrescido de 1,2%, enquanto no ano passado esse título pagava CDI + 0,5%.

Outros papéis que vêm atraindo mais investidores são as debêntures de infraestrutura e de títulos incentivados como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), comprados diretamente ou via fundos de investimento, conta Luciane Effting, superintendente de investimentos do Santander Brasil: “Os fundos de debêntures de infraestrutura vêm sendo bastante procurados por clientes conservadores, mas que querem mais rentabilidade que os fundos DI”.

Um dos produtos mais procurados são os multimercados do tipo investimento no exterior - eles respondem por mais da metade da captação líquida dos multimercados no ano. “Faz todo o sentido compor o portfólio com ativos externos, ainda mais considerando que outros países devem crescer mais do que o Brasil nos próximos anos”, afirma Kfouri. Mauricio Hazzan, diretor de investimentos do Safra Private Banking, conta que foram ofertados dez fundos do tipo no Safra neste ano, e que em apenas dois meses eles captaram mais que o dobro de 2020 inteiro.

Com relação aos investimentos no exterior, esse crescimento vem se dando mesmo com o real já bem desvalorizado - caso nossa moeda se valorize e o fundo não conte com proteção cambial, pode haver queda nas cotas. No entanto, no momento prevalece a expectativa de que o real não se valorize de forma expressiva por conta do turbulento cenário interno. Apesar de o mundo estar retomando o crescimento, os especialistas não estão certos de que o Brasil poderá se beneficiar plenamente dessa situação positiva. Outro ponto é que no segundo semestre uma nova frente de volatilidade deve ser adicionada com a antecipação do calendário eleitoral.

A recente elevação da taxa Selic ainda não se refletiu em apreciação do real - o que seria de se esperar, uma vez que juros mais altos tendem a atrair capital de fora e a valorizar a moeda local. Evandro Buccini, diretor da Rio Bravo Investimentos, acredita que novas altas dos juros podem tirar um pouco da pressão sobre o câmbio, mas que o dólar não deve recuar para patamares muito inferiores ao atual.

Já Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Asset Management, considera que a força do dólar frente ao real é também fruto da desconfiança com o lado fiscal, e que a moeda nacional só volta a se valorizar se as preocupações fiscais suavizarem.

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