As pequenas e médias empresas já entenderam o potencial da retail media em um público plugado na internet, como é o caso do brasileiro, e também apostam neste modelo para alavancar as vendas. Segundo dados da Comscore, 131,5 milhões de brasileiros estão conectados à internet, sendo que cada usuário passa em média 3h45 em frente à tela diariamente. Deste total, 90% navegam na categoria retail, o que representa um volume de 117,8 milhões de possíveis consumidores.
A retail media se tornou em uma forma de se conectar com cada usuário, do momento em que ele toma contato com o produto até a execução da compra. O diferencial está justamente em pegar pela mão esse possível comprador e atravessar com ele o percurso até o momento da compra nos diferentes ambientes do varejo.
Alexandre Giraldi, consultor de negócios do Sebrae-SP, diz que uma boa estratégia para ingressar neste mercado passa pela contratação dos chamados micro influenciadores digitais, que não são tão famosos, mas que possuem de 10 mil a 100 mil seguidores nas redes sociais. Por meio deles, é possível promover o conteúdo de um produto e impulsionar as marcas na divulgação de diferentes experiências em setores diversos. Podem ainda funcionar como “caças promocionais”, anunciando produtos em liquidação.
São nesses campos que atuam os estímulos cerebrais que nos levam à tomada de decisões. Esses gatilhos psicológicos são usados na mídia de varejo como uma técnica para levar o consumidor à compra. “Os gatilhos mentais podem ser palavras que usamos no texto para ancorar uma recompensa cerebral”, explica o consultor do Sebrae-SP.
“Fazemos vídeos e fotos com gatilhos de desejo, ativando a vontade de saborear os nossos produtos. Postamos e impulsionamos, direcionando, no post, o público para o Ifood”, conta Eraldo Soglia, dono das marcas Doces Vó Nena e Pequenas Mordidas, que somam 16 lojas, com distribuição para marketing places (iFood e Mercado Livre) e mais de 600 parceiros. Nas redes sociais, as duas marcas somam mais de 45 mil seguidores.
No Instagram, onde o forte é a imagem, os usuários costumam julgar mais a qualidade dos produtos veiculados. Daí a necessidade de se investir na alta resolução das fotos. Uma produção amadora pode impactar negativamente. Outra questão é ir testando os produtos, medindo a reação dos consumidores a cada lançamento e fazendo os ajustes.