Varejo
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Suzana Liskauskas — Para o Valor, do Rio


Carolina Borges: "O strip mall concorre com as lojas de bairro, não com os shoppings”  — Foto: Divulgação
Carolina Borges: "O strip mall concorre com as lojas de bairro, não com os shoppings” — Foto: Divulgação

Mais atentos às demandas dos consumidores, os shopping centers brasileiros estão deixando de ser somente centros de compras para se transformarem em um mix de varejo, entretenimento e serviços, seguindo tendência que vem ocorrendo globalmente. Empreendimentos com a configuração de duas décadas atrás não existem mais, afirma Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). “Há 20 anos, o centro do varejo era a marca. Hoje é o consumidor que está no centro, e as marcas buscam soluções, customizações, encantamento e atendimento para encantá-lo”. Isso porque é mais fácil manter um cliente do que conquistar um novo”, aponta.

Segundo Humai, a evolução da experiência do consumidor está diretamente relacionada ao investimento que o shopping faz em tecnologia. A tendência é a convergência do varejo físico com o digital. “Há questões que ainda estão se aprimorando, como pagamentos e fluxo de compras. Hoje, o fator mais valorizado pelo consumidor é a experiência da compra”, afirma.

Os shoppings estão evoluindo para oferecerem experiências que mesclam inovação e tecnologia, com foco no sensorial, afirma Julian Tonioli, CEO da consultoria Auddas. A inovação, ressalta, é a chave dessa evolução. “À medida que os shoppings se adaptam à digitalização, o espaço das lojas torna-se um local onde todos os sentidos são envolvidos. Além disso, os shoppings estão oferecendo suporte às vendas on-line. Muitas empresas optam por manter a presença física para baratear os custos de entrega”, diz Tonioli.

Daniel Pisano, cofundador da plataforma de engajamento para comércio eletrônico Vurdere, observa que os lojistas estão usando a força de vendas especializada das lojas físicas para interagir com o público on-line. Ele destaca o crescimento do omnichannel, quando o varejo integra lojas virtuais e físicas para oferecer ao cliente a mesma experiência em qualquer canal de atendimento. “O omnichannel tem impulsionado o crescimento de estabelecimentos físicos, ao invés de ameaçá-los. Esses locais frequentemente oferecem experiências de compra que são complementares e únicas”, diz.

Embora a motivação da maioria dos consumidores que frequentam shopping centers (43%) ainda seja fazer compras, cresce a parcela daqueles que buscam prioritariamente lazer (31%) e alimentação (21%). É o que mostra a pesquisa “O comportamento dos Frequentadores de Shopping Centers”, realizada pela Abrasce entre fevereiro e março de 2023. A pesquisa - que ouviu cerca de 4,3 mil consumidores com mais de 17 anos em todos os Estados, além do Distrito Federal - revelou que os clientes do Sudeste são os que mais frequentam restaurantes com serviços, enquanto os do Nordeste são os que mais procuram lazer.

A valorização dos espaços ligados a alimentação também aparece no levantamento “O Varejo dos Shoppings: Marcas em Expansão”, realizado pela Abrasce. De acordo com a pesquisa, das 831 marcas que inauguraram lojas em shoppings nos três primeiros meses do ano, 36% pertencem ao segmento de alimentos e bebidas. Ainda segundo o estudo, houve um crescimento de 6,8% nas vendas no período, em relação ao primeiro trimestre de 2022. Tonioli atribui esse crescimento ao fato de os consumidores estarem ávidos por mais experiências fora de casa.

A tendência de conversão dos centros de compras em um mix de compras, entretenimento e serviços também tem favorecido a expansão dos strip malls, centros de compras ao ar livre em que a arquitetura favorece a instalação de lojas e serviços, como cabeleireiros, chaveiros, conserto de roupas, entre outros. Segundo Victor Hadid, sócio da prática de imobiliário do FAS Advogados, os strip malls surgem como uma alternativa de organização entre lojistas de ambientes de menor porte.

Carolina Borges, analista de fundos imobiliários da EQI Research, enxerga muitas oportunidades de crescimento para esses empreendimentos por oferecerem comodidade e facilidade de acesso ao consumidor. “Os strip malls cresceram muito durante a pandemia de covid-19, pela busca de locais abertos e sem aglomeração”, diz Borges. Essa expansão, afirma, tem atraído grandes varejistas regionais, como supermercados. “O strip mall concorre com as lojas de bairro, mas não vai concorrer com shoppings nem outlets”, diz.

Na análise de Marcelo Reis, sócio da MR16, consultoria em varejo/vendas, há espaço para a expansão de negócios envolvendo shoppings centers, strip malls e outlets, que ainda são poucos no Brasil - há menos de 20 unidades no país, concentrados em cidades satélites. “Os outlets estão começando a expandir. Nesse caso, não vejo o crescimento tão acelerado, por sofrer uma investida muito grande do digital, a grande concorrência deles”, diz.

Mais recente Próxima Mídia direcionada turbina os resultados

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Definição de um nome é considerada uma virada de página para a mineradora, avaliada em quase R$ 300 bilhões no mercado

Análise: na Vale, há uma lista de desejos, mas escolha do futuro CEO segue em aberto

A ONG disse que as ordens de evacuação e a destruição das instalações de saúde deixaram as pessoas no norte de Gaza com muito poucas opções de atendimento médico

Médicos Sem Fronteiras fecham última instalação de saúde no norte de Gaza

Queda do CPI de junho reforça percepção de que início do ciclo de cortes de juros americanos está mais próximo

Ibovespa e dólar sobem com inflação americana no radar

Média móvel de quatro semanas ficou em 233.500 pedidos, uma queda de 5.250 em relação à média revisada da semana anterior

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA ficam em 222 mil na semana anterior

Presidente colombiano está prestes a ter maioria de indicados no banco central do país; nervosismo de economistas aumentou com a recente turbulência no mercado brasileiro após ataques de Lula à política monetária brasileira

Colômbia olha para o Brasil com medo de nomes de Petro no banco central

Contratos para setembro, os mais negociados, fecharam em alta de 0,79%, a 828,0 yuans (US$ 113,79) a tonelada

Minério de ferro sobe na Bolsa de Dalian

A avaliação é que os cálculos sobre como ficará o valor da alíquota geral, cujo teto foi fixado em 26,5% no texto da Câmara, terão de ser refeitos no Senado.

Senado adota cautela sobre regulamentação da reforma tributária e avalia tirar urgência

Na operação desta quinta-feira, PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão, e entre os presos está Marcelo de Araújo Bormevet, agente da PF que integrou a equipe de Ramagem na Abin

Moraes retira sigilo de operação sobre Abin paralela

Recursos serão destinados, em grande parte, no desenvolvimento e produção de um veículo totalmente novo, de um segmento no qual a montadora ainda não atua, revelou o presidente da GM na América do Sul

Dos R$ 7 bilhões de investimento anunciados pela GM no país, R$ 1,2 bilhão vão para fábrica do RS

Volume de vendas cresceu 1,8% em maio ante abril, acima da média brasileira, que foi de 1,2%. Já a receita teve alta de 1,2% no estado, ante variação de 1,3% no Brasil

Corrida aos supermercados e doações puxam alta das vendas do comércio no Rio Grande do Sul