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Por Mônica Magnavita — Do Rio


Emily Chiu, cofundadora e diretora de operações da TBD: aposta em protocolos de código aberto e experiência no México — Foto: Divulgação/Web Summit
Emily Chiu, cofundadora e diretora de operações da TBD: aposta em protocolos de código aberto e experiência no México — Foto: Divulgação/Web Summit

O sistema de pagamentos globais permanece lento e dispendioso, apesar dos avanços tecnológicos do setor financeiro. Transferir dinheiro de um país para o outro ainda demanda vários intermediários até chegar ao destino final, sem falar do grande contingente de pessoas excluídas desse processo. A sociedade está longe de fazer transferências internacionais de dinheiro com a mesma facilidade com que envia uma mensagem de texto.

“É mais fácil transportar mercadorias da China para o Brasil do que fazer remessa de recursos entre fronteiras”, diz Emily Chiu, cofundadora e diretora de operações da TBD, divisão da Block, fintech de Jack Dorsey, criador do Twitter. Tal cenário desenhado por especialistas convidados pelo Web Summit Rio, evento que reuniu mais de 30 mil pessoas nos três dias de duração, veio junto com soluções para ampliar tanto o fluxo internacional de recursos quanto a inclusão financeira.

Uma das tecnologias apresentadas foi o tbDEX, protocolo de mensagens abertas lançado pela TBD para facilitar a transferência de valor ao redor do mundo, usando, também, criptomoedas. “Os protocolos de código aberto e os padrões universais do tbDEX podem oferecer uma solução mais inclusiva, eficiente e confiável para desenvolvedores, empresas e governos. A internet democratizou o acesso à informação, mas os pagamentos globais estão longe dessa realidade. As fintechs fazem crossborder [transferências], mas usam sistemas tradicionais, em bancos tradicionais. Parece ser em tempo real, mas não é”, diz Mike Brock, presidente da TBD, que ressaltou o papel da Bitcoin no fluxo global financeiro.

A experiência mexicana foi trazida como exemplo bem-sucedido de inclusão financeira, a partir do Bankaya, primeiro neobanco do país a adotar o tbDEX, e que tem hoje cerca de 2 milhões de clientes até então desbancarizados. Mauricio Cordero, presidente e cofundador da fintech, ressalta a importância da democratização proporcionada pela plataforma. “Hoje, 60 milhões de mexicanos não têm acesso a sistemas bancários. Na América Latina são 400 milhões de pessoas. O tbDEX é uma oportunidade enorme para digitalizar, bancarizar e facilitar o recebimento de pagamentos. É mais transparente, mais rápido, mais barato e mais instantâneo. É um open source [software de código aberto] que permite a qualquer empresa conectar no mesmo protocolo para enviar dinheiro”, diz.

A seu ver, com a nova plataforma, as remessas anuais do México para os Estados Unidos, de US$ 65 bilhões, e entre países de América Latina, de US$ 150 bilhões, tendem a crescer, e muito. “Há mais imigração, mais hispânicos viajando, mais dinheiro circulando no continente. Deve chegar a US$ 300 bilhões na próxima década.” Segundo Emily Chiu, os avanços tecnológicos permitirão, cada vez mais, trazer para o mainstream pessoas historicamente deixadas para trás.

Outro modelo de fluxo de recursos alternativo e direto, sem intermediários, foi apresentado pela colombiana Minka, rede aberta para pagamentos em tempo real. Domagoj Rozic, presidente da fintech, conta que a ideia surgiu diante das dificuldades em enviar dinheiro para sua filha que morava fora do país.

“Montamos um sistema semelhante ao pix brasileiro, só que privado, há cerca de três anos. Já temos todos os bancos operando e mais 15 milhões de pessoas realizando transferências”, conta Rozic, ressaltando que a Minka desenvolveu sua própria tecnologia. Nos últimos seis meses, a empresa vem crescendo entre 15% e 20% por mês, atingindo 20 milhões de transações mensais na América Latina.

A Nomad, plataforma financeira com sede nos Estados Unidos, lançada no fim de 2020 para que brasileiros residentes no país pudessem investirem em ativos dolarizados, cresceu, diversificou seu portfólio e tornou-se exemplo bem-sucedido de aplicativo de transações financeiras globais, movimentando “alguns bilhões de reais por mês”, segundo Lucas Vargas, presidente da fintech. Em 2021, a receita gerada foi de US$ 15 milhões, em 2023 deve fechar em torno de US$ 50 milhões e em 2024 a expectativa é de atingir o dobro.

“Entendemos que há oportunidade de termos uma empresa brasileira independente, criada para brasileiros terem parte de seus recursos aplicada em outro país. Daqui a dez anos, acreditamos que será normal ter parcela do patrimônio em moeda forte. Há cinco anos, não existia um sistema como o da Nomad, parecia loucura criar um conta digital gratuita para brasileiros investirem nos Estados Unidos”, diz. A Nomad também opera com cartão de débito em 180 países para saques e compras.

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