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Por — Para o Valor, do Rio


Maya Pindeus, daAnother Earth: startup combina IAe satélite para antever cenários e reduzir prejuízos ambientais — Foto: Divulgação/Web Summit
Maya Pindeus, daAnother Earth: startup combina IAe satélite para antever cenários e reduzir prejuízos ambientais — Foto: Divulgação/Web Summit

A busca por soluções que consigam mitigar efeitos das mudanças climáticas aqueceu os debates e conversas entre investidores durante o Web Summit Rio. As discussões apontaram a evolução da tecnologia para que empresas e governos consigam cumprir os compromissos firmados no processo de descarbonização até 2030 ou 2050. Ganharam destaque também os projetos focados na adaptação dos ecossistemas às mudanças climáticas, como prevenção de catástrofes, segurança alimentar e hídrica em biomas cada vez mais castigados pela variação do clima.

Um exemplo está no município de Quixeramobim, no Ceará, que será a primeira região no Brasil a experimentar a tecnologia sustentável ar-água de segurança hídrica desenvolvida pela Solaq, startup holandesa. A tecnologia usa contêiner que captura a umidade do ar e gera entre 2 mil e 5 mil litros de água potável por dia.

Reuben Moore, CEO da Solaq, disse que a solução está sendo apresentada a municípios na Paraíba e deverá estar pronta para comercialização em escala a partir de 2025. O sistema adota tecnologia com baixas temperaturas e o vácuo consegue absorver água do ar em locais com até 35% de umidade relativa do ar.

A participação da Solaq no Web Summit fez parte de um conjunto de iniciativas do governo holandês para buscar oportunidades de negócios no Brasil. “As startups não têm equipe, nem recursos e conexões para buscarem as melhores oportunidades de internacionalização. Acaba sendo muito complexo para empresas até a série A, que precisam de ajuda nesse processo”, disse Rodrigo Olmedo, CEO da uGlobally, parceira do governo holandês em projetos de internacionalização de startups.

As oportunidades em projetos de descarbonização no Brasil também chamaram a atenção de empresas suíças. A cônsul e CEO da Swissnex no Brasil, Malin Borg, quer posicionar o país europeu como um parceiro-chave para o Brasil na busca por tecnologias que garantam um futuro mais sustentável. A delegação suíça levou 12 startups para o Web Summit Rio pela rede Swissnex, iniciativa do governo suíço para promover inovação.

Brasil, assim como AL, tem um grande ecossistema de dados a ser criado”
— Maya Pindeus

Entre as inovações suíças, está o uso de blockchain para mapear emissões de carbono geradas na rede elétrica. A ferramenta desenvolvida pela Emissium utiliza modelos de machine learning (aprendizado de máquina) para aumentar a previsibilidade nos cálculos de emissão de carbono. No agronegócio, a tecnologia da suíça Suind conjuga inteligência artificial (IA), sensores, drones e satélites para mitigar perdas nas lavouras por eventos climáticos extremos, como geadas, chuvas fortes ou períodos longos de seca.

A combinação de IA e satélite também está no coração dos negócios da startup Another Earth, do Reino Unido. A novidade vem da utilização de dados sintéticos, já aplicados nas indústrias automobilística e bancária, para simular as imagens de satélites e garantir uma observação mais precisa de qualquer área do mundo. A aplicação pode ser utilizada em diversas indústrias, como seguros e agronegócio. A vantagem é usar a tecnologia de satélite, nem sempre disponível para todos, para antever cenários e mitigar danos.

Maya Pindeus, cofundadora e CEO da Another Earth, ficou empolgada com a apresentação no Web Summit Rio. “A IA está emergindo com potencial para abordar e mitigar algumas das preocupações mais prementes na observação da Terra. Quanto melhor for a qualidade do dado, melhor o resultado. E o Brasil, assim como a América Latina, tem um grande ecossistema de dados para ser criado”, disse Pindeus.

No âmbito das adaptações dos ecossistemas às mudanças climáticas, a startup brasileira Cittua criou um aplicativo de previsão meteorológica e riscos ambientais, que associa IA, geolocalização e big data, tecnologia de inteligência para grandes bases de dados. A diferença do Cittua para serviços de alertas já adotados por municípios é o raio de cobertura.

“Percebemos que havia uma lacuna de tecnologia nos modelos de previsão meteorológica. Os modelos atuais não são adaptados para a escala das cidades. Por isso muita gente não acredita na previsão do tempo. Nosso modelo trabalha com escala local, modelo de 1 km, com previsão de curto prazo, isto é, 24 horas. Sabemos exatamente onde a tempestade vai acontecer e não conflitamos com os modelos atuais”, disse Victor Azevedo, CEO da Cittua.

No fim de março, o aplicativo Cittua foi o aliado das equipes da Defesa Civil para dirimir os efeitos de uma tempestade que atingiu Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Azevedo afirmou que a Defesa Civil tinha informações de que a chuva seria por volta de 21h, mas o Cittua mostrou que o temporal, na realidade, chegaria antes.

“Avisamos de manhã para Defesa Civil, que conseguiu antecipar os alertas na cidade. A Defesa Civil registrou, na ocasião, 220 ocorrências, sendo 151 deslizamentos, com a confirmação de duas mortes”, conta Azevedo.

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