Varejo
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Por Eugenio Melloni — Para o Valor, de São Paulo


Julia Rueff, do Mercado Livre: “Desde a pandemia o consumidor tem se tornado cada vez mais digital e se fidelizado” — Foto: Divulgação
Julia Rueff, do Mercado Livre: “Desde a pandemia o consumidor tem se tornado cada vez mais digital e se fidelizado” — Foto: Divulgação

Os efeitos de problemas enfrentados por algumas empresas em seus balanços, como a Americanas, o impasse fiscal envolvendo importações e a influência dos juros altos sobre o consumo derrubaram em 4,3% as vendas do comércio eletrônico no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2022, para R$ 40 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A entidade prevê, contudo, que resultados mais animadores das vendas deverão ocorrer no segundo semestre.

Para este ano, a associação projeta o faturamento do setor em R$ 185,7 bilhões, com alta de 9,9% sobre 2022. A ABComm prevê ainda faturamento de R$ 205 bilhões para 2024, de R$ 225 bilhões para 2025, e de R$ 248 bilhões para 2026. As projeções também são otimistas para outros indicadores: crescimento de 7,1% no número de pedidos neste ano, de 2,17% no tíquete médio, para R$ 470, e de 4,8% no total de clientes (83,8 milhões).

Atuando na busca por executivos para o segmento de varejo, Bruno Lino, diretor da ZRG Partners, atesta que as empresas de comércio eletrônico se prepararam bastante para viver, a partir deste ano, de um período de prosperidade. “Elas investiram muito na contratação de executivos nos últimos dois anos, trazendo os profissionais ligados ao mundo digital mais caros e realizando elevados aportes em tecnologia”, afirma Lino, observando que esse movimento denota uma alta expectativa de vendas para o período. “A grande maioria das empresas entrou em 2023 com essa estrutura do canal digital pronta, na ponta dos cascos para poder crescer”, diz.

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Para a GMattos Consultoria, apesar do crescimento esperado para este ano se aproximar dos 10%, o resultado não deve surpreender na comparação com outros períodos. “Embora expressivo, esse deverá ser o menor patamar de crescimento dos últimos cinco anos do segmento de vendas on-line”, prevê Gastão Mattos, sócio-fundador da consultoria.

Mattos acrescenta que o mercado está sendo afetado pela retração geral no consumo e por um ambiente macroeconômico desafiador. Em contrapartida, o comércio eletrônico tem mostrado resiliência, com desempenho melhor do que as vendas presenciais nos segmentos correspondentes, destaca o consultor.

Fernanda Winck, diretora de marketplace do Grupo Casas Bahia, lembra que o último trimestre é sempre mais aquecido, especialmente por conta de datas como a Black Friday e o Natal. “Estamos ainda em um cenário macroeconômico desafiador, portanto estamos agindo com cautela”, afirma. Mesmo assim, frisa, a rede não vai deixar de oferecer ofertas para os clientes.

“A loja física é a fortaleza do Grupo Casas Bahia, mas as vendas on-line, tanto de produtos próprios quanto do marketplace, vêm para somar com a sua variedade de itens”, diz Winck. Segundo a executiva, a companhia alcançou, no segundo trimestre de 2023, 158 mil lojistas parceiros e 71 milhões produtos oferecidos.

A pesquisa E-commerce Trends 2024, realizada pela Octadesk em parceria com a Opinion Box, procurou desvendar como o consumidor que recorre ao e-commerce tem se comportado. Em relação aos canais de compra, a sondagem mostrou que os marketplaces estão em segundo lugar na preferência dos consumidores, com 60% das indicações, atrás apenas dos sites e lojas virtuais, com 63%. Os marketplaces superaram, pela ordem, aplicativos das lojas (49%), aplicativos agregadores (36%), redes sociais (12%), sites de classificados (12%) e o WhatsApp (9%).

“Existe uma tendência de foco nos canais on-line, tanto por parte de vendedores como de compradores, seja por uma questão de custo ou de conveniência”, diz Mattos, da Gmattos. O consultor acrescenta que o marketplace tem papel relevante nisso, “pois é uma forma acessível de uma loja pequena se tornar relevante e uma garantia de segurança na compra para consumidores".

Julia Rueff, vice-presidente de marketplace do Mercado Livre, demonstra otimismo para o ano. “Observamos, desde a pandemia, que o consumidor tem se tornado cada vez mais digital e se fidelizado a marketplaces que lhe proporcionem a melhor experiência de compra, seja com entrega rápida, variedade de produtos e preços atrativos”, diz.

O Mercado Livre está investindo R$ 19 bilhões na operação no Brasil em 2023 e promovendo mais de 5.700 contratações. “Todo esse movimento se reflete na maior oferta de sortimento de produtos com o impulsionamento de novas verticais como moda e beleza, casa e decoração e de supermercados, além das mais tradicionais como eletroeletrônico e autopeças”, diz Rueff. A empresa também está aperfeiçoando sua infraestrutura logística com novos centros de distribuição em regiões estratégicas, como Rio de Janeiro e Pernambuco, e está oferecendo novos serviços, como a plataforma de streaming Mercado Play e o programa de benefícios Meli.

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