O Web Summit Rio também trouxe exemplos práticos de um futuro não muito distante no qual robôs prometem melhorar a qualidade de vida de pacientes com idade avançada e carros elétricos voadores começam a circular em grandes metrópoles.
“Estamos fazendo pesquisas sobre como a companhia pode elevar a qualidade de saúde de pessoas com idade avançada, que vivem sozinhas. É uma ótima notícia para seguradoras de saúde”, disse o cientista Ben Goertzel, fundador e diretor-presidente da SingularityNET, plataforma de projetos de inteligência artificial (IA) avançada, após ter apresentado Grace, a robô-enfermeira desenvolvida desde 2019 por sua empresa.
Entre o fim deste ano e o início de 2024, Grace, que já é testada em hospitais no Canadá e na Coreia do Sul monitorando, interagindo e fazendo companhia a pacientes, deve ter o primeiro pedido de regulamentação apresentado à Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, informou Goertzel.
A robô-enfermeira conta com algumas funcionalidades de IA generativa da OpenAI, criadora do ChatGPT, que facilitou algumas programações sobre seu perfil. Mas a base fundamental é a inteligência artificial geral (AGI), capaz de aprender, se comportar e executar ações nos moldes dos seres humanos.
A AGI e a IA generativa também são as bases da robô-roqueira Desdemona, que esteve em um dos palcos do Web Summit Rio interagindo e cantando músicas produzidas tanto por IA como por humanos. “Podemos estar há cinco ou seis anos de alcançar uma inteligência artificial mais ‘humana’ ”, projetou o cientista.
O veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL) está mais próximo de circular comercialmente como um serviço similar ao táxi aéreo entre 2026 e 2027. A carteira de pedidos para o Eve, aeronave elétrica desenvolvida pela Eve Air Mobility, companhia fundada pela Embraer, somava 2.770 unidades, com um valor total de US$ 8,3 bilhões, no fim de 2022, informou Daniel Moczydlower, presidente da Embraer X, unidade de inovação da companhia que iniciou o projeto do Eve. O preço estimado por pessoa deve variar de US$ 50 a US$ 100 para voos de dez a 15 minutos, com piloto humano. “Vamos precisar de alguns anos ainda para ter a aeronave autônoma”, ponderou o executivo. (Colaborou Rodrigo Carro).